- O nome dele é Gregory, o cara mais gato da face da Terra.
- Não, o cara mais gato da face da Terra é o Brad Pitt. Sabemos disso.
Gargalhamos.
- Bem, ele deve ser algum parente distante do Brad, porque é
incrivelmente gato - justifiquei. - Além de ser mais velho. Outro nível, se
é que entende o que eu quero dizer.
Pamela esqueceu sua ressaca e começou a me bater com o travesseiro.
- Sua safadinha! O que vocês fizeram?
- Pare com isso! - Desvencilhei-me do seu ataque. - Não fizemos
nada demais, apenas nos beijamos. Ele não é o tipo de cara que sai por aí
passando o rodo.
- Fala sério, Lia! Todos os homens são assim.
- Ele não - defendi.
Pamela franziu a testa.
- Como assim? Ele não passou a mão em você enquanto se beijavam?
- Não! Quer dizer, sim. Mas não como esses garotos inconvenientes.
- Não estou entendendo nada, amiga!
- Eu também não entendi muito bem, mas gostei dele. Era diferente,
cheio de falar coisas bonitas e realmente interessantes. Nada de conversa
sobre carros, bebidas, futebol. Essas besteiras que os caras costumam
conversar quando querem impressionar a gente.
- Sei. - murmurou ela, desconfiada.
- O que foi?
- Desculpa eu cortar o seu clima de romance, mas o cara pode ser um
serial killer! Vai saber? Ele não quis transar com você? Amiga, com aquele
seu vestido vermelho, até eu queria transar contigo!
- O quê? Você está louca?
Ela riu do meu espanto.
- Só estou zoando, o que quero dizer é que não é comum você
encontrar um cara na balada que esteja só a fim de conversar e trocar alguns
beijos. Homens são levianos por natureza, nunca encontrei uma exceção.
- Bem, parece que eu encontrei uma.
- Parece que sim. Quando vão se encontrar de novo?
- Talvez nunca mais, já que minha amiga me tirou de lá às pressas,
sem que eu pegasse o número do telefone dele.
- Oh, merda! - A cara de desgosto da Pamela, foi sensacional. - Eu
fodi com tudo, né?
- Uhum.
- Ah, mas convenhamos. Foi uma emergência. Você me perdoa?
- O que posso fazer? Te matar? Infelizmente não. Você não sabia que
eu estava com alguém, a culpa não é inteiramente sua.
- Meninas, acordem! O almoço está na mesa - chamou minha mãe ao
bater na porta do meu quarto.
- Almoço?
- Almoço sim, vocês dormiram a manhã toda.
Eu odiava acordar tão tarde no fim de semana.
- Estamos indo, tia Clarice - respondeu Pamela, por nós duas.
- Odeio acordar tão tarde, fode toda a minha rotina.
- Vamos comer, estou varada de fome.
Após nossa higiene matinal, totalmente fora de horário, fomos para a
cozinha e nos juntamos com meus pais. Almoço em família era algo sagrado
aos fins de semana, Pamela era parte da família e meus pais gostavam muito
de sua companhia, tanto quanto eu.
- Como foi ontem na tal boate? - meu pai perguntou.
Pamela e eu nos entreolhamos.
- Foi legal - respondi dando de ombros -, teve uma briga no final
então viemos embora.
Minha amiga fuzilou-me com os olhos, ela odiava esses momentos de
sinceridade entre meus pais e eu, mas eu jamais conseguiria mentir, afinal,
tínhamos um relacionamento muito bom e sempre fui incentivada a me abrir
com eles.
- Alguém se feriu?
- Saímos de lá assim que começou, tio Paulo. Nem deu para saber o
que houve.
- Menos mal, ao menos minhas meninas são sensatas.
- Diga isso pra minha mãe, por favor - gracejou Pamela.
O almoço foi tranquilo e logo depois Pamela e eu ficamos responsáveis
pela limpeza da cozinha. Meus pais saíram em seguida para visitar meus avós
na cidade vizinha. Era praticamente uma tradição, eles iam sempre depois do
almoço e ficavam para o jantar.
Enquanto enxugava um prato, Pamela deu um salto e um grito,
assustando-me.
- Merda! Merda! Merda! Por que não pensei nisso antes? - disse a si
mesma, empolgada.
Quase deixei o prato que estava ensaboando escorregar de minhas mãos.
- Odeio quando você tem alguma ideia brilhante - desdenhei de mau
humor. - Precisa gritar desse jeito?
Deixando o prato em cima da mesa, juntamente com a toalha de louça,
Pamela correu para o meu quarto cantarolando uma música em inglês, que na
verdade nem se parecia uma música, mas algum som esquisito que ela insistia
em dizer que era uma música.
- O que foi agora? - gritei para que ela me ouvisse, terminando de
lavar o prato.
Pamela voltou à cozinha, trazendo meu laptop junto com ela.
- Você sabe o nome dele não é? - perguntou animada.
- O nome de quem?
- Do cara gostoso.
- Ah sim, o Gregory.
- Sobrenome?
Franzi a testa.
- Por que quer saber?
- Vamos procurá-lo nas redes sociais! - disse como se fosse um
grande gênio da ciência.
Imediatamente sequei minhas mãos e me juntei a ela.
- Gregory Cadore, esse é o nome dele.
Pamela digitou o nome na ferramenta de busca e senti meu corpo todo
arrepiar, quando a foto dele apareceu, no perfil da rede social.
- É ele? - perguntou Pamela me encarando de queixo caído.
Assenti com a cabeça, não conseguia dizer nada.
Precisava ser tão lindo?
- Minha nossa! O cara é mesmo parente do Brad para ser lindo assim
- murmurou Pamela enquanto fuçava o perfil de Gregory.
A maioria das fotos era bloqueada, mas foi possível ver algumas. Uma
delas ele estava abraçado com as gêmeas, pareciam estar em alguma praia,
pois ele estava sem camisa e elas com trajes de banho. Fiquei hipnotizada em
seu corpo definido.
O homem gostava de malhar, com certeza.
- Estou logada no seu perfil, Lia. Vamos enviar um convite pra ele?
- Como assim? Não quero perseguir o cara.
- Não seja imbecil! Ele deve estar pensando que você deu o fora nele e
aproveitou a briga para ir embora. Você pode deixar uma mensagem privada,
explicando que eu te obriguei a me levar pra casa.
Pensei um pouco no que Pamela estava me propondo, não era de todo
ruim, além do mais, queria falar com ele novamente. Não estava apaixonada,
nada disso, mas Gregory foi legal comigo e soube me respeitar, mesmo
quando eu permiti que ele fosse além. Ele não me evitou, quis me conhecer
melhor e eu estava intrigada a seu respeito. Ver seu perfil na internet atiçou
minha vontade de vê-lo outra vez.
- Tudo bem, manda o convite. Mas não vou dizer nada por enquanto,
não quero pressioná-lo. Se ele falar comigo, eu respondo.
- Ai que saco, você! - reclamou. - O cara estava te dando mole à
noite toda e você aí se fazendo de difícil.
- Ei, você nem estava lá. Não fiquei me fazendo de difícil, pare de agir
como se soubesse o que aconteceu.
- Você está rabugenta!
Em um momento de impulso, fechei o laptop.
- Vamos dar uma volta, não quero ficar trancada em casa.
- Tudo bem, deixa o bonitão de lado e vamos ao shopping.
No momento seguinte, Pamela já havia esquecido nossa pequena
discussão e invadiu meu armário para pegar uma roupa emprestada. Fomos
ao shopping e passamos a tarde olhando vitrines, tomando sorvete e
acabamos assistindo a um filme no cinema. Já estava anoitecendo quando ela
me deixou em casa, indo embora em seguida.
Meus pais tinham me enviado uma mensagem comunicando que iriam
pernoitar na casa dos meus avós, pois os irmãos do meu pai tinham se
reunido por lá e eles fariam um churrasco no dia seguinte.
Tomei um banho e vesti meu pijama, não era hora de ir para a cama,
mas como eu não pretendia sair de casa, quis me sentir confortável. Peguei
meu laptop e o levei para o quarto, sentei na cama e o liguei. Estava na
expectativa para saber sobre o cara da noite passada. Pamela me deixava com
os nervos à flor da pele e eu não sabia como reagir se ele aceitasse ou não o
convite de amizade.
Entrando no meu perfil, olhei as atualizações e lá estava a confirmação:
Gregory Cadore tinha aceitado meu convite de amizade há menos de uma
hora!
- Não acredito!
Corri para o perfil dele e tratei de espiar suas fotos, que não eram
muitas, apenas em algumas ocasiões descontraídas, com alguns amigos. Nada
revelador ou constrangedor. Sem fotos com outras mulheres, apenas com as
gêmeas. Sua linha do tempo era quase sem atualizações, apenas algumas
frases de alguns escritores famosos, mas nada que me mostrasse um pouco da
pessoa que ele era.
Observando bem, não parecia o tipo de pessoa que estava sempre online, mas naquele instante ele estava, e quando a janela de conversa apareceu
em minha página, com o nome dele e aquela bolinha verde do lado, meu
coração quase saiu pela boca.
Gregory: Oi, Lia. Você me encontrou, pensei que tivesse fugido de mim,
mas parece que não.
Ai meu Deus! Ele está mesmo falando comigo!
Lia: Oi, Greg. Não fugi, desculpe. Minha amiga doida me arrastou para
fora da boate, por causa da briga.
Gregory: Boa amiga. Desculpe não ter ficado com você. Surtei ao me
dar conta que as meninas estavam no centro da briga .
Lia: Como elas estão?
Gregory: Estão bem, são espertas, eu as encontrei voltando para o bar,
no meio do meu caminho até elas. Quando chegamos lá, para te encontrar,
você não estava mais. Passei um tempo te procurando, mas achei melhor
levar as garotas para casa.
Lia: Fez bem. Foi questão de minutos, você saiu e Pamela apareceu. Na
verdade, ela quem me deu a ideia de te procurar na internet.
Gregory: Lembre-me de agradecê-la por isso. Não acredito que
consegui te encontrar novamente.
Lia: :)
Gregory: Novamente sem palavras? Aposto que ficou vermelha também.
Lia: Sou muito previsível?
Gregory: É encantadora. Preciso te ver de novo, só você e eu. Você
quer?
É claro que eu quero. Mas como faremos isso? Pensei.
Na boate estávamos cercados por pessoas, mas embora eu me sentisse
atraída por ele, não queria me arriscar. E se a Pamela tivesse razão? Ele
poderia ser um lobo em pele de cordeiro.
Lia: Quero sim. Sugere algum local?
Gregory: Quer jantar comigo?
Lia: Aonde?
Gregory: Na casa da minha irmã, as gêmeas estão aqui. Não precisa ter
medo.
Lia: Não estou com medo!
Gregory: Sou um estranho, você deveria estar com medo.
Lia: Deveria?
Gregory: Quer dizer, medo de sair com um estranho. Não que deveria
estar com medo de mim.
Lia: Suas sobrinhas me odiaram.
Gregory: Minhas sobrinhas odeiam qualquer mulher que se aproxime
de mim.
Lia: Você pode deixá-las em casa e sair comigo?
Gregory: Posso sim, elas já são bem grandinhas.
Lia: Ótimo!
Gregory: Posso passar na sua casa?
Lia: Pode.
Passei meu endereço a ele, ainda com receio.
Como meu pai era gerente de banco, nossa casa contava com um
moderno sistema de alarme e monitoração, havia câmeras por todo o pátio e
isso me deixou mais confortável, encontrar-me com ele em casa seria mais
seguro do que em outro local.
Sempre fui cautelosa em se tratando de estranhos, precaução nunca é
demais.
Eu duvidava que pudesse haver algo suspeito ou ruim com Gregory, ele
não teve receio de me apresentar às suas sobrinhas e pareceu ser um
cavalheiro, tanto comigo quanto com elas.
Eu não o conhecia muito bem, mas confiava nele.
Além do endereço, passei o número do meu celular.
Não queria impressionar, apenas parecer eu mesma, a Lia de sempre,
que usava jeans e salto, uma t-shirt e um blazer despojado. Meu cabelo
enrolado preso com um simples elástico, uma maquiagem leve com rímel,
correção da sobrancelha, um pouco de blush para corar o rosto e um gloss
transparente com sabor de morango.
Meu perfume da vez e prontinho!
Simples e casual, como costumava ser.
Meu celular tocou às oito horas em ponto, era ele. Não atendi, mas corri
para a porta após pegar minha bolsa. Ele estava em pé, escorado na lateral do
carro.
Meu coração acelerou, engoli o nervosismo e após fechar a porta e
acionar o alarme, fui até ele.
- Oi.
Greg me encarava com a mesma intensidade da outra noite. Aproximouse de mim e deu um sorriso de encharcar qualquer calcinha.
- Oi - retribuiu ainda me olhando daquele jeito intenso. - Você é
ainda mais linda do que eu me lembrava.
Acho que fiquei vermelha, pois ele deu um sorrisinho torto que estava se
tornando sua marca registrada. Pegando minha mão, Gregory abriu a porta do
carona para que eu entrasse.
- Para onde vamos? - Eu quis saber, assim que ele se acomodou no
banco do motorista.
- O que você gosta de fazer? De comer?
- Me surpreenda.
- Isso pode ser ruim, não te conheço e estou apavorado, devo dizer.
- Apavorado?
- Sim, quero te impressionar, mas preciso da sua ajuda para isso.
- Por mim, até um lamém me deixaria bastante impressionada.
- Eu estou falando sério aqui.
- Ei, eu quero a sua companhia, não importa se vamos comer
hambúrguer com fritas em um drive-thru.
- Isso foi uma pista, não é?
- Vamos lá, Greg.
Balançando a cabeça ele ligou o carro e foi em direção ao centro. O
rádio estava ligado em alguma estação de música românica, achei meio
brega, mas não falei nada.
Gregory parou em um drive-thru e pediu hambúrguer com batatas fritas
e refrigerante. Conversamos algumas amenidades enquanto ele dirigia até a
saída para pegar nossos pedidos. Em seguida continuou dirigindo, pegando o
acesso até o mirante da cidade.
Aquilo parecia romântico, com exceção do fast-food.
Parando o carro no estacionamento, Gregory saiu levando as
embalagens com ele, deu a volta até o meu lado e abriu a porta para que eu
me juntasse a ele.
- Aqui está seu hambúrguer com fritas, senhorita. - Entregou-me o
pacote gorduroso.
Ficamos escorados no carro, de frente para as luzes da cidade. Era uma
vista linda, de tirar o fôlego. Havia outras pessoas no mirante, era sábado à
noite e muitos iam ali para fazer um 'esquenta' antes de saírem para a balada,
outros apenas para tocar violão e dançarem a noite toda e alguns casais para
ter mais privacidade, embora eu não soubesse dizer como teriam privacidade
com tantas pessoas ali presentes. Felizmente eles pareciam não se importar.
- Então, o que você faz da vida? - perguntei, tentando puxar algum
assunto.
- Sou professor - respondeu dando de ombros.
- Legal, dá aula do quê?
- Filosofia.
- Jura?
Ele parou de comer seu hambúrguer e me encarou.
- Juro, isso é ruim?
- Não, é bonitinho.
- Nunca me disseram que era bonitinho ser professor de filosofia.
- Eu acho bem bonitinho, na verdade.
Continuamos comendo e bebendo nosso refrigerante.
- E você? O que faz?
- Trabalho como secretária. - Dei de ombros, não quis contar que
ainda era estudante universitária, não queria parecer uma adolescente, mas
uma mulher adulta, a mulher que ele dizia ter visto quando me encontrou. -
Não é a meta da minha vida, mas eu gosto muito do meu emprego.
- Se você gosta do que faz é o que importa.
- E o que você gosta de fazer, além de lecionar?
Terminamos de comer nosso hambúrguer e jogamos as embalagens em
um latão de lixo que havia por perto.
Voltamos a ficar escorados no carro, encarando o mirante.
- Gosto de pilotar minha moto, sentir a brisa no meu rosto e ter a
sensação de liberdade pairando sobre mim quando estou sobre duas rodas.
- Isso foi imprevisível! - Eu estava muito surpresa e admirada.
- Imprevisível bom? - Arqueou uma das sobrancelhas.
- Imprevisível incrível. - Bati meu ombro de leve em seu braço,
porque mesmo de salto ele continuava mais alto do que eu. - Você tem esse
jeito todo certinho, sabe? E quando diz que curte pilotar sua moto é algo que
remete um pouco a rebeldia, sei lá! - Dei de ombros. - Foi mal, eu não
queria estereotipar. Foi uma colocação bem infeliz da minha parte. Acho que
a palavra correta é aventureiro.
- Aventureiro?
- Uhum. - Fiz que sim, com um gesto de cabeça. - Ontem
conversamos e bem, a impressão que você passa é de que tem a vida toda no
lugar. É um bom irmão, um bom tio, e foi muito cavalheiro comigo. Deu um
'chega pra lá' no meu ex-namorado inconveniente e não se aproveitou da
situação, mesmo quando te dei espaço. Eu jamais te imaginaria frequentando
uma danceteria ou pilotando uma moto. Cara, você é professor de filosofia!
- Comecei a rir e ele também.
- Eu sou professor de filosofia, um bom irmão e um ótimo tio. Mas
também sou homem, Lia. E me senti muito atraído por você. Também sou
jovem e gosto de aproveitar minha vida, não pense que sou um chato ou que
vivo afundado em livros velhos e citando Platão e Sócrates o tempo todo.
Não contive a risada. Joguei minha cabeça para trás, sentindo-me
descontraída em sua companhia.
- Eu gostaria de passear de moto, com você, um dia desses...
- Vou adorar te levar para passear de moto, um dia desses.
O silêncio pairou entre nós por alguns minutos. Inclinei-me para trás,
escorando-me no capô do carro, fitando o céu limpo e estrelado. Greg imitou
meu gesto, mas buscou minha mão e a prendeu à sua.
- "Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua
vida."- murmurou, ainda olhando para o céu.
- Ei, isso foi bonito. - Sorri, virando meu rosto para encará-lo.
Ele me encarou e retribuiu o sorriso, mas havia um quê de humor.
- É Platão.
Apenas continuei sorrindo e voltei a fitar o céu. Podia-se ouvir as vozes
das outras pessoas conversando, rindo, curtindo a noite de sábado. Podia-se
ouvir músicas ao fundo misturando-se umas nas outras. Estilos diferentes,
ritmos e letras diferentes. Uma bagunça, mas nada daquilo importava porque
ali, escorada no capô de um carro ao lado de Gregory, minha noite estava
sendo simplesmente perfeita.
- "Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida." - Foi a minha
vez de bancar a moça culta.
- Sócrates! - Sua mão apertou a minha e ele deu uma risadinha. -
"A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo."
- Não cite Nietzsche para mim! - ralhei, em um falso tom de
reprimenda.
Ele apertou minha mão outra vez.
- "A beleza das coisas existe no espírito de quem as contempla." -
tentou de novo.
Levei um tempo até responder:
- David Hume. - Identifiquei e pensei em outra citação. - "Tomei a
decisão de fingir que todas as coisas que até então haviam entrado na minha
mente não eram mais verdadeiras do que as ilusões dos meus sonhos."
Greg arrumou sua postura, desencostando-se do carro, virou-se de frente
para mim, que permanecia deitada, mas nossas mãos ainda se conectavam.
- René Descartes. - Outro aperto na mão, desta vez me
impulsionando a me sentar. Assim que nossos olhos se encontraram uma
outra vez, ele me fitou com curiosidade. - Como não percebeu Platão a
primeira vez?
- Desatenção, querido. - Pisquei para ele, tornando a ficar de pé. -
"O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz."
- Eu posso facilmente me apaixonar por você, se continuar citando
Aristóteles pra mim.
Aproximei-me dele e segurei-lhe a outra mão.
- "A inteligência é a insolência educada."
Com outra citação do filósofo grego, eu basicamente estava lhe dizendo:
"quero muito que se apaixone por mim."
- Acho que nunca me senti tão despreparado como agora, Lia.
- Como assim? - Pestanejei.
- Sinto-me um adolescente bobo, querendo impressionar. Já tem um
tempo que não passo por isso, não faço ideia do que fazer para te manter
interessada. E aqui estamos, citando os filósofos mais importantes da história.
E você é boa nisso...
Mal acreditei no que estava ouvindo. Aquele homem, lindo, sexy e
inteligente, não sabia o que fazer para me manter interessada nele? Podia ser
mais fofo do que isso?
- Não se assuste, Greg. Eu gosto de postar frases reflexivas no perfil
on-line, só isso.
Ele balançou a cabeça em um gesto negativo.
- Não é só isso, Lia.
- "A cultura é o melhor conforto para a velhice." - citei Aristóteles
de novo.
Vamos lá, se apaixone!
Cheguei mais perto, ficando de frente para ele. Coloquei meus braços
em volta do seu pescoço e pressionei meu quadril contra o seu.
- Pois seu problema está resolvido, sei de um jeito perfeito para você
me manter interessada.
Sem deixá-lo responder, eu o beijei cheia do desejo que estava
acumulando desde que o vi na frente de minha casa, com aquele jeans escuro
e a camisa bordô.
Como um homem daqueles poderia se preocupar em impressionar uma
mulher?
Gregory devia saber que para isso, teria que apenas respirar ou dar um
daqueles sorrisos perfeitos, e qualquer mulher se jogaria aos seus pés. Ele me
segurou pela cintura e retribuiu o beijo com volúpia embora eu pudesse sentir
que se continha.
- "Um bom começo é a metade." - Outra citação de Aristóteles
quando me afastei o suficiente para que nossos olhares se encontrassem. -
Não estou interessada em ter suas mãos em minha cintura, Gregory. Quero
que toque meu corpo, assim como eu quero tocar o seu - sussurrei em seu
ouvido, antes de morder o lóbulo da sua orelha.
Sorri vitoriosa ao ouvir um gemido escapando dos seus lábios. Ele sorriu
também, do mesmo jeito da noite anterior, quando eu deixei um gemido
escapar. Greg era um homem lindo e extremamente sedutor, não havia
dúvidas, mas a sua preocupação com o meu bem-estar e com os limites que
poderia ou não ultrapassar no primeiro encontro, estavam me matando.
De toda maneira eu nunca fui uma garota recatada. Namorei o Caio por
dois anos e com ele tive muitas experiências, éramos jovens e bastante
curiosos em relação ao sexo. Podia estar solteira, mas meus hormônios
estavam em ebulição na presença daquele homem atraente.
- Não quero que pense que estou me aproveitando de você - ele disse
tentando recuperar o fôlego.
- "É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a
fazer." - Porra, Aristóteles! Me dê uma forcinha aqui! - Eu quero que
você se aproveite de mim - revidei, buscando seus lábios novamente. -
Também quero me aproveitar de você, Gregory...
- "A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las."
Segurei seu rosto entre minhas mãos:
- Já entendi que você respeita as mulheres com quem costuma sair, que
não é o tipo de cara que só está atrás de sexo. Mas saiba de uma coisa: isso
não significa que você tem que evitar. Se a coisa esquenta é porque os dois
fazem a chama acender, O.k.?
Gregory mordeu meu lábio inferior antes de responder:
- O.k. - Pegando minha mão, ele me levou até o carro e abriu a porta
do carona. - Entre, vamos sair daqui.
- Para aonde vai me levar? - Senti a adrenalina percorrer todo o meu
corpo.
- Ainda não sei.
- Me leve pra casa - sugeri.
- Pensei que quisesse ficar comigo.
- Eu quero, vamos para minha casa. Meus pais vão dormir fora essa
noite.
Ele me encarou com desejo e dúvida nos olhos, mas não recuou.
- Tudo bem.
Enquanto dirigia, mudei a estação de rádio para uma mais agitada.
O carro parou em um sinal vermelho e Gregory puxou-me para um beijo
rápido. Nossas línguas se movimentavam, descobrindo uma a outra, suas
mãos prendiam meu cabelo com um pouco de força e eu gostei daquilo,
finalmente ele estava se soltando, sem conter o desejo que sentia por mim.
Ouvimos a buzina de um carro e começamos a rir, Gregory observou o
sinal verde e acelerou.
Eu estava excitada demais com os nossos beijos e carícias. Observandoo enquanto dirigia, uma ideia surgiu e sorri imaginando qual seria a reação do
Senhor Certinho. Coloquei uma das mãos em cima de sua calça jeans,
sentindo o seu volume. Sabia que ele estava excitado também, mas sentir seu
membro sob a calça me deu a prova. Gregory encarou-me um pouco
assustado com a minha ousadia, mas não recuei, comecei a acariciá-lo
lentamente por cima do seu jeans, observando-o se mover no banco,
absorvendo as sensações do meu toque.
- Ah, merda - murmurou entredentes, mantendo-se concentrado no
trânsito.
- O professor fala palavrão, que coisa feia - brinquei, continuando as
carícias, apertando seu membro com minhas mãos para sentir seu tamanho e
fiquei feliz com a minha constatação.
Novamente um sinal vermelho. Aproveitando-me da deixa e fui mais
ousada, abrindo o zíper de sua calça enquanto ele respirava pesadamente e
me observava em silêncio. Assim que abaixei um pouco o jeans com a ajuda
de Gregory, coloquei a mão dentro de sua boxer. Senti uma onda de calor em
minha intimidade, a excitação de tocá-lo estava me deixando ainda mais
ardente para tê-lo dentro de mim. Comecei a massageá-lo com movimentos
leves, para cima e para baixo, ouvindo seus gemidos enquanto suas mãos
seguravam o volante com força.
Nunca havia feito aquilo com o Caio, mas sempre tive vontade. Uma de
minhas colegas da faculdade havia contado sobre sua experiência com o
namorado e eu fiquei curiosa para vivenciar algo parecido.
- Você vai acabar comigo, Lia...
- Calminha aí, Greg. Concentre-se no trânsito que eu me concentro em
você.
O sinal ficou verde e ele prosseguiu, em breve estaríamos em casa e
então eu poderia sentir toda a sua virilidade como realmente desejava. Jamais
senti tanta necessidade por um cara antes, Caio foi meu namorado desde os
dezesseis anos, minha primeira vez foi com ele e somente ele havia me
tocado tão intimamente. Detalhe que não me fazia nada tímida, já que eu
sempre tive muita curiosidade sobre como seria transar com outro homem,
além do meu namorado. Apesar disso, fui fiel ao Caio, pois era um bom
namorado e sempre procurou me agradar na cama.
A excitação por estar com minhas mãos em um homem de verdade e não
um garoto como meu ex, deixava-me ainda mais ansiosa e excitada.
Continuei masturbando-o enquanto ele dirigia, por seus gemidos sabia que
ele não aguentaria muito tempo. Encarava fascinada para o seu pau que
soltava o líquido pré-ejaculatório, deixando-me salivando para tê-lo em
minha boca.
Assim que o carro parou no último semáforo antes de chegarmos a
minha casa, não resisti e me inclinei.
- O que você vai fazer?
- Relaxa Greg, eu vou te chupar agora.
Não foi preciso muito esforço para que ele gozasse em minha boca.
****
O carro parou em frente à minha casa e nos encaramos por uns segundos
em silêncio.
- Eu quase bati o carro.
- Você dirige muito bem. Vamos entrar?
Ele ficou sério.
- Não sei se isso é certo.
- Diz que não quer me usar, mas vai embora depois de eu te pagar um
boquete? Bem conveniente, não é?
Saí do carro, entrei no pátio e caminhei em direção à porta de casa. Não
demorou para que ele me alcançasse, pegando-me pelo braço.
- Desculpe! - Sem me dar chance para responder, tomou minha boca
em um beijo e levantou-me no colo, fazendo com que eu envolvesse minhas
pernas em torno de sua cintura.
- Os vizinhos estão acordados. - Consegui dizer, olhando para a casa
ao lado.
- Então vamos entrar logo - pediu sem fôlego.
Gregory colocou-me no chão e esperou que eu destravasse o alarme e
abrisse a porta da casa. Assim que entramos, novamente me tomou nos
braços e começamos a nos beijar enquanto eu o guiava até meu quarto.
Abri a porta e o empurrei para cima da minha cama, que por sorte era de
casal. Como comecei a namorar desde cedo, meus pais compraram uma cama
maior assim que souberam que eu tinha vida sexual ativa, para eles era
preferível que sua garotinha não precisasse sair às escondidas para dormir
com o namorado, então Caio tinha permissão para dormir aos fins de semana
em minha casa, comigo. Além do Caio, a Pamela muitas vezes dormia em
minha casa, quando tínhamos que estudar para provas ou fazer trabalhos da
faculdade.
Antes de me jogar em cima de Gregory, retirei meu salto e o blazer, em
seguida tirei minha t-shirt, ficando apenas de jeans e sutiã. Subi em cima
dele, sentando-me em sua barriga. Lentamente abri um por um os botões de
sua camisa e com sua ajuda a retirei.
Que homem lindo!
Não tinha palavras o suficiente para descrevê-lo. O seu cheiro masculino
era inebriante, deixando-me ainda mais excitada. Gregory sentou-se na cama,
comigo ainda em cima dele, frente a frente, voltando a me beijar com
volúpia, senti suas mãos em minhas costas abrindo o fecho do sutiã,
desfazendo-se da peça ao jogá-la em algum canto do quarto. Com respiração
pesada, ele encarava meus seios, segurando-os com as duas mãos.
- "A natureza não faz nada em vão." - Foi sua vez de citar
Aristóteles para mim, fazendo-me sorrir com a bela colocação. - Tão
perfeita, Lia. Você é uma mulher incrivelmente linda.
Por ter me dito aquilo tantas vezes, finalmente acreditei que era linda
perante os seus olhos.
Os beijos retornaram ainda mais ardentes em meu pescoço e colo,
arrepiando-me de prazer, fazendo-me sentir desejada. Quando seus lábios
tocaram meus mamilos enrijecidos, não contive um pequeno gritinho de
êxtase.
O que estava acontecendo comigo?
Aquela sensação era maravilhosa, um arrepio percorreu minha espinha e
a umidade entre minhas pernas se fez ainda mais presente, eu sabia que
minha calcinha estava arruinada desde quando ele tocou seus lábios nos
meus.
Virando-me de costas para a cama, ele inverteu nossas posições,
deixando-me completamente exposta ao tirar minha calça jeans e junto com
ela a minúscula calcinha. Por sorte eu tinha o hábito de me depilar com
frequência e estava tudo O.k. com a minha companheira lá embaixo.
Observei enquanto ele admirava meu corpo, abrindo o zíper do seu jeans
e o tirando, ficando apenas de boxer. Mordi meus lábios em antecipação.
Gregory deitou-se em cima de mim, depositando beijos em meu pescoço.
Parando em meus seios, ele os acariciou dando-lhes a devida atenção,
sugando-os com força e deixando-me ainda mais enlouquecida com o toque
de sua língua e seus dentes.
- Estou adorando cada pedacinho de você, Lia...
Seus beijos e mordidas desceram até minha barriga, fazendo-me erguer
meu quadril em direção à sua boca, cada vez mais ousada em suas carícias.
Minhas mãos estavam em sua cabeça, puxando seu cabelo e o guiando para
baixo.
Havia algo que eu desejava muito fazer, mas que o Caio nunca fizera
comigo. Embora ele adorasse o sexo oral, jamais havia feito em mim, dizia
que achava nojento, mas nunca reclamou quando eu chupava o seu pau.
Estava com vergonha de pedir ao Gregory que me chupasse, mas desejava
desesperadamente que ele fizesse isso comigo.
Como se adivinhasse meus pensamentos, ele foi se abaixando e
chegando cada vez mais perto da minha intimidade, que já escorria de desejo
por ele. Quando sua mão tocou o centro da minha feminilidade, escorregando
entre minha umidade, não consegui ficar em silêncio e gemi alto.
Um toque. Um simples toque foi o suficiente para me fazer desmanchar
por ele. Mordi meus lábios enquanto erguia novamente meu quadril para
cima.
Gregory penetrou-me com um dedo, delicadamente, descobrindo minha
sensibilidade e analisando minha reação.
- Isso é bom? - perguntou ele me encarando com desejo e fazendo
lentos movimentos de vai e vem.
- Bom - murmurei de olhos fechados, sentindo cada sensação
maravilhosa ao ser tocada por ele.
Retirando seu dedo, ele beijou minha entrada com vontade e deu uma
leve mordida no interior da coxa, fazendo-me ficar ainda mais agitada.
- E isso? É bom também?
Não consegui responder, as sensações eram tão indescritíveis e intensas
que eu queria aproveitar cada segundo, jamais havia sido tocada daquela
maneira e para mim era como estar no paraíso. Quando sua língua começou a
trabalhar em minha carne, os gemidos se tornaram minha única forma de
comunicação, Gregory era carinhoso e ao mesmo tempo faminto, sentia que
meu alívio estava se aproximando a cada investida de sua língua dentro de
mim.
Mordi meus lábios com força, tentando não soar escandalosa, mas
estava impossível me conter. Como foi que eu nunca experimentei isso antes?
- Mais, por favor, Greg - implorei, gemendo ainda mais alto. - Não
aguento, sério... Eu vou morrer!
- "O falar incessantemente por hipérboles só se adapta bem ao
amor"... - murmurou bem-humorado, afastando-se um pouco e assoprando
seu hálito quente entre minhas pernas.
Porra! Isso é hora para citar Francis Bacon?
- Cale a boca e me chupe, Greg!
Obedecendo ao meu pedido, ele me deu mais. Apertou meus seios com
as duas mãos enquanto me chupava ainda mais forte, fazendo-me sentir uma
onda de êxtase invadir todo o meu corpo e se concentrando no ponto onde ele
estimulava cada vez mais com sua língua experiente. Eu não sabia se Gregory
tinha muita prática, mas com certeza tinha talento. Quando o orgasmo me
invadiu, não prestei atenção em mais nada, pois nada mais importava, aquele
era o meu momento e queria apreciar cada segundo.
- "Se você não conseguir fazer com que as palavras trepem, não as
masturbe." - Citou Henry Miller enquanto se livrava da cueca.
Ainda recuperando o fôlego, não tirei os olhos do corpo de Gregory.
Ajoelhando-se na cama, ele logo se inclinou e pairou sobre mim, apoiando os
cotovelos no colchão.
- Você tem camisinha?
- Sim, na gaveta - respondi indicando o criado-mudo.
Sem mais perguntas, ele esticou os braços e pegou um pacote, abrindo a
embalagem em seguida. Levantei-me às pressas e peguei o preservativo de
sua mão.
- Deixe-me fazer isso - pedi olhando diretamente em seus olhos.
- Ah, merda... - sussurrou enquanto eu acariciava seu pau antes de
colocar a camisinha.
- Shhh...
Assim que terminei, pedi que ele se sentasse na ponta da cama. Virandome de frente para ele, sentei-me em seu colo e enlacei meus pés em sua
cintura. Greg me levantou um pouco para que pudesse ajeitar seu pau em
minha entrada.
- Ah, Greg - gemi, abaixando-me aos poucos para me acostumar com
seu comprimento. - Tão gostoso...
Ficamos ali um tempo, parados, sentindo o prazer de estarmos em
completa sintonia. Seu gemido rouco ao pé do meu ouvido me enlouquecia
tanto quanto tê-lo dentro de mim. Quando ele ficou de pé, segurando minha
bunda e me ajudando a subir e descer lentamente, cada estocada me fazia
desmanchar de prazer.
O prazer que aquela posição proporcionava era imenso, mas logo
ficamos cansados e ele me colocou de costas na cama, sem sair de dentro de
mim, continuando a se embalar, mais forte e rápido. Senti novamente a
chama do orgasmo se acendendo dentro de mim e quando fui invadida pelo
êxtase, meu corpo convulsionou com a onda de prazer, deleitando-se.
Ou aquele homem era um deus do sexo, ou Caio era uma vergonha na
cama.
Nunca um 'papai e mamãe' foi tão prazeroso.
- Lia! - gritou meu nome no auge do seu prazer. - Isso foi incrível...
Exaustos, trocamos alguns beijos até ele sair de dentro de mim e ir ao
meu banheiro retirar a camisinha e se limpar.
Deitando-se ao meu lado na cama, ele acariciou meu rosto e sorriu.
- "Felicidade é ter o que fazer"...
- Você tem mesmo um fetiche por Aristóteles! - Virei-me, colocando
meu corpo nu em cima do seu.
Suas mãos vaguearam por minhas curvas e senti minha pele se arrepiar
com o toque sensual.
- "Somos aquilo que fazemos repetidamente"... - respondeu com
outra citação.
- Isso é um convite a repetir a dose?
- Daqui a pouco? Com certeza!
Senti sua mão descendo até chegar entre minhas pernas e sentir a
umidade causada pelo prazer. Meus lábios vaginais estavam inchados, mas
logo eu estaria pronta para um novo round.
- Eu quero tudo com você, Lia.
Engoli em seco. Ele parecia estar falando sério.
Meu coração disparou dentro do peito e o frio em minha barriga era a
prova de que eu realmente me senti tocada com o que acabara de me dizer.
Como era possível? Mal nos conhecíamos. Eu tinha acabado de sair de
um relacionamento de dois anos. Então, por que me sentia daquele jeito?
Como nunca antes me senti?
- Eu quero tudo com você, Greg.
****
Quando despertei, ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado no meu
banheiro. Sorrindo travessa, fui até ele e o admirei enquanto passava a
esponja pelo corpo. Ele abriu o vidro do boxe assim que notou minha
presença.
- Tome banho comigo.
Como negar um pedido daqueles, depois de tudo o que fizemos em
minha cama? Sem dizer nada, entrei debaixo do chuveiro, sendo recebida por
seus braços protetores.
- Você é incrível - disse beijando meu pescoço.
- Eu? - perguntei perplexa. - Você é incrível.
- Acho que esse é o segredo, fomos incríveis juntos.
- Isso eu não posso negar, adorei cada segundo.
Eu o deixei ensaboar meu corpo com a esponja, sentindo a onda de
excitação tomar conta de mim novamente. Ficamos ali por alguns minutos e
depois enxugamos um ao outro antes de vestirmos nossas roupas. Enquanto
Greg calçava o sapato, sentado em minha cama, eu secava meu cabelo e
enrolava a toalha em minha cabeça.
- Não quero parecer que estou fugindo, mas as gêmeas estão sozinhas
em casa e já está tarde.
- Tudo bem, bonitão. Hora de ir.
Nós nos despedimos e ele prometeu me ligar no dia seguinte.
Eu ainda não conseguia acreditar que aquilo realmente aconteceu.
A Pamela vai cair durinha no chão quando eu contar!