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Nosso pecado

Nosso pecado

img Romance
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Sinopse

18+ | DUOLOGIA AMORES INTENSOS - LIVRO 2. Derick e Luara Da Silva cresceram juntos, como irmãos que nunca souberam da verdade que os cercava, mas que ainda assim, se afeiçoaram um ao outro muito mais do que eram afeiçoados aos outros irmãos. Ele sempre a enxergou como o garota mais linda do mundo, a única que merecia sua proteção e amor. Ela, o via somente como um dos irmãos mais novos e entendia que todas os flertes do garoto eram errados, pois ambos eram irmãos. Era no que ela acreditava fielmente, até que o passado voltou para mostrar à garota que ela nunca esteve mais errada. Agora, entre verdades dolorosas e um crime que os marcará para sempre, Luara e Derick veem nascer entre eles uma chama proibida, que ameaça destruir tudo que eles consideram importante; A família que os une. -------------- NOSSO PECADO é o volume 2 da duologia AMORES INTENSOS. É recomendado que as histórias sejam lidas na ordem!

Capítulo 1 Prólogo início

• LUARA DA SILVA RODRIGUES

• 22 anos

Eu matei meu pai biológico...

Com somente uma facada que penetrou o centro do seu peitoral e desceu rasgando sua pele, abrindo espaço e fazendo com que suas tripas voassem para fora junto ao seu sangue contaminado pela podridão de ser um estuprador de merda, eu o matei sem nem pensar duas vezes antes de cometer tal crime.

Não me arrependo, mas me sinto tremer violentamente enquanto assisto seu corpo sem vida jogado sobre o chão de terra com algumas poucas moscas pousando sobre suas tripas expostas.

Logo ao lado, Derick, que até ontem eu tinha certeza que era meu irmão, afunda a pá na terra avermelhada, recheada de cascalho que a ferramenta joga para o lado, impulsionada por ele, que está concentrado na missão de fazer uma cova para esconder o corpo da minha vítima, que fez de mim, a sua.

Mesmo limpa e vestida com roupas compridas, ainda me sinto suja, contaminada com seu sangue e suas digitais em cada centímetro do meu corpo, e me culpo por isso pois fui eu quem aceitei encontrá-lo após ele dizer que sabia de verdades que meus pais, Lorena e Luan, sempre esconderam de mim.

Eu fui burra. Burra!

Tinha a vida perfeita, pais perfeitos, e fui burra o suficiente para ir atrás da verdade que agora massacra o meu peito e me faz preferir a morte a uma vida sobrevivendo com as lembranças do maldito que se disse meu pai biológico em cima de mim, fodendo a porra do meu corpo dopado por alguma droga que ele mesmo me deu.

Eu tento não pensar, tento não lembrar, mas essa merda parece um loop eterno que fica passando na minha mente de novo.

E de novo.

E de novo.

- LUA! - tomo um susto quando as duas mãos grandes de Derick se apertam sobre as laterais do meu rosto, me puxando de volta a realidade ao virem acompanhada da sua voz rouca ainda em transição. - Vai ficar tudo bem, amor. Tá ouvindo?

- Não me chame assim. - peço com a voz embargada enquanto olho nas suas íris azuis esverdeadas.

A dor de saber que não é meu irmão de sangue me fazendo querer gritar para não sucumbir à loucura de que passei anos acreditando na mentira contada por seus pais quando a verdade é que eu sou filha da mulher que eles mais odiaram na vida, a culpada por Violeta, a bebê que sempre é lembrada, não ter tido a oportunidade de nascer e fazer parte da família que eu não mereço porque tenho o sangue de dois doentes. O maldito sangue que pode ser capaz de contaminar tudo e todos ao meu redor.

- Tudo bem... - suas íris agitadas passam por cada centímetro do meu rosto com atenção e eu inspiro com calma, engolindo o choro ao elevar minhas mãos até às suas, que estão segurando meu rosto com firmeza. Querendo as tirar de mim, mas apertando para manter ele perto por mais alguns segundos. - Darei uma pausa até você ficar mais calma. O que acha?

- Bom. - sussurro embargada, fechando meus olhos quando ele gruda sua testa na minha, ficando calado de início, só sentindo minha respiração ofegante soprar forte contra sua pele clara iluminada pelo farol do seu carro que está a alguns metros atrás de mim. - Obrigada.

Resumo o agradecimento na simples palavra porque não sei como de fato agradecer por ele ter desistido do vôo que o levaria para a Inglaterra pra estudar na faculdade dos sonhos dele só para vim atender ao meu chamado.

- Não precisa agradecer, Lua. Sabe que faria tudo por você, meu... - ele se cala, engolindo a maldita palavra que define o que eu não gostaria, mas que descobri no segundo em que o vi chegando para me ajudar a se livrar do corpo do meu progenitor que sinto por ele de forma recíproca. - Isso é mais difícil do que eu pensei.

Eu concordo com ele, abrindo meus olhos e focando nos seus que brilham intensamente diante dos meus.

Sinto mais vontade de chorar porque é doentio sentir mais do que amor fraternal por ele, que além de ter sido criado comigo, como um dos meus irmãos caçulas, também é quase quatro anos mais novo que eu.

- Eu amo você, Lua. - inspiro com calma, meu coração acelerando dentro do peito e meus olhos perdendo o foco com o acúmulo das lágrimas neles. - Amo da forma que não deveria, mas eu amo porque isso tá acima do que eu consigo ou não controlar.

- Acho que tá na hora da gente ir embora. - eu o interrompo num sussurro, sua proximidade começando a me sufocar a partir do momento que sinto seus lábios roçando os meus enquanto ele falava. - Papai e... - pigarreio, deixando uma lágrima grossa deslizar por meu rosto ao reformular a frase que mais machuca ao ser dita: - Seus pais devem estar preocupados com a gente.

- Ahh, Lua...

Aperto meus olhos, soluçando ao deixar o choro sair livre ao finalmente ter forças para tirar suas mãos de mim e levantar do chão em que eu estava.

Meu corpo inteiro treme. Fraco, sujo por algo que contaminou muito mais do que as minhas roupas e a minha pele enquanto eu me forço a caminhar até o corpo estirado com as tripas para o lado de fora não muito distante de nós.

Ele fede e me faz sentir repulsa ao olhar pro seu rosto de pele avermelhada enfeitada por uma barba grisalha, que eu cuspo antes de me abaixar ouvindo Derick pedindo pra mim parar.

Mas eu não paro, não enquanto não vejo o corpo do doente que está com a alma queimando no inferno dentro da cova rasa feita pelo garoto que a partir de hoje eu vou me manter o mais longe possível porque não quero a sua vida e a minha entrelaçada da forma que só mostraria o quão parecida eu sou com aquela que me deu a luz.

- Lua, caralho!

Ele agarra a minha mão antes que eu a feche sobre o cabo da pá e me puxa a força pra ele, me prendendo no abraço que me sufoca e me faz gritar se debatendo por ser distorcido por minha mente o suficiente para se parecer com o do nojento agora dentro da cova.

- Sou eu, Lua! - suas mãos agarram meus ombros com força e me sacodem enquanto permaneço tentando sair do aperto do seu toque que parece queimar os lugares sujos pelo toque forçado de outro alguém. - Pelo amor de Deus, sou eu!

Meu corpo se eleva, retesado, quando de um segundo pro outro suas mãos sobem para as laterais do meu rosto e me puxam para cima, na direção do seu com uma força que faz meu pescoço estralar e a respiração ser travada no segundo em que finalmente abro meus olhos e tenho os seus se aprofundando na imensidão azul das minhas íris.

- Olha pra mim, filha da puta! - sua voz soa entre dentes, rouca, em transição, irritada e preocupada enquanto ele age de uma forma que nunca agiu comigo antes. - Tá olhando? Sou eu. Derick. E eu nunca, jamais, em hipótese alguma vou fazer o que aquele desgraçado fez contigo. Está me ouvindo? Eu nunca vou te tocar sem a tua permissão, Lua. Eu nunca vou te forçar a nada porque eu te amo pra caralho e eu quero que seja minha quando estiver bem. Quando estiver pronta pra ser minha e só minha. Pode ser daqui a um mês, daqui a um ano ou dez. Eu não me importo em esperar porque eu sei que um dia você vai ser minha e quando esse dia chegar, ninguém vai ficar entre nós. Eu não vou deixar que fiquem. Está me ouvindo?

- Me solta... - eu peço embargada ao soltar a respiração numa lufada pesada, sentindo seus lábios nos meus e nossos corpos sem espaço algum entre eles. - Por favor, me solta.

- Vai pro carro, Lua. Me espera lá que eu vou só enterrar o desgraçado. - ele me libera e dá um passo para o lado, me dando espaço para passar por ele sem nem olhar para trás ao abraçar meu próprio corpo e fazer o que ele pediu.

Eu abro a porta do carona e entro fechando ela, encarando com os olhos cheios de lágrimas as minhas mãos agora sujas e ouvindo vir do lado de fora o som da pá batendo contra a terra cascalhada.

Fico assim por segundos, minutos... Não sei quanto tempo. Mas me assusto quando ele entra batendo a porta do motorista, me fazendo só então deixar de olhar pras minhas mãos para olhar pro seu rosto iluminado pela luz interna ligada no teto do carro.

- Vai ficar tudo bem, Luara. - ele sussurra quase inaldível e mesmo sabendo que não, eu confirmo brevemente, segundos antes de ter minha atenção levada para fora do carro ao notar as luzes de vários faróis focando em nós, se aproximando com rapidez e me fazendo ver com mais nitidez os vários carros que nos cercam. - Puta merda!

Meu coração dispara, descontroladamente palpita forte dentro da caixa torácica quando vejo homens e mais homens saltarem dos carros ao redor do que estamos.

Armados! Eles estão armados com pistolas que são direcionadas para o interior do carro em que eu e Derick estamos.

- Derick... Meu Deus! - eu chamo assustada, minha mão buscando a sua de forma automática. - E agora?

- Fica calma... - engulo a saliva e levo meu olhar desesperado pra ele, notando que analisa a situação com o rosto impassível, como se fosse normal os vários homens estarem ao redor do seu carro. Dispostos a tirarem nossas vidas. - Vai ter que confiar em mim, tudo bem?

Meu corpo pula sobre o assento, assustado, quando um dos homens vestidos de preto bate com o cabo da sua arma contra o vidro da janela dele, gritando em inglês enquanto manda quem está dentro descer, se não, eles vão atirar.

- Confiar em você? - volto meu olhar pra ele, entrando em alerta quando o vejo se inclinar sobre o câmbio de marcha na minha direção. - Derick...

- Só confia em mim, amor. - engulo a saliva sentindo ela descer densa, quase indigerivel quando ele toca meus ombros e me puxa pra si num abraço que me dá a impressão de estar carregado de espinhos, que espetam meu corpo em contato com o seu. - Lembra do que eu falei? Que eu vou sempre te proteger?

Eu me sinto sufocar quando ele pergunta num sussurro, sua voz soando baixa o suficiente para que eu consiga ouvir o homem que bateu na sua janela segundos atrás, chamar o meu nome e sobrenome com sotaque britânico fazendo meu corpo inteiro arrepiar de um jeito horrível por lembrar que o desgraçado que matei também tinha o mesmo sotaque.

- Derick... - tento afastar ele quando sinto sua mão subir por minhas costas, dando a volta no meu pescoço e vindo parar na minha garganta de uma forma que eu não gosto de sentir - Derick... - chamo novamente, assustada e com medo quando ele firma a pegada sobre minha pele, me fazendo entrar em desespero total por começar a entender o que ele está prestes a fazer comigo. - Por favor, não faz isso...

Eu sinto o ar ser travado na minha garganta por sua mão, impossibilitado de seguir seu caminho até meus pulmões graças ao aperto do garoto que mesmo sendo mais novo é muito mais forte e habilidoso que eu graças aos anos de box e defesa pessoal que ele praticou com a intenção de sempre saber como me defender.

- Eu amo você, Lua.

Ele sussurra fazendo minha garganta queimar ao tocar em lugares estratégicos que me fazem sentir meu corpo amolecer em segundos e meus olhos pesarem de uma forma dolorosa demais.

- E eu não vou deixar que você foda com tudo ao sair lá fora. Não... O que tiver que acontecer, vai ser comigo.

Eu fecho meus olhos, deixando as lágrimas saírem sem controle porque não consigo se quer me mexer de tão pesado que sinto meu corpo nesse momento.

- Ninguém, nunca mais, vai tocar em você. E se te deixar inconsciente é a forma de te proteger de agora pra frente, acredite... Eu vou te deixar inconsciente quantas vezes forem necessárias, meu amor.

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