Capítulo 5 Victor.

Não acreditava o quão ironia era justo a filha de Robert ter parado na minha frente,era uma chance mínima de isso acontecer.

Mas que bom que aconteceu.

-Então Nanda,quem é sua cola essa noite,é alguém importante,talvez possa o conhecer também?!

Perguntei não apenas para puxar assunto,mas realmente estava curioso para saber quem era.

-Ele é filho do dono da Jk.Finanças.

Me respondeu tranquilamente enquanto caminhávamos pelo local.

- E por um acaso essa pessoa se chama Charles Francês.

-Parece que você conhece muita gente.-Falou se surpreendendo e deu um leve sorriso.

-Sim, o conheço,não só ele mais sua família,inclusive a cola que te falei é irmã dele.Viviam Francês.

-Está brincando!Parece que colar aos outros é de família.-Falava completamente surpresa.

Mas de repente olhou de uma forma diferente para mim pensativa e falou.

-Ai meu Deus! Você é Gay!

Confesso que dessa vez ela superou minhas expectativas.

-O que! Por que acha isso?-Falei mantendo a seriedade.

-Bem,para estar rejeitando uma mulher linda daquelas,famosa,só pode gostar de outra coisa ou melhor...O irmão! -Falou colocando a mão na boca.

Internamente sorria,achando graça de suas palavras, mas não demonstrava isso a ela.

-Nem tudo se resume à beleza,posso muito bem não gostar de alguém linda e famosa,e gostar de uma mulher.

-Desculpa,só pensei...

-Não importa.Não me ofendeu,afinal acabamos de nos conhecer,não tem como saber do que gosto.

Percebi que ficou um pouco envergonhada então comecei a falar.

-Mas e você, de onde conhece a família Francês?

-Como disse, temos uma empresa de móveis planejados e trabalhamos com uma linha fina.Fomos contratados pela empresa dele,para planejar a nova sala do escritório de Charles e acabei o conhecendo alguns meses atrás.

-Você trabalha com ele?

-Sim,mas nosso trabalho com ele já foi concluído há algumas semanas atrás. Sou formada em Designer de Interiores,sou eu que faço os projetos na empresa.

-Então estou falando com uma artista.

-Não me chamaria assim,talvez habilidosa,pois adoro o que faço, não escolheria outra profissão.Mas e você,para estar aqui,também deve ser alguém importante,provavelmente empresário já que conhece muita gente da área financeira.Digo pela forma que está vestido e essa postura autoritária,típico deles.

-Digamos que sim.Ajudo muita gente e acertou, também trabalho com finanças.

-Humm,parece que nesse ramo tem bastante gente mesmo.

Paramos em seguida e nos sentamos em um banco vazio um ao lado do outro e observamos juntos o movimento da festa.

-Então já que trabalha com isso,poderia me responder uma dúvida?

Fiquei curioso e respondi que sim então perguntou.

-Se um cliente não consegue pagar uma dívida muito alta e todas as possibilidades de acordo se esgotarem,essa pessoa pode ser realmente presa?

Imaginei que estivesse preocupada com seu pai.

- Infelizmente sim,principalmente se tratando de um empréstimo bancário.

Me olhou com desconfiança e disse.

-Quem falou em Banco aqui...

-Desculpa,imaginei devido a sua pergunta e o fato de estar procurando um bancário,em plena festa.

Tentei disfarçar.

-Me parece que tem prestado bastante atenção nos detalhes.

-Desculpa,força do hábito.Posso te fazer uma pergunta.

-Para conversar com você é sempre assim,você pergunta eu devolvo.-Me falou questionando.

-Quase sempre!Então, se tivesse encontrado com o dono da V.W o que pediria a ele.

-Bem,primeiro pediria a ele para que nos desse mais algum tempo para acharmos uma solução,e segundo que aceitaria qualquer coisa para que não levasse essa dívida para o tribunal,não suportaria ver meu pai preso.

-E se ele dissesse que não havia mais nada a ser feito!

-Diria a ele que era um homem sem coração,incapaz de pensar no próximo.Será que ele não tem família ou alguém que o ame muito,para saber o quanto um gesto de generosidade pode salvar uma família, aliás muitas famílias.

-O que está dizendo,que só porque está cumprindo suas obrigações é um homem sem coração?

-O que quero dizer,é que ele poderia pelo menos fazer um esforço maior para nos ajudar,já que dinheiro para ele não é o problema nesse caso.Claro que vamos pagar o que devemos,pois não somos desses caloteiros,apenas estamos pedindo um prazo maior para isso,nada mais!

Percebi,que realmente estava preocupada com a situação do empréstimo,e novamente senti aquela sensação estranha de culpa,assim como na conversa com Robert,mas antes que tentasse me defender,começamos a perceber uma movimentação direcionada ao salão principal,então decidimos ir ver o que era.

Assim que entramos algumas pessoas se preparavam para dançar a valsa da noite e no mesmo instante,peguei em sua mão a convidando para dançar.

-Não sabia que o senhor certinho, era o tipo de homem que dança em público?-Falou me provocando.

-E não sou.Mas tem uma esquentadinha essa noite que me fez querer mudar de opinião.

A olhava intensamente enquanto dançávamos e a admirava.

Mais uma vez senti meu coração acelerar e senti uma vontade doida de beijá-la novamente.

Então me abaixei levemente por ser pouca coisa mais alto que ela e ia beijando-a.

Mas no mesmo instante uma garota a puxou dizendo.

-Nanda.A mamãe ligou dizendo que o papai não está se sentindo bem,precisamos ir.

Rapidamente ela me soltou e saiu correndo sem se despedir.

Iria atrás dela,mas Harry apareceu na minha frente me bloqueando e a perdi de vista.

-Cara onde você se escondeu a festa toda,achei que tinha ido embora?-Perguntou confuso.

-Tinha que aparecer agora.Seu pirralho!

Disse a ele irritado.

-Quem é pirralho aqui seu metidão?

-Quer saber deixa pra lá.

E saí sentido a saída,pois a festa já tinha acabado para mim também.

-Victor, onde vai?E a premiação?

Me gritava Harry confuso ao me ver ir embora.