Rejeitada
img img Rejeitada img Capítulo 4 Quem era o cara
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Capítulo 6 Nada que uma boa maquiagem não resolva! img
Capítulo 7 SETE ANOS E ALGUNS MESES DEPOIS img
Capítulo 8 CINCO ANOS ATRÁS img
Capítulo 9 Você é tão, tão linda... img
Capítulo 10 Como estão as coisas por aí img
Capítulo 11 Como estão as coisas por aí Part ll img
Capítulo 12 Namora comigo img
Capítulo 13 Bem-vinda de volta, querida. img
Capítulo 14 Greg img
Capítulo 15 você está passando bem img
Capítulo 16 Greg img
Capítulo 17 Eu só quero ser feliz! img
Capítulo 18 Seja feliz, Talia. Você merece. img
Capítulo 19 Epilogo img
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Capítulo 4 Quem era o cara

- Uau! Que ressaca fodida - murmurou Pamela assim que abriu os

olhos na manhã de sábado.

Minha amiga adorava encher a cara na balada, ao contrário de mim, para

ela a noite só teria graça se tivesse uma boa quantidade de álcool no sangue.

- Bem feito, você pediu por isso.

Sentando-se em meio a gemidos, Pamela me encarou curiosa e eu sabia

que seria bombardeada de perguntas.

- Quem era o cara? - Foi direto ao ponto.

- Eu saberia dizer, se você não me tirasse de lá.

- Não me enrole, se você nem sabia quem era ele, não estaria tão

chateada por ter ido embora.

Encarei-a com cara de poucos amigos.

- O nome dele é Gregory, o cara mais gato da face da Terra.

- Não, o cara mais gato da face da Terra é o Brad Pitt. Sabemos disso.

Gargalhamos.

- Bem, ele deve ser algum parente distante do Brad, porque é

incrivelmente gato - justifiquei. - Além de ser mais velho. Outro nível, se

é que entende o que eu quero dizer.

Pamela esqueceu sua ressaca e começou a me bater com o travesseiro.

- Sua safadinha! O que vocês fizeram?

- Pare com isso! - Desvencilhei-me do seu ataque. - Não fizemos

nada demais, apenas nos beijamos. Ele não é o tipo de cara que sai por aí

passando o rodo.

- Fala sério, Lia! Todos os homens são assim.

- Ele não - defendi.

Pamela franziu a testa.

- Como assim? Ele não passou a mão em você enquanto se beijavam?

- Não! Quer dizer, sim. Mas não como esses garotos inconvenientes.

- Não estou entendendo nada, amiga!

- Eu também não entendi muito bem, mas gostei dele. Era diferente,

cheio de falar coisas bonitas e realmente interessantes. Nada de conversa

sobre carros, bebidas, futebol. Essas besteiras que os caras costumam

conversar quando querem impressionar a gente.

- Sei. - murmurou ela, desconfiada.

- O que foi?

- Desculpa eu cortar o seu clima de romance, mas o cara pode ser um

serial killer! Vai saber? Ele não quis transar com você? Amiga, com aquele

seu vestido vermelho, até eu queria transar contigo!

- O quê? Você está louca?

Ela riu do meu espanto.

- Só estou zoando, o que quero dizer é que não é comum você

encontrar um cara na balada que esteja só a fim de conversar e trocar alguns

beijos. Homens são levianos por natureza, nunca encontrei uma exceção.

- Bem, parece que eu encontrei uma.

- Parece que sim. Quando vão se encontrar de novo?

- Talvez nunca mais, já que minha amiga me tirou de lá às pressas,

sem que eu pegasse o número do telefone dele.

- Oh, merda! - A cara de desgosto da Pamela, foi sensacional. - Eu

fodi com tudo, né?

- Uhum.

- Ah, mas convenhamos. Foi uma emergência. Você me perdoa?

- O que posso fazer? Te matar? Infelizmente não. Você não sabia que

eu estava com alguém, a culpa não é inteiramente sua.

- Meninas, acordem! O almoço está na mesa - chamou minha mãe ao

bater na porta do meu quarto.

- Almoço?

- Almoço sim, vocês dormiram a manhã toda.

Eu odiava acordar tão tarde no fim de semana.

- Estamos indo, tia Clarice - respondeu Pamela, por nós duas.

- Odeio acordar tão tarde, fode toda a minha rotina.

- Vamos comer, estou varada de fome.

Após nossa higiene matinal, totalmente fora de horário, fomos para a

cozinha e nos juntamos com meus pais. Almoço em família era algo sagrado

aos fins de semana, Pamela era parte da família e meus pais gostavam muito

de sua companhia, tanto quanto eu.

- Como foi ontem na tal boate? - meu pai perguntou.

Pamela e eu nos entreolhamos.

- Foi legal - respondi dando de ombros -, teve uma briga no final

então viemos embora.

Minha amiga fuzilou-me com os olhos, ela odiava esses momentos de

sinceridade entre meus pais e eu, mas eu jamais conseguiria mentir, afinal,

tínhamos um relacionamento muito bom e sempre fui incentivada a me abrir

com eles.

- Alguém se feriu?

- Saímos de lá assim que começou, tio Paulo. Nem deu para saber o

que houve.

- Menos mal, ao menos minhas meninas são sensatas.

- Diga isso pra minha mãe, por favor - gracejou Pamela.

O almoço foi tranquilo e logo depois Pamela e eu ficamos responsáveis

pela limpeza da cozinha. Meus pais saíram em seguida para visitar meus avós

na cidade vizinha. Era praticamente uma tradição, eles iam sempre depois do

almoço e ficavam para o jantar.

Enquanto enxugava um prato, Pamela deu um salto e um grito,

assustando-me.

- Merda! Merda! Merda! Por que não pensei nisso antes? - disse a si

mesma, empolgada.

Quase deixei o prato que estava ensaboando escorregar de minhas mãos.

- Odeio quando você tem alguma ideia brilhante - desdenhei de mau

humor. - Precisa gritar desse jeito?

Deixando o prato em cima da mesa, juntamente com a toalha de louça,

Pamela correu para o meu quarto cantarolando uma música em inglês, que na

verdade nem se parecia uma música, mas algum som esquisito que ela insistia

em dizer que era uma música.

- O que foi agora? - gritei para que ela me ouvisse, terminando de

lavar o prato.

Pamela voltou à cozinha, trazendo meu laptop junto com ela.

- Você sabe o nome dele não é? - perguntou animada.

- O nome de quem?

- Do cara gostoso.

- Ah sim, o Gregory.

- Sobrenome?

Franzi a testa.

- Por que quer saber?

- Vamos procurá-lo nas redes sociais! - disse como se fosse um

grande gênio da ciência.

Imediatamente sequei minhas mãos e me juntei a ela.

- Gregory Cadore, esse é o nome dele.

Pamela digitou o nome na ferramenta de busca e senti meu corpo todo

arrepiar, quando a foto dele apareceu, no perfil da rede social.

- É ele? - perguntou Pamela me encarando de queixo caído.

Assenti com a cabeça, não conseguia dizer nada.

Precisava ser tão lindo?

- Minha nossa! O cara é mesmo parente do Brad para ser lindo assim

- murmurou Pamela enquanto fuçava o perfil de Gregory.

A maioria das fotos era bloqueada, mas foi possível ver algumas. Uma

delas ele estava abraçado com as gêmeas, pareciam estar em alguma praia,

pois ele estava sem camisa e elas com trajes de banho. Fiquei hipnotizada em

seu corpo definido.

O homem gostava de malhar, com certeza.

- Estou logada no seu perfil, Lia. Vamos enviar um convite pra ele?

- Como assim? Não quero perseguir o cara.

- Não seja imbecil! Ele deve estar pensando que você deu o fora nele e

aproveitou a briga para ir embora. Você pode deixar uma mensagem privada,

explicando que eu te obriguei a me levar pra casa.

Pensei um pouco no que Pamela estava me propondo, não era de todo

ruim, além do mais, queria falar com ele novamente. Não estava apaixonada,

nada disso, mas Gregory foi legal comigo e soube me respeitar, mesmo

quando eu permiti que ele fosse além. Ele não me evitou, quis me conhecer

melhor e eu estava intrigada a seu respeito. Ver seu perfil na internet atiçou

minha vontade de vê-lo outra vez.

- Tudo bem, manda o convite. Mas não vou dizer nada por enquanto,

não quero pressioná-lo. Se ele falar comigo, eu respondo.

- Ai que saco, você! - reclamou. - O cara estava te dando mole à

noite toda e você aí se fazendo de difícil.

- Ei, você nem estava lá. Não fiquei me fazendo de difícil, pare de agir

como se soubesse o que aconteceu.

- Você está rabugenta!

Em um momento de impulso, fechei o laptop.

- Vamos dar uma volta, não quero ficar trancada em casa.

- Tudo bem, deixa o bonitão de lado e vamos ao shopping.

No momento seguinte, Pamela já havia esquecido nossa pequena

discussão e invadiu meu armário para pegar uma roupa emprestada. Fomos

ao shopping e passamos a tarde olhando vitrines, tomando sorvete e

acabamos assistindo a um filme no cinema. Já estava anoitecendo quando ela

me deixou em casa, indo embora em seguida.

Meus pais tinham me enviado uma mensagem comunicando que iriam

pernoitar na casa dos meus avós, pois os irmãos do meu pai tinham se

reunido por lá e eles fariam um churrasco no dia seguinte.

Tomei um banho e vesti meu pijama, não era hora de ir para a cama,

mas como eu não pretendia sair de casa, quis me sentir confortável. Peguei

meu laptop e o levei para o quarto, sentei na cama e o liguei. Estava na

expectativa para saber sobre o cara da noite passada. Pamela me deixava com

os nervos à flor da pele e eu não sabia como reagir se ele aceitasse ou não o

convite de amizade.

Entrando no meu perfil, olhei as atualizações e lá estava a confirmação:

Gregory Cadore tinha aceitado meu convite de amizade há menos de uma

hora!

- Não acredito!

Corri para o perfil dele e tratei de espiar suas fotos, que não eram

muitas, apenas em algumas ocasiões descontraídas, com alguns amigos. Nada

revelador ou constrangedor. Sem fotos com outras mulheres, apenas com as

gêmeas. Sua linha do tempo era quase sem atualizações, apenas algumas

frases de alguns escritores famosos, mas nada que me mostrasse um pouco da

pessoa que ele era.

Observando bem, não parecia o tipo de pessoa que estava sempre online, mas naquele instante ele estava, e quando a janela de conversa apareceu

em minha página, com o nome dele e aquela bolinha verde do lado, meu

coração quase saiu pela boca.

Gregory: Oi, Lia. Você me encontrou, pensei que tivesse fugido de mim,

mas parece que não.

Ai meu Deus! Ele está mesmo falando comigo!

Lia: Oi, Greg. Não fugi, desculpe. Minha amiga doida me arrastou para

fora da boate, por causa da briga.

Gregory: Boa amiga. Desculpe não ter ficado com você. Surtei ao me

dar conta que as meninas estavam no centro da briga .

Lia: Como elas estão?

Gregory: Estão bem, são espertas, eu as encontrei voltando para o bar,

no meio do meu caminho até elas. Quando chegamos lá, para te encontrar,

você não estava mais. Passei um tempo te procurando, mas achei melhor

levar as garotas para casa.

Lia: Fez bem. Foi questão de minutos, você saiu e Pamela apareceu. Na

verdade, ela quem me deu a ideia de te procurar na internet.

Gregory: Lembre-me de agradecê-la por isso. Não acredito que

consegui te encontrar novamente.

Lia: :)

Gregory: Novamente sem palavras? Aposto que ficou vermelha também.

Lia: Sou muito previsível?

Gregory: É encantadora. Preciso te ver de novo, só você e eu. Você

quer?

É claro que eu quero. Mas como faremos isso? Pensei.

Na boate estávamos cercados por pessoas, mas embora eu me sentisse

atraída por ele, não queria me arriscar. E se a Pamela tivesse razão? Ele

poderia ser um lobo em pele de cordeiro.

Lia: Quero sim. Sugere algum local?

Gregory: Quer jantar comigo?

Lia: Aonde?

Gregory: Na casa da minha irmã, as gêmeas estão aqui. Não precisa ter

medo.

Lia: Não estou com medo!

Gregory: Sou um estranho, você deveria estar com medo.

Lia: Deveria?

Gregory: Quer dizer, medo de sair com um estranho. Não que deveria

estar com medo de mim.

Lia: Suas sobrinhas me odiaram.

Gregory: Minhas sobrinhas odeiam qualquer mulher que se aproxime

de mim.

Lia: Você pode deixá-las em casa e sair comigo?

Gregory: Posso sim, elas já são bem grandinhas.

Lia: Ótimo!

Gregory: Posso passar na sua casa?

Lia: Pode.

Passei meu endereço a ele, ainda com receio.

Como meu pai era gerente de banco, nossa casa contava com um

moderno sistema de alarme e monitoração, havia câmeras por todo o pátio e

isso me deixou mais confortável, encontrar-me com ele em casa seria mais

seguro do que em outro local.

Sempre fui cautelosa em se tratando de estranhos, precaução nunca é

demais.

Eu duvidava que pudesse haver algo suspeito ou ruim com Gregory, ele

não teve receio de me apresentar às suas sobrinhas e pareceu ser um

cavalheiro, tanto comigo quanto com elas.

Eu não o conhecia muito bem, mas confiava nele.

Além do endereço, passei o número do meu celular.

Não queria impressionar, apenas parecer eu mesma, a Lia de sempre,

que usava jeans e salto, uma t-shirt e um blazer despojado. Meu cabelo

enrolado preso com um simples elástico, uma maquiagem leve com rímel,

correção da sobrancelha, um pouco de blush para corar o rosto e um gloss

transparente com sabor de morango.

Meu perfume da vez e prontinho!

Simples e casual, como costumava ser.

Meu celular tocou às oito horas em ponto, era ele. Não atendi, mas corri

para a porta após pegar minha bolsa. Ele estava em pé, escorado na lateral do

carro.

Meu coração acelerou, engoli o nervosismo e após fechar a porta e

acionar o alarme, fui até ele.

- Oi.

Greg me encarava com a mesma intensidade da outra noite. Aproximouse de mim e deu um sorriso de encharcar qualquer calcinha.

- Oi - retribuiu ainda me olhando daquele jeito intenso. - Você é

ainda mais linda do que eu me lembrava.

Acho que fiquei vermelha, pois ele deu um sorrisinho torto que estava se

tornando sua marca registrada. Pegando minha mão, Gregory abriu a porta do

carona para que eu entrasse.

- Para onde vamos? - Eu quis saber, assim que ele se acomodou no

banco do motorista.

- O que você gosta de fazer? De comer?

- Me surpreenda.

- Isso pode ser ruim, não te conheço e estou apavorado, devo dizer.

- Apavorado?

- Sim, quero te impressionar, mas preciso da sua ajuda para isso.

- Por mim, até um lamém me deixaria bastante impressionada.

- Eu estou falando sério aqui.

- Ei, eu quero a sua companhia, não importa se vamos comer

hambúrguer com fritas em um drive-thru.

- Isso foi uma pista, não é?

- Vamos lá, Greg.

Balançando a cabeça ele ligou o carro e foi em direção ao centro. O

rádio estava ligado em alguma estação de música românica, achei meio

brega, mas não falei nada.

Gregory parou em um drive-thru e pediu hambúrguer com batatas fritas

e refrigerante. Conversamos algumas amenidades enquanto ele dirigia até a

saída para pegar nossos pedidos. Em seguida continuou dirigindo, pegando o

acesso até o mirante da cidade.

Aquilo parecia romântico, com exceção do fast-food.

Parando o carro no estacionamento, Gregory saiu levando as

embalagens com ele, deu a volta até o meu lado e abriu a porta para que eu

me juntasse a ele.

- Aqui está seu hambúrguer com fritas, senhorita. - Entregou-me o

pacote gorduroso.

Ficamos escorados no carro, de frente para as luzes da cidade. Era uma

vista linda, de tirar o fôlego. Havia outras pessoas no mirante, era sábado à

noite e muitos iam ali para fazer um 'esquenta' antes de saírem para a balada,

outros apenas para tocar violão e dançarem a noite toda e alguns casais para

ter mais privacidade, embora eu não soubesse dizer como teriam privacidade

com tantas pessoas ali presentes. Felizmente eles pareciam não se importar.

- Então, o que você faz da vida? - perguntei, tentando puxar algum

assunto.

- Sou professor - respondeu dando de ombros.

- Legal, dá aula do quê?

- Filosofia.

- Jura?

Ele parou de comer seu hambúrguer e me encarou.

- Juro, isso é ruim?

- Não, é bonitinho.

- Nunca me disseram que era bonitinho ser professor de filosofia.

- Eu acho bem bonitinho, na verdade.

Continuamos comendo e bebendo nosso refrigerante.

- E você? O que faz?

- Trabalho como secretária. - Dei de ombros, não quis contar que

ainda era estudante universitária, não queria parecer uma adolescente, mas

uma mulher adulta, a mulher que ele dizia ter visto quando me encontrou. -

Não é a meta da minha vida, mas eu gosto muito do meu emprego.

- Se você gosta do que faz é o que importa.

- E o que você gosta de fazer, além de lecionar?

Terminamos de comer nosso hambúrguer e jogamos as embalagens em

um latão de lixo que havia por perto.

Voltamos a ficar escorados no carro, encarando o mirante.

- Gosto de pilotar minha moto, sentir a brisa no meu rosto e ter a

sensação de liberdade pairando sobre mim quando estou sobre duas rodas.

- Isso foi imprevisível! - Eu estava muito surpresa e admirada.

- Imprevisível bom? - Arqueou uma das sobrancelhas.

- Imprevisível incrível. - Bati meu ombro de leve em seu braço,

porque mesmo de salto ele continuava mais alto do que eu. - Você tem esse

jeito todo certinho, sabe? E quando diz que curte pilotar sua moto é algo que

remete um pouco a rebeldia, sei lá! - Dei de ombros. - Foi mal, eu não

queria estereotipar. Foi uma colocação bem infeliz da minha parte. Acho que

a palavra correta é aventureiro.

- Aventureiro?

- Uhum. - Fiz que sim, com um gesto de cabeça. - Ontem

conversamos e bem, a impressão que você passa é de que tem a vida toda no

lugar. É um bom irmão, um bom tio, e foi muito cavalheiro comigo. Deu um

'chega pra lá' no meu ex-namorado inconveniente e não se aproveitou da

situação, mesmo quando te dei espaço. Eu jamais te imaginaria frequentando

uma danceteria ou pilotando uma moto. Cara, você é professor de filosofia!

- Comecei a rir e ele também.

- Eu sou professor de filosofia, um bom irmão e um ótimo tio. Mas

também sou homem, Lia. E me senti muito atraído por você. Também sou

jovem e gosto de aproveitar minha vida, não pense que sou um chato ou que

vivo afundado em livros velhos e citando Platão e Sócrates o tempo todo.

Não contive a risada. Joguei minha cabeça para trás, sentindo-me

descontraída em sua companhia.

- Eu gostaria de passear de moto, com você, um dia desses...

- Vou adorar te levar para passear de moto, um dia desses.

O silêncio pairou entre nós por alguns minutos. Inclinei-me para trás,

escorando-me no capô do carro, fitando o céu limpo e estrelado. Greg imitou

meu gesto, mas buscou minha mão e a prendeu à sua.

- "Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua

vida."- murmurou, ainda olhando para o céu.

- Ei, isso foi bonito. - Sorri, virando meu rosto para encará-lo.

Ele me encarou e retribuiu o sorriso, mas havia um quê de humor.

- É Platão.

Apenas continuei sorrindo e voltei a fitar o céu. Podia-se ouvir as vozes

das outras pessoas conversando, rindo, curtindo a noite de sábado. Podia-se

ouvir músicas ao fundo misturando-se umas nas outras. Estilos diferentes,

ritmos e letras diferentes. Uma bagunça, mas nada daquilo importava porque

ali, escorada no capô de um carro ao lado de Gregory, minha noite estava

sendo simplesmente perfeita.

- "Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida." - Foi a minha

vez de bancar a moça culta.

- Sócrates! - Sua mão apertou a minha e ele deu uma risadinha. -

"A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo."

- Não cite Nietzsche para mim! - ralhei, em um falso tom de

reprimenda.

Ele apertou minha mão outra vez.

- "A beleza das coisas existe no espírito de quem as contempla." -

tentou de novo.

Levei um tempo até responder:

- David Hume. - Identifiquei e pensei em outra citação. - "Tomei a

decisão de fingir que todas as coisas que até então haviam entrado na minha

mente não eram mais verdadeiras do que as ilusões dos meus sonhos."

Greg arrumou sua postura, desencostando-se do carro, virou-se de frente

para mim, que permanecia deitada, mas nossas mãos ainda se conectavam.

- René Descartes. - Outro aperto na mão, desta vez me

impulsionando a me sentar. Assim que nossos olhos se encontraram uma

outra vez, ele me fitou com curiosidade. - Como não percebeu Platão a

primeira vez?

- Desatenção, querido. - Pisquei para ele, tornando a ficar de pé. -

"O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz."

- Eu posso facilmente me apaixonar por você, se continuar citando

Aristóteles pra mim.

Aproximei-me dele e segurei-lhe a outra mão.

- "A inteligência é a insolência educada."

Com outra citação do filósofo grego, eu basicamente estava lhe dizendo:

"quero muito que se apaixone por mim."

- Acho que nunca me senti tão despreparado como agora, Lia.

- Como assim? - Pestanejei.

- Sinto-me um adolescente bobo, querendo impressionar. Já tem um

tempo que não passo por isso, não faço ideia do que fazer para te manter

interessada. E aqui estamos, citando os filósofos mais importantes da história.

E você é boa nisso...

Mal acreditei no que estava ouvindo. Aquele homem, lindo, sexy e

inteligente, não sabia o que fazer para me manter interessada nele? Podia ser

mais fofo do que isso?

- Não se assuste, Greg. Eu gosto de postar frases reflexivas no perfil

on-line, só isso.

Ele balançou a cabeça em um gesto negativo.

- Não é só isso, Lia.

- "A cultura é o melhor conforto para a velhice." - citei Aristóteles

de novo.

Vamos lá, se apaixone!

Cheguei mais perto, ficando de frente para ele. Coloquei meus braços

em volta do seu pescoço e pressionei meu quadril contra o seu.

- Pois seu problema está resolvido, sei de um jeito perfeito para você

me manter interessada.

Sem deixá-lo responder, eu o beijei cheia do desejo que estava

acumulando desde que o vi na frente de minha casa, com aquele jeans escuro

e a camisa bordô.

Como um homem daqueles poderia se preocupar em impressionar uma

mulher?

Gregory devia saber que para isso, teria que apenas respirar ou dar um

daqueles sorrisos perfeitos, e qualquer mulher se jogaria aos seus pés. Ele me

segurou pela cintura e retribuiu o beijo com volúpia embora eu pudesse sentir

que se continha.

- "Um bom começo é a metade." - Outra citação de Aristóteles

quando me afastei o suficiente para que nossos olhares se encontrassem. -

Não estou interessada em ter suas mãos em minha cintura, Gregory. Quero

que toque meu corpo, assim como eu quero tocar o seu - sussurrei em seu

ouvido, antes de morder o lóbulo da sua orelha.

Sorri vitoriosa ao ouvir um gemido escapando dos seus lábios. Ele sorriu

também, do mesmo jeito da noite anterior, quando eu deixei um gemido

escapar. Greg era um homem lindo e extremamente sedutor, não havia

dúvidas, mas a sua preocupação com o meu bem-estar e com os limites que

poderia ou não ultrapassar no primeiro encontro, estavam me matando.

De toda maneira eu nunca fui uma garota recatada. Namorei o Caio por

dois anos e com ele tive muitas experiências, éramos jovens e bastante

curiosos em relação ao sexo. Podia estar solteira, mas meus hormônios

estavam em ebulição na presença daquele homem atraente.

- Não quero que pense que estou me aproveitando de você - ele disse

tentando recuperar o fôlego.

- "É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a

fazer." - Porra, Aristóteles! Me dê uma forcinha aqui! - Eu quero que

você se aproveite de mim - revidei, buscando seus lábios novamente. -

Também quero me aproveitar de você, Gregory...

- "A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las."

Segurei seu rosto entre minhas mãos:

- Já entendi que você respeita as mulheres com quem costuma sair, que

não é o tipo de cara que só está atrás de sexo. Mas saiba de uma coisa: isso

não significa que você tem que evitar. Se a coisa esquenta é porque os dois

fazem a chama acender, O.k.?

Gregory mordeu meu lábio inferior antes de responder:

- O.k. - Pegando minha mão, ele me levou até o carro e abriu a porta

do carona. - Entre, vamos sair daqui.

- Para aonde vai me levar? - Senti a adrenalina percorrer todo o meu

corpo.

- Ainda não sei.

- Me leve pra casa - sugeri.

- Pensei que quisesse ficar comigo.

- Eu quero, vamos para minha casa. Meus pais vão dormir fora essa

noite.

Ele me encarou com desejo e dúvida nos olhos, mas não recuou.

- Tudo bem.

Enquanto dirigia, mudei a estação de rádio para uma mais agitada.

O carro parou em um sinal vermelho e Gregory puxou-me para um beijo

rápido. Nossas línguas se movimentavam, descobrindo uma a outra, suas

mãos prendiam meu cabelo com um pouco de força e eu gostei daquilo,

finalmente ele estava se soltando, sem conter o desejo que sentia por mim.

Ouvimos a buzina de um carro e começamos a rir, Gregory observou o

sinal verde e acelerou.

Eu estava excitada demais com os nossos beijos e carícias. Observandoo enquanto dirigia, uma ideia surgiu e sorri imaginando qual seria a reação do

Senhor Certinho. Coloquei uma das mãos em cima de sua calça jeans,

sentindo o seu volume. Sabia que ele estava excitado também, mas sentir seu

membro sob a calça me deu a prova. Gregory encarou-me um pouco

assustado com a minha ousadia, mas não recuei, comecei a acariciá-lo

lentamente por cima do seu jeans, observando-o se mover no banco,

absorvendo as sensações do meu toque.

- Ah, merda - murmurou entredentes, mantendo-se concentrado no

trânsito.

- O professor fala palavrão, que coisa feia - brinquei, continuando as

carícias, apertando seu membro com minhas mãos para sentir seu tamanho e

fiquei feliz com a minha constatação.

Novamente um sinal vermelho. Aproveitando-me da deixa e fui mais

ousada, abrindo o zíper de sua calça enquanto ele respirava pesadamente e

me observava em silêncio. Assim que abaixei um pouco o jeans com a ajuda

de Gregory, coloquei a mão dentro de sua boxer. Senti uma onda de calor em

minha intimidade, a excitação de tocá-lo estava me deixando ainda mais

ardente para tê-lo dentro de mim. Comecei a massageá-lo com movimentos

leves, para cima e para baixo, ouvindo seus gemidos enquanto suas mãos

seguravam o volante com força.

Nunca havia feito aquilo com o Caio, mas sempre tive vontade. Uma de

minhas colegas da faculdade havia contado sobre sua experiência com o

namorado e eu fiquei curiosa para vivenciar algo parecido.

- Você vai acabar comigo, Lia...

- Calminha aí, Greg. Concentre-se no trânsito que eu me concentro em

você.

O sinal ficou verde e ele prosseguiu, em breve estaríamos em casa e

então eu poderia sentir toda a sua virilidade como realmente desejava. Jamais

senti tanta necessidade por um cara antes, Caio foi meu namorado desde os

dezesseis anos, minha primeira vez foi com ele e somente ele havia me

tocado tão intimamente. Detalhe que não me fazia nada tímida, já que eu

sempre tive muita curiosidade sobre como seria transar com outro homem,

além do meu namorado. Apesar disso, fui fiel ao Caio, pois era um bom

namorado e sempre procurou me agradar na cama.

A excitação por estar com minhas mãos em um homem de verdade e não

um garoto como meu ex, deixava-me ainda mais ansiosa e excitada.

Continuei masturbando-o enquanto ele dirigia, por seus gemidos sabia que

ele não aguentaria muito tempo. Encarava fascinada para o seu pau que

soltava o líquido pré-ejaculatório, deixando-me salivando para tê-lo em

minha boca.

Assim que o carro parou no último semáforo antes de chegarmos a

minha casa, não resisti e me inclinei.

- O que você vai fazer?

- Relaxa Greg, eu vou te chupar agora.

Não foi preciso muito esforço para que ele gozasse em minha boca.

****

O carro parou em frente à minha casa e nos encaramos por uns segundos

em silêncio.

- Eu quase bati o carro.

- Você dirige muito bem. Vamos entrar?

Ele ficou sério.

- Não sei se isso é certo.

- Diz que não quer me usar, mas vai embora depois de eu te pagar um

boquete? Bem conveniente, não é?

Saí do carro, entrei no pátio e caminhei em direção à porta de casa. Não

demorou para que ele me alcançasse, pegando-me pelo braço.

- Desculpe! - Sem me dar chance para responder, tomou minha boca

em um beijo e levantou-me no colo, fazendo com que eu envolvesse minhas

pernas em torno de sua cintura.

- Os vizinhos estão acordados. - Consegui dizer, olhando para a casa

ao lado.

- Então vamos entrar logo - pediu sem fôlego.

Gregory colocou-me no chão e esperou que eu destravasse o alarme e

abrisse a porta da casa. Assim que entramos, novamente me tomou nos

braços e começamos a nos beijar enquanto eu o guiava até meu quarto.

Abri a porta e o empurrei para cima da minha cama, que por sorte era de

casal. Como comecei a namorar desde cedo, meus pais compraram uma cama

maior assim que souberam que eu tinha vida sexual ativa, para eles era

preferível que sua garotinha não precisasse sair às escondidas para dormir

com o namorado, então Caio tinha permissão para dormir aos fins de semana

em minha casa, comigo. Além do Caio, a Pamela muitas vezes dormia em

minha casa, quando tínhamos que estudar para provas ou fazer trabalhos da

faculdade.

Antes de me jogar em cima de Gregory, retirei meu salto e o blazer, em

seguida tirei minha t-shirt, ficando apenas de jeans e sutiã. Subi em cima

dele, sentando-me em sua barriga. Lentamente abri um por um os botões de

sua camisa e com sua ajuda a retirei.

Que homem lindo!

Não tinha palavras o suficiente para descrevê-lo. O seu cheiro masculino

era inebriante, deixando-me ainda mais excitada. Gregory sentou-se na cama,

comigo ainda em cima dele, frente a frente, voltando a me beijar com

volúpia, senti suas mãos em minhas costas abrindo o fecho do sutiã,

desfazendo-se da peça ao jogá-la em algum canto do quarto. Com respiração

pesada, ele encarava meus seios, segurando-os com as duas mãos.

- "A natureza não faz nada em vão." - Foi sua vez de citar

Aristóteles para mim, fazendo-me sorrir com a bela colocação. - Tão

perfeita, Lia. Você é uma mulher incrivelmente linda.

Por ter me dito aquilo tantas vezes, finalmente acreditei que era linda

perante os seus olhos.

Os beijos retornaram ainda mais ardentes em meu pescoço e colo,

arrepiando-me de prazer, fazendo-me sentir desejada. Quando seus lábios

tocaram meus mamilos enrijecidos, não contive um pequeno gritinho de

êxtase.

O que estava acontecendo comigo?

Aquela sensação era maravilhosa, um arrepio percorreu minha espinha e

a umidade entre minhas pernas se fez ainda mais presente, eu sabia que

minha calcinha estava arruinada desde quando ele tocou seus lábios nos

meus.

Virando-me de costas para a cama, ele inverteu nossas posições,

deixando-me completamente exposta ao tirar minha calça jeans e junto com

ela a minúscula calcinha. Por sorte eu tinha o hábito de me depilar com

frequência e estava tudo O.k. com a minha companheira lá embaixo.

Observei enquanto ele admirava meu corpo, abrindo o zíper do seu jeans

e o tirando, ficando apenas de boxer. Mordi meus lábios em antecipação.

Gregory deitou-se em cima de mim, depositando beijos em meu pescoço.

Parando em meus seios, ele os acariciou dando-lhes a devida atenção,

sugando-os com força e deixando-me ainda mais enlouquecida com o toque

de sua língua e seus dentes.

- Estou adorando cada pedacinho de você, Lia...

Seus beijos e mordidas desceram até minha barriga, fazendo-me erguer

meu quadril em direção à sua boca, cada vez mais ousada em suas carícias.

Minhas mãos estavam em sua cabeça, puxando seu cabelo e o guiando para

baixo.

Havia algo que eu desejava muito fazer, mas que o Caio nunca fizera

comigo. Embora ele adorasse o sexo oral, jamais havia feito em mim, dizia

que achava nojento, mas nunca reclamou quando eu chupava o seu pau.

Estava com vergonha de pedir ao Gregory que me chupasse, mas desejava

desesperadamente que ele fizesse isso comigo.

Como se adivinhasse meus pensamentos, ele foi se abaixando e

chegando cada vez mais perto da minha intimidade, que já escorria de desejo

por ele. Quando sua mão tocou o centro da minha feminilidade, escorregando

entre minha umidade, não consegui ficar em silêncio e gemi alto.

Um toque. Um simples toque foi o suficiente para me fazer desmanchar

por ele. Mordi meus lábios enquanto erguia novamente meu quadril para

cima.

Gregory penetrou-me com um dedo, delicadamente, descobrindo minha

sensibilidade e analisando minha reação.

- Isso é bom? - perguntou ele me encarando com desejo e fazendo

lentos movimentos de vai e vem.

- Bom - murmurei de olhos fechados, sentindo cada sensação

maravilhosa ao ser tocada por ele.

Retirando seu dedo, ele beijou minha entrada com vontade e deu uma

leve mordida no interior da coxa, fazendo-me ficar ainda mais agitada.

- E isso? É bom também?

Não consegui responder, as sensações eram tão indescritíveis e intensas

que eu queria aproveitar cada segundo, jamais havia sido tocada daquela

maneira e para mim era como estar no paraíso. Quando sua língua começou a

trabalhar em minha carne, os gemidos se tornaram minha única forma de

comunicação, Gregory era carinhoso e ao mesmo tempo faminto, sentia que

meu alívio estava se aproximando a cada investida de sua língua dentro de

mim.

Mordi meus lábios com força, tentando não soar escandalosa, mas

estava impossível me conter. Como foi que eu nunca experimentei isso antes?

- Mais, por favor, Greg - implorei, gemendo ainda mais alto. - Não

aguento, sério... Eu vou morrer!

- "O falar incessantemente por hipérboles só se adapta bem ao

amor"... - murmurou bem-humorado, afastando-se um pouco e assoprando

seu hálito quente entre minhas pernas.

Porra! Isso é hora para citar Francis Bacon?

- Cale a boca e me chupe, Greg!

Obedecendo ao meu pedido, ele me deu mais. Apertou meus seios com

as duas mãos enquanto me chupava ainda mais forte, fazendo-me sentir uma

onda de êxtase invadir todo o meu corpo e se concentrando no ponto onde ele

estimulava cada vez mais com sua língua experiente. Eu não sabia se Gregory

tinha muita prática, mas com certeza tinha talento. Quando o orgasmo me

invadiu, não prestei atenção em mais nada, pois nada mais importava, aquele

era o meu momento e queria apreciar cada segundo.

- "Se você não conseguir fazer com que as palavras trepem, não as

masturbe." - Citou Henry Miller enquanto se livrava da cueca.

Ainda recuperando o fôlego, não tirei os olhos do corpo de Gregory.

Ajoelhando-se na cama, ele logo se inclinou e pairou sobre mim, apoiando os

cotovelos no colchão.

- Você tem camisinha?

- Sim, na gaveta - respondi indicando o criado-mudo.

Sem mais perguntas, ele esticou os braços e pegou um pacote, abrindo a

embalagem em seguida. Levantei-me às pressas e peguei o preservativo de

sua mão.

- Deixe-me fazer isso - pedi olhando diretamente em seus olhos.

- Ah, merda... - sussurrou enquanto eu acariciava seu pau antes de

colocar a camisinha.

- Shhh...

Assim que terminei, pedi que ele se sentasse na ponta da cama. Virandome de frente para ele, sentei-me em seu colo e enlacei meus pés em sua

cintura. Greg me levantou um pouco para que pudesse ajeitar seu pau em

minha entrada.

- Ah, Greg - gemi, abaixando-me aos poucos para me acostumar com

seu comprimento. - Tão gostoso...

Ficamos ali um tempo, parados, sentindo o prazer de estarmos em

completa sintonia. Seu gemido rouco ao pé do meu ouvido me enlouquecia

tanto quanto tê-lo dentro de mim. Quando ele ficou de pé, segurando minha

bunda e me ajudando a subir e descer lentamente, cada estocada me fazia

desmanchar de prazer.

O prazer que aquela posição proporcionava era imenso, mas logo

ficamos cansados e ele me colocou de costas na cama, sem sair de dentro de

mim, continuando a se embalar, mais forte e rápido. Senti novamente a

chama do orgasmo se acendendo dentro de mim e quando fui invadida pelo

êxtase, meu corpo convulsionou com a onda de prazer, deleitando-se.

Ou aquele homem era um deus do sexo, ou Caio era uma vergonha na

cama.

Nunca um 'papai e mamãe' foi tão prazeroso.

- Lia! - gritou meu nome no auge do seu prazer. - Isso foi incrível...

Exaustos, trocamos alguns beijos até ele sair de dentro de mim e ir ao

meu banheiro retirar a camisinha e se limpar.

Deitando-se ao meu lado na cama, ele acariciou meu rosto e sorriu.

- "Felicidade é ter o que fazer"...

- Você tem mesmo um fetiche por Aristóteles! - Virei-me, colocando

meu corpo nu em cima do seu.

Suas mãos vaguearam por minhas curvas e senti minha pele se arrepiar

com o toque sensual.

- "Somos aquilo que fazemos repetidamente"... - respondeu com

outra citação.

- Isso é um convite a repetir a dose?

- Daqui a pouco? Com certeza!

Senti sua mão descendo até chegar entre minhas pernas e sentir a

umidade causada pelo prazer. Meus lábios vaginais estavam inchados, mas

logo eu estaria pronta para um novo round.

- Eu quero tudo com você, Lia.

Engoli em seco. Ele parecia estar falando sério.

Meu coração disparou dentro do peito e o frio em minha barriga era a

prova de que eu realmente me senti tocada com o que acabara de me dizer.

Como era possível? Mal nos conhecíamos. Eu tinha acabado de sair de

um relacionamento de dois anos. Então, por que me sentia daquele jeito?

Como nunca antes me senti?

- Eu quero tudo com você, Greg.

****

Quando despertei, ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado no meu

banheiro. Sorrindo travessa, fui até ele e o admirei enquanto passava a

esponja pelo corpo. Ele abriu o vidro do boxe assim que notou minha

presença.

- Tome banho comigo.

Como negar um pedido daqueles, depois de tudo o que fizemos em

minha cama? Sem dizer nada, entrei debaixo do chuveiro, sendo recebida por

seus braços protetores.

- Você é incrível - disse beijando meu pescoço.

- Eu? - perguntei perplexa. - Você é incrível.

- Acho que esse é o segredo, fomos incríveis juntos.

- Isso eu não posso negar, adorei cada segundo.

Eu o deixei ensaboar meu corpo com a esponja, sentindo a onda de

excitação tomar conta de mim novamente. Ficamos ali por alguns minutos e

depois enxugamos um ao outro antes de vestirmos nossas roupas. Enquanto

Greg calçava o sapato, sentado em minha cama, eu secava meu cabelo e

enrolava a toalha em minha cabeça.

- Não quero parecer que estou fugindo, mas as gêmeas estão sozinhas

em casa e já está tarde.

- Tudo bem, bonitão. Hora de ir.

Nós nos despedimos e ele prometeu me ligar no dia seguinte.

Eu ainda não conseguia acreditar que aquilo realmente aconteceu.

A Pamela vai cair durinha no chão quando eu contar!

            
            

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