Capítulo 2 Verão de 2008

- Bom dia! família vocês não têm ideia da nossa programação desse ano. - Ricardo

- Bom dia pai (bocejo). Deixa eu adivinhar..... Pescaria?? (fala dando risos) - Júlia

Do outro lado da mesa Victoria ria da suposição está correta.

- Assim não vale, só saímos algumas vezes para pescar, na verdade, só saímos uma vez para pescar em família. - Falou Ricardo se sentindo injustiçado.

- Vamos falar a verdade meu amor, nos últimos meses você SÓ fala em pescaria, lógico que iríamos adivinhar né kkkkkk - Victoria

- Me passa o café por favor Juli, mas agora falando sério, consegui alugar uma casa de veraneio lá na Serra lunar e passaremos todo o dezembro e janeiro. (Sinal de silêncio para filha empolgada) E antes que pergunte sim,, tem piscina e pode levar a sua amiga caso os pais dela deixem. - Ricardo

Júlia ficou muito feliz com a notícia e correu para abraçar o seu pai. Ela sempre pegou pra alugarem uma casa na Serra Lunar, mas os horários deles dificilmente batiam.

Ricardo era um médico socorrista enquanto Victoria uma enfermeira quando se conheceram. Depois de alguns anos ela conseguiu virar médica cardiologista, mas a paixão de Ricardo eram os plantões na brigada de socorro e na cruz vermelha, ele era voluntário, antes de Júlia nascer Victoria também era voluntária com o marido, mas preferiu ficar em casa.

Após o nascimento de Júlia ambos pararam com os plantões na cruz vermelha, mas quando ela estava maior Victoria pediu ao marido que voltasse, pois ela sabia que aquilo era a paixão dele. Tirar o voluntariado dele era o mesmo que arrancar as penas de um pássaro.

Júlia sempre admirou essa cumplicidade dos pais em só com um olhar saber o quê o outro precisa ou quer, o que deixa feliz ou triste. Ela sempre falou querer alguém assim para ficar com ela, alguém que a completasse como nos contos de fadas.

- Vocês sempre trabalham nesses meses, como farão? - Júlia

- Já tem uns anos que não tiro férias propriamente ditas então peguei esses dois meses pra ficar com vocês. Já tem 4 anos que trabalho quase direto desde quando voltei pra cruz vermelha por esse motivo resolvi fazer essa surpresa. - Ricardo

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...Chegou o tão esperado dezembro...

A casa ficava bem dentro da mata, um riacho corria ao lado da casa onde também poderia fazer uma fogueira. Por ser na serra e dentro da mata mesmo no verão durante a noite era fria então dentro da casa havia uma lareira. Era o cenário romântico perfeito para um casal apaixonado.

- (saindo do carro) Se vocês queriam uma segunda lua de mel não precisavam me trazer junto. Vocês não fizeram um castiçal e sim uma menina muito linda 😊😁- Júlia

Júlia ficou encantada, a sala era simples mas acsimples, mas Tinha algumas poltronas, uma lareira de pedra. Não aparentava ser uma casa descuidada, pelo contrário, o dono se importava muito com cada cantinho.

Por falar em cantinho ela ficou apaixonada pelo que vou quando foi explorar a casa. Júlia gostava muito de ler então aquele seria seu novo "cantin" como ela mesma dizia. Parecia ter sido pensado nela, se quisesse dava até pra dormir ali.

- E então Juli, o que achou da casa? - Victoria perguntou parecendo está mais ansiosa que ela.

- Eu simplesmente amei tudo mãe, parece até que foi pensado em mim. Em nós, na verdade. - Júlia soltou um sorriso amarelo.

Seu pai se aproxima tocando em seu ombro e fala - O cara que pensou essa casa deve ser muito inteligente, bonito e talentoso. Eu me casaria com ele.

- Qual é pai mudou de lado?? - Júlia

- Bom eu me casei com ele. - Victoria

- Há minha mãe se casou com ele... (incrédula) Minha mãe se casou com ele??? Então..... - Júlia

- Sim ela é nossa - Victoria

Júlia não conteve a emoção e correu para abraçar os pais. Definitivamente aquele verão seria o melhor de todos.

Depois de desarrumarem as coisas Júlia foi andar um pouco pra conhecer o local, mesmo sendo um tipo de condomínio ecológico ainda era na mata então além de animais ela poderia se perder.

Foi nessa caminhada que ouvia de longe um canto muito bonito, dava pra perceber que a pessoa estava dedicada mesa música e mesmo não entendendo de canto a voz era suave e encantadora.

- Poxa a melodia do piano com a voz dele mesmo sendo linda soa muito triste. Quem poderia cantar tão bem e ter tanta dor ao mesmo tempo? Será que consigo chegar perto?

Curiosa como só ela tentou chegar mais perto da casa.

Mas nesse momento a luz de fora acendeu e saiu um homem de lá. Ela pensou que não poderia ser ele o cantor e estava certa pois logo a pessoa voltou a cantar. Ela ouviu um pouco mais e saiu de volta pra casa mas com o intuito de retornar e conhecer aquela pessoa triste.

            
            

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