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Na minha festa de 19 anos, meu pai resolveu organizar um baile para comemorar meu aniversário. Sempre apreciou bailes, insistindo que uma vitória na guerra deveria ser celebrada com uma grandiosa festa. E o que ele não faria por sua filha? Eu estava ansiosa para o dia, apreciando as comidas e as danças. No entanto, não esperava ser recebida por um belo homem curvando-se diante de mim ao sair dos meus aposentos, dizendo:
"Boa noite, senhorita The Winter. Seu amado pai me ordenou que fosse seu guarda real esta noite."
Ele apresentou um largo sorriso, pegou minha mão, ergueu a cabeça, revelando o sorriso mais encantador de toda Valência. Aramis beijou minha mão e, ao se levantar, elogiou:
"A senhorita me permite dizer que é a mais bela da festa?"
Sorri e, em seguida, ele selou meus lábios com os seus. Quando estava com Aramis, o tempo parecia parar, e meu coração batia acelerado. Durante a festa, nada mais me chamava a atenção, exceto ele.
À meia-noite, como de costume, meu pai interrompeu a festa para agradecer os convidados. Após seu discurso, convidou-me para a minha primeira dança da noite. Treville era um excelente dançarino, sempre me chamava para dançar quando estava feliz. No entanto, nossa dança foi interrompida por uma voz atrás de mim:
"O senhor permite que eu tenha uma dança com a senhorita Milady?"
Questionou Aramis ao meu pai, que na mesma hora me entregou a ele e deu alguns tapas em seu ombro. Ao fundo, vi o restante dos rapazes, D'Artagnan, Porthos e Athos, cochichando e rindo. Eles sempre brincavam com Aramis quando estava comigo. Em seguida, voltei-me para os braços de Aramis, onde passamos a noite dançando. Como mencionei antes, meu pai considerava os meninos como filhos, e não via problema no guarda real de sua filha dançar com ela durante a festa, que foi bastante divertida.
Dias após o baile, meu pai reuniu todos os seus soldados em sua sala de guerra para discutir alguns assuntos. Falou sobre estratégias que queria implementar e discutiu com os rapazes sobre a aliança de sua família com a família Alanon. Durante a reunião, Treville informou que a família Alanon estava enfrentando dificuldades e precisaria da nossa ajuda na próxima guerrilha, uma disputa de terras ao Norte entre as famílias Alanon e Lamoth.
Após a reunião com os soldados, meu pai me chamou:
"Minha querida filha, venho lhe dizer que o grande dia está chegando."
"E que dia é esse, meu pai?" Perguntei, curiosa.
"Bom, Rocherfort Alanon está vindo para cá para darmos início ao casamento..." Ele falou, dirigindo-se à mesa de reunião.
"Casamento? Que casamento, pai?"
Ele virou-se para mim e disse:
"O de vocês dois, lógico! Ou você está esquecida de que precisamos nos unir à família Alanon?"
"O senhor ainda está com essa ideia de casamento? Não acredito!" Falei com um aperto no coração.
A pergunta ecoou no ambiente, e meu coração pareceu perder algumas batidas. "Casamento? Que casamento, pai?" repeti, incrédula.
Ele virou-se para mim com uma expressão firme e explicou: "O de vocês dois, lógico! Ou você está esquecida de que precisamos nos unir à família Alanon?"
A revelação caiu sobre mim como uma pesada cortina. Uma sensação de desespero e desconcerto se instalou. "O senhor ainda está com essa ideia de casamento? Não acredito!" consegui murchar minhas palavras, sentindo um aperto doloroso no peito.
Meu pai tentou argumentar, mas o zumbido constante em meus ouvidos tornou difícil entender suas palavras. Aramis, ao meu lado, parecia igualmente surpreso, mas seus olhos encontraram os meus em busca de alguma resposta ou conforto.
Diante do silêncio que se seguiu, dei um passo para trás, afastando-me da sala de guerra. A confusão e a pressão sufocante me impeliram a escapar daquele lugar, então, sem dizer uma palavra, virei-me e saí. O corredor me acolheu, e a medida que me afastava, a conversa embaraçada de meu pai ficava para trás.
Ao alcançar meus aposentos, fechei a porta com força, deixando-me cair contra ela. Lágrimas, teimosas, começaram a rolar por meu rosto. A festa, os risos, a dança... tudo parecia ter desmoronado diante da revelação inesperada. Eu não podia acreditar que meu pai, a quem admirava e amava, estava planejando um casamento sem ao menos me consultar.
Deitei-me na cama, envolta em uma mistura de emoções. Raiva, tristeza, confusão. Aramis, que seguira meus passos, tentou entrar no quarto, mas o tranquei. "Por favor, Caroline, precisamos conversar", disse ele do outro lado da porta.
Não queria ouvir nada naquele momento. As palavras dele podiam esperar. Precisava processar o que acabara de acontecer. A noite, que começara com promessas de alegria, terminava em desilusão e desentendimento. Encolhida sob as cobertas, entreguei-me ao choro silencioso, deixando a tristeza invadir meu coração. O futuro, que parecia tão promissor, agora se desenhava incerto e repleto de sombras.