Capítulo 6 Concurso Anual De Canto

Ao chegar em casa Maria tomou banho, almoçou com um pouco de pressa e foi para a lanchonete onde ela trabalha. A lanchonete é dos pais do Diogo, que é vizinho e amigo de Maria.

– Boa tarde Diogo.

– Boa tarde Maria. Hoje tem muitos clientes. Leva dois refrigerantes para aquela mesa para mim? Eu vou ver o que querem pedir naquela outra mesa.

– Claro.

– Boa tarde, sejam bem vindos. O que vão querer? – Perguntou diogo a duas moças que estavam ali.

– Eu quero uma água por favor, estou de regime. – Falou uma moça metida a patricinha olhando para o Diogo da cabeça aos pés. E a amiga dela ao lado falou olhando ao redor da lanchonete:

– Ai amiga você nem precisa de regime, você está ótima assim. Mas na verdade, eu vou comer porque estou com muita fome mesmo, caso contrário nem entraria em um tal estabelecimento como este. Bom, Eu vou querer 4 pastéis bem grandes, dois refrigerantes, 3 cozinhas e duas fatias de bolo liso, ah, e um de chocolate. Eu só quero isso pode ir. Diogo arregalou os olhos e anotou o pedido delas.

– Ah meu amor não precisa disso tudo, eu realmente não estou com apetite. – Falou a moça metida a patricinha, que logo ficou envergonhada com a resposta da amiga.

– E quem disse que estou pedindo para você? É para mim, essa comida só dar para mim.

O Diogo queria rir naquele momento, mais teve que se segurar. E logo ele foi buscar o que elas tinham pedido.

– Kkkk.

– O que foi isso Diogo? – Perguntou Maria curiosa para saber porque seu amigo chegou rindo.

– Tem duas patricinhas ali, uma só quis água e a outra pediu coisas que dar para umas três pessoas ou até mais Kkk e só para ela. Você pode ir deixar o pedido delas? – Falou Diogo.

– Claro. Deixa eu ver. – Maria mudou até de expressão quando percebeu que aquelas patricinhas na verdade, eram Mirela e sua amiga Bruna.

– Que foi? Que cara é essa? – Perguntou Diogo.

– Essas são duas das meninas que gostam de me intimidar na universidade, aquelas que eu te falei. – Falou Maria baixando a cabeça.

– Sério?

– Hunrum.

– Então deixa comigo, eu vou deixar o pedido delas. – Falou Diogo.

– Não precisa, eu vou. É o meu trabalho, mas obrigado por querer me ajudar, você é um grande amigo.

– Tem certeza que você quer fazer isso?

– Tenho, não se preocupa comigo, eu vou ficar bem.

– Está certo, mas se elas fizerem alguma coisa para você, me chama tá?

– Tá. – Respondeu Maria que em seguida levantou a cabeça, suspirou e saiu com uma bandeja em direção a mesa em que estavam as meninas.

– Olha quem está aqui amiga, a Mariazinha lá da universidade. Kkkk – Disse Bruna sorrindo para Mirela.

– Oii queridinha, o que você está fazendo aqui? Não me diga que você trabalha neste lugarzinho? Kkkk Se eu soubesse já teria vindo aqui muito antes. Kkk – Falou Mirela.

Maria apenas serviu o pedido delas e saiu depressa sem nada responder, enquanto Mirela e sua amiga continuaram conversando.

– Mirela, você viu os olhos daquele rapaz? Ele não é de se jogar fora, hein! Gostei, vou pedir o número dele. – Falou Bruna que não tirava os olhos do Diogo.

– Fala sério, você está interessada em um garçom? Você tem um péssimo gosto. – Falou Mirela tentando disfarçar que o Diogo também tinha chamado a sua atenção.

– Ei Garçom, vem cá. Posso ter seu número? A gente poderia combinar de dar uma voltinha só nós dois, você não precisa se preocupar com dinheiro, eu pago a canta, eu sou rica. O que você acha gatinho? – Perguntou Bruna para o Diogo que não demorou a responder.

– Muito obrigado senhorita, mas eu não tenho interesse. – Falou Diogo que caminhava para cozinha mas parou quando Mirela começou a falar.

– Nossa que garçom grosso, cadê o dono desse lugar? Eu quero falar com ele agora.

– Neste caso você pode me dizer, essa lanchonete é da minha família. – Falou Diogo orgulhoso.

– Bom, se é assim. É um absurdo tratar uma dama dessa maneira. Vamos embora desse lugar amiga, não sei o que você viu nesse jovem, que além de ser um ignorante, é feio. – Falou Mirela, pagaram a conta e sairam satisfeitas da lanchonete, deixando o Diogo se ruendo de raiva.

No dia seguinte, na universidade todos os alunos foram chamados para o auditório, pois o diretor tinha um comunicado muito importante para dar. Chegando no auditório, o diretor começou a falar de um concurso, dizendo para todos aqueles que queiram participar do concurso anual de canto, que começassem a trabalhar na canção, pois já estavam abertas as inscrições.

Existe um concurso de canto anual na universidade Vozes que é bastante esperado durante todo o ano letivo, a pessoa que ganhar o concurso ganha a gravação do seu cd em uma gravadora muito famosa e ainda ganha o prémio de 50 mil reais. O tal concurso é muito competitivo, no qual somente um entre as centenas de candidatos será escolhido. Cada participante terá que compor uma canção, gravá-la cantando e enviar para os jurados em uma certa data determinada. O resultado só será divulgado dois meses depois. A canção vencedora será tocada no auditório da universidade na frente de todos os universitários, ali mesmo o ganhador ou ganhadora receberá o prémio.

Quando o concurso se aproxima os alunos ficam cada vez mais ansiosos, pois ganhar o prémio e gravar seu cd é o objetivo de todos os estudantes da universidade Vozes, mas somente um poderá ganhar.

Os alunos pareciam contentes e muito ansiosos com a noticia. Mas algo estava deixando Maria preocupada, ela não sabia tocar nenhum instrumento, o que ela iria fazer agora?

Luiz notou que algo a estava incomodando e se aproximou.

– Você está bem? O que te preocupa? – Perguntou Luiz.

– Eu não tinha parado para pensar sobre o concurso e uma coisa está me deixando preocupada.

– O que?

– Eu não sei tocar nenhum instrumento, como vou cantar para o concurso?

– É um pouquinho complicado, mais se você quiser eu posso te dar.

– Sério? Você faria isso por mim?

– Claro. Você faz a letra, e eu posso te ajudar com a melodia, o que você acha?

– Nossa, muito obrigado, não sei como te agradecer Luiz.

– Não precisa, os amigos fazem isso, certo? Ajudam uns aos outros.

– Obrigado.

– Então a gente se ver depois da aula pode ser?

– Bom eu até queria, mas eu tenho trabalho depois da aula. Eu trabalho na lanchonete Gostinho de Amor, você conhece?

– Já ouvi falar. Então mais tarde passo lá. Tchau, fica com DEUS.

– Está certo. Obrigado. Você também.