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Quando o Vento Trouxe o Teu Nome

Quando o Vento Trouxe o Teu Nome

img Romance
img 5 Capítulo
img Sergin5611
5.0
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Sinopse

Sinopse: Em uma pequena cidade à beira-mar no sul da Itália, duas almas cansadas - Helena, uma brasileira que fugiu do barulho de São Paulo em busca de silêncio interior, e Luca, um livreiro local que vive sob a sombra de perdas do passado - se encontram por acaso... ou por destino? O romance é tecido em cenas suaves e intensas, como um bordado delicado em tecido grosso. Cada capítulo é curto e profundo, revelando pouco a pouco como o amor pode florescer entre dois estranhos que, sem saber, procuravam a mesma coisa: um lar dentro de si mesmos. Mas este não é apenas um amor entre duas pessoas. É também o amor pela vida, pelas pequenas coisas, pelo tempo, pela liberdade de ser quem se é. E, acima de tudo, pelo recomeço. Ao final dos 100 capítulos, o leitor não encontrará um final explosivo, mas uma serenidade que aquece o coração, como se algo dentro dele também tivesse encontrado abrigo. Personagens principais: • Helena Duarte – 38 anos, brasileira, ex-publicitária, deixou tudo após uma crise de ansiedade. Vai para a Itália para aprender a viver devagar. Tem um olhar poético sobre o mundo, mesmo quando está machucada. • Luca Moretti – 42 anos, dono de uma livraria herdada do avô. Perdeu a esposa há 5 anos e se fechou para o mundo. Tem um senso de humor leve, gosta de escrever cartas que nunca envia. • Nonna Cecilia – Avó de Luca, figura sábia, cheia de frases enigmáticas. É como o coração silencioso da história. • Anna – Amiga de Helena em Roma, incentivadora da viagem, cheia de vida, ajuda a costurar os capítulos com leveza. Estrutura dos Capítulos: • Capítulos curtos (1 a 2 páginas cada) • Cada capítulo tem título poético, como: "A curva onde o silêncio esperava", "Chá de jasmim e lembranças", "Teus olhos tinham o cheiro do mar", "Vinho para dentro, verdade para fora", etc. • Mescla de narração e pequenos trechos em 1ª pessoa (diários, cartas, bilhetes, lembranças)

Capítulo 1 A mala que ela não abriu

Helena passou mais tempo escolhendo a mala do que escolhendo o destino. Não sabia ainda, mas não era a viagem que importava - era o que ela deixaria para trás. Cada zíper fechado guardava uma ausência, cada compartimento era uma pequena renúncia.

Na noite anterior ao embarque, olhou demoradamente para o guarda-roupa. Pegou o vestido azul que nunca usou, a blusa branca que usava nos dias em que precisava de coragem e o colar da avó, ainda com o cheiro leve de jasmim. Dobrou tudo com um cuidado cerimonioso, como quem prepara um altar íntimo.

O embarque foi silencioso, sem despedidas. Seu celular estava no modo avião antes mesmo de sair de casa. Nada de mensagens, nada de explicações. Era um voo só de ida para fora - mas também para dentro.

Quando o avião pousou em Catania, o sol da Sicília parecia mais um abraço antigo do que um calor estrangeiro. O vento tinha cheiro de poeira e limão. Era como se o lugar a tivesse esperado durante anos, com a paciência das oliveiras e o brilho quieto do mar ao longe.

Helena não falava italiano, não conhecia ninguém. Mas seu coração sabia: ela não precisava mais de certezas, precisava de começos suaves. Nada de promessas definitivas, apenas o gesto delicado de colocar um pé depois do outro em um chão novo.

E foi na estação de trem, entre malas e turistas, que ela ouviu pela primeira vez o nome Luca. Não o viu, não o conheceu ainda. Mas algo em seu corpo reagiu, como se uma porta tivesse se entreaberto dentro dela. Era só uma voz ao longe, chamando por outro alguém. Mas o nome reverberou em seu peito como um eco familiar.

Ela parou por um instante, olhando ao redor. Não viu rostos conhecidos. E mesmo assim, pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se exatamente onde deveria estar.

O trem chegou com seu ruído metálico, levando e trazendo histórias. Helena subiu sem pressa, segurando firme a alça da mala que, por ironia, não abrira desde que saíra de casa. Talvez estivesse esperando por isso: que algo dentro dela se abrisse antes.

O trem partiu. Lá fora, a Sicília se movia em tons de amarelo e verde, como um velho filme projetado para sua alma recomeçar.

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