Por cinco anos, fui a esposa contratual de Thiago Albuquerque.
Meu dever? Cuidar dele com um remédio herbal único, uma cura secreta da minha família.
Tudo para salvar a fazenda dos meus pais, já que meu coração havia morrido com Lucas, meu noivo, dado como morto numa operação federal.
Cada dia era contado: setecentas e trinta humilhações suportadas em silêncio, a aguardar a liberdade.
Mas a paz prometida nunca veio.
No dia em que a ex-namorada de Thiago, Isabela Rocha, voltou, minha vida desceu a um inferno.
De esposa, fui rebaixada a empregada, alvo de zombarias de Thiago e da crueldade calculista de Isabela.
As humilhações diárias se intensificaram.
Fui acusada de sabotagem, trancada numa masmorra sob a chuva, enquanto eles riam da minha dor.
Isabela, numa demonstração sádica de poder, assassinou meu único conforto, meu gato Chico.
E então, com um sorriso venenoso, ela pegou minhas preciosas cartas de amor de Lucas.
Ela as queimou na minha frente, transformando em cinzas a última prova física do meu amor e da minha sanidade.
Eu, forçada a ver minhas memórias profanadas e reduzidas a uma piada doentia.
O vazio me consumiu. Não havia mais nada para perder, nem alma para salvar.
Que tipo de destino era este que me arrancava tudo, até a própria capacidade de sentir?
Por que eu, que só busquei salvar, era punida com tal crueldade?
Então, eu fugi.
Deixei o contrato, a mansão, as cinzas de Chico e as minhas cartas para trás.
Encontrei refúgio numa comunidade silenciosa nas montanhas, como "Irmã Serenidade", buscando uma paz que a vida me negou.
Mas o destino tinha uma última, e mais cruel, reviravolta: Lucas, meu Lucas, não estava morto há cinco anos.
Ele tinha estado vivo, e eu só descobri no dia em que ele finalmente morreu de verdade.
A segunda morte do meu amor foi a minha sentença final.
Minha história é sobre sacrifício, traição... e a paz que só pode ser encontrada quando o coração se parte para sempre.