Capítulo 5 Bianca

O trajeto de moto é realmente muito rápido, o Lucas me deixa na porta de casa eu agradeço a carona e entro, eu só preciso de um banho e da minha cama

Vou direto pro meu quarto que divido com Carol pra vê como ela está, ela dorme tranquila, arrumo a coberta cobrindo seus bracinhos, dou um beijo na sua cabeça e vou pro banho, acho que nunca tomei um banho tão rápido na vida, meu corpo pede por minha cama, me deito e adormeço quase que imediatamente.

Ainda bem que hoje é sábado, então posso ficar um pouco mais na cama. Mas as o meu sossego dura pouco

- Bianca levanta!! Já são oito horas, é sua semana de lavar roupa. Escuto minha mãe falar entrando no meu quarto e abrindo as janelas,

toda semana é minha vez de lavar roupa. Não vou discutir, não de novo. Espero ela sair e coloco o travesseiro no rosto pra abafar o meu grito.

Mais um turno de trabalho se inicia, prefiro não ir de carona com Lucas, é só uma desculpa pra sair um pouco mais cedo de casa. Depois de lavar roupa, arrumar a casa, fiz o almoço eu Carol almoçamos juntas já que minha mãe não estava em casa, me arrumei enquanto Carol assistia um pouco de TV, precisei deixar ela na casa da Cris porque minha mãe tinha ligado avisando que ainda iria demorar pra chegar.

O bar ainda não abriu, mas já estamos realizando a limpeza das mesas pra receber os clientes que logo começaram a lotar o lugar, quando meu coração gela ao olhar pra porta

Ele está lá conversando com meu gerente. O homem bonito da noite anterior que eu acabei com o vestido da mulher dele

Aiiii meu Deus será que eles vieram me cobrar a lavagem do vestido ? Só espero que não seja mais que meu salário

Ele vem se aproximando até mim

- Olá, tudo bem ? Será que podemos conversar um pouco em outro lugar ?

Olho pro meu gerente que confirma que sim com a cabeça, então vou com ele até o estacionamento

- Em que posso ajudar o senhor, pergunto a ele

- Eu só vim me desculpar por ontem, acho que minha acompanhante pegou um pouco pesado com você

- Não precisa se desculpar senhor, mesmo assim eu agradeço pelo gesto. Eu posso pagar a lavagem do vestido

- Não será necessário, de qualquer forma ela não iria mais usar ele depois de ontem. Diz sem tirar os olhos de mim, já estou ficando vermelha com esse olhar intenso dele sobre mim

- Tá tudo bem aí gata ?! Pergunta Lucas vindo em minha direção quando me vê conversando com o homem que ainda nem sei o nome

- Está sim Lucas

- É seu namorado ? Me pergunta olhando de Lucas pra mim

- Não, ele é meu colega de trabalho e meu vizinho. Digo meio sem jeito e nem sei o porquê. Não sei qual o motivo de ficar tão tímida na frente dele, deve ser por causa da confusão de ontem. É, com certeza é isso, digo em pensamento pra mim mesma

- Bom eu preciso entrar, daqui a pouco a casa começa a encher. Saio e ele fica me olhando de onde está.

Eu passo a noite com a sensação de estar sendo observada por alguém, mas a noite está uma loucura, ainda mais do que ontem, então não consigo prestar muita atenção. Finalmente chega o fim do expediente e mais uma vez pego carona com Lucas, hoje estou tão cansada que eu é quem pergunto se ele pode me levar

- Claro, com certeza. Diz já me entregando o capacete

Me seguro em Lucas e deito a cabeça em suas costas, acho que acabei cochilando um pouco. Não sei bem o que aconteceu, só sei que estou no chão, meu braço doe muito, não sei onde está Lucas, ouço uma voz né pedindo pra continuar deitada que o resgate já vai chegar

Olho pro lados procurando por Lucas e o vejo a alguns metros a minha frente, eu não sei se ele está bem porque ele está deitado e tem algumas pessoas ao seu redor, começo a me desesperar

- LUCAS ... LUCAS... Eu grito por ele já quase chorando

- Eu estou bem, ele grita de volta. – Você está bem ?

- Estou, só meu braço que está doendo

- Fique calma, o resgate já deve está chegando, fala de novo o homem na minha frente.

Quando olho, vejo na minha frente o mesmo homem de ontem, o que veio me procurar hoje mais cedo. Mas o que ele está fazendo aqui ?

Não tive muito tempo pra pensar nisso, a ambulância chega uma equipe se dirige até mim e outra fica com Lucas. Somos levados para o hospital mesmo depois dos meus protestos dizendo estar bem

Meus ferimentos foram leves, somente alguns arranhões no braço direito, foi feito a limpeza, e depois uma inferneira passau uma pomada e enfaixou meu braço, o médico me receitou um remédio caso eu sinta dor e um outro pra evitar inflamação.

Infelizmente com Lucas não foi tão simples assim, apesar dele estar bem a perna dele quebrou, não foi postura exposta graças a Deus, mas vai ter que usar gesso por um tempo

Eu recebo alta e antes de ir pra casa preciso ligar pros pais do Lucas, vou em direção a saída e vejo aquele homem de novo, ele está sentado em um dos bancos na sala de espera e quando me vê se levanta

- Você está bem ? Pergunta me olhando e segurando meu braço enfaixado

- Você está me seguindo? Pergunto

- O quê ?

- Eu perguntei se você está me seguindo? Foi hoje mais cedo no meu trabalho, estava no local na hora do acidente e agora aqui no hospital . O que você quer ?

- Eu fui no seu trabalho mais cedo pra me desculpa pelo ocorrido de ontem, e sobre o acidente eu estava passando pelo local na hora, eu não sabia que era você, só parei pra ajudar alguém ferido. Você não está se achando de mais não garota ? Já está liberada ? Pergunta em um tom arrogante.

Só confirmo que sim com um aceno de cabeça, tentando ignora-lo, pegando meu celular pra fazer uma ligação

- Vamos, te dou uma carona pra casa, ele diz e sai andando em direção a saída

- Não, obrigada, eu vou de ônibus. Ele para e fica me olhando por alguns segundos

- Boa sorte pra pegar ônibus a essa hora

Olho no relógio e ainda falta meia hora pro transporte público começar a funcionar

Dou de ombros. – Trinta minutos passa rápido. Ele acena com a cabeça de volta e sai sem dizer mais nada.

                         

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