Capítulo 5 O Baile de Primavera - Parte II

Amina estava deslumbrante em seu vestido lilás com decote princesa, seus lindos cabelos negros e lisos caiam soltos até o meio das costas. Arat estava verdadeiramente encantado com aquela graciosa mulher de olhar doce e corpo sedutor. Ele precisou desviar o olhar de seu lindo decote quando Amoan a conduziu até ele, pois o desejo de lhe rasgar aquele tecido e tomar seus seios em sua boca estavam o deixando muito excitado.

- Aqui está sua pretendente sã e salva, primão.

- Obrigada, primo.

- Boa noite, minha doce Amina. Você não sabe o quão feliz você me faz de me permitir lhe cortejar. Há muito eu lhe observava no comércio popular e quando lhe vi aqui no castelo tão linda, doce e sorrindo não consegui evitar o olhar.

- Você já me observava antes? Nunca imaginaria. Logo eu, uma moça tão simples.

- Vejo que você não tem noção do quanto é capaz de arrebatar corações. Você tem uma legião de fãs, mocinha, mas hoje você é toda minha.

- Nossa, Arat! Você me deixa lisonjeada.

- Não é lisonja. Seria apressado demais se eu pedisse a senhorita pra ir visitar seu pai amanhã e lhe pedir pra fazer a corte?

Amina não conseguia responder. Ela estava encantada demais, parecia um sonho. Um homem da guarda real, lindo, forte e gentil estava realmente querendo compromisso com ela, uma mera plebeia?

Ao não receber nenhuma resposta, Arat começou a se desculpar:

- Por favor, senhorita, desculpe meu arrobo. Não quero que se sinta pressionada.

Rapidamente, Amina respondeu:

- Não é isso, senhor! Desculpe meu jeito bobo. Eu vou adorar recebê-lo em minha casa e meu pai também ficará feliz com seu gesto.

Arat não conseguiu disfarçar um sorriso apaixonado com aquela resposta.

Arat não pôde tirar Amina para dançar, ele nem mesmo poderia sair de seu posto e, mesmo assim, aqueles dois tiveram uma noite de baile maravilhosa rindo e conversando. Amina lhe contando de sua infância e de seu trabalho no comércio e Arat explicando o treinamento que tinha que enfrentar todos os dias para fazer parte da guarda real. Porém, em algum momento, Amina começou a ficar aflita. Já era muito tarde e, até aquele momento, Helena ainda não tinha aparecido. Percebendo a aflição de Amina, Arat perguntou o que a estava incomodando e ela compartilhou com ele a preocupação com sua amiga, Helena. Arat a tranquilizou, dizendo que ela provavelmente tinha desistido de ir ao baile. Amina concordou com a possibilidade e ficou mais tranquila.

No meio do salão, Hiven dançava com a princesa Hamelie. Ele achou que a princesa estava especialmente linda naquela noite a bordo de seu lindo vestido rosa perolado e sua coroa de rosas brancas, mas não conseguiu evitar o olhar de procura, ora em direção a entrada, ora ao redor do enorme salão. Onde ela está? Ela pensava insistentemente.

Ao saber da escapada de sua filha, Herog não conseguiu dormir. Ele aguardava preocupado pelo retorno de sua filha. Ele não conseguia entender como ela poderia fazer algo tão imprudente assim.

Muito longe dali, Helena era conduzida rumo ao desconhecido. Amordaçada e com pés e mãos atados, ela caia no sono. Mais uma vez aquele homem aparecia em seu sonho, mas agora o sonho tinha mais movimento, muito mais movimento, diga-se de passagem.

Ela estava no sonho e havia algemas douradas em seus pulsos e ela observava aquele homem fudendo uma mulher de forma animalesca. Ela ainda não conseguia ver os rostos, mas, pelos sons que a mulher emitia, incrivelmente, ela estava gostando de toda aquela violência. Helena acordou em sobressalto com as sacudidas frenéticas da mulher do chefe dos foras da lei.

- Acorda, vagabunda! Tenho que te deixar apresentável para a venda.

- Venda?

Desesperada, Helena, apelou aquela mulher, explicou que seu pai era duque e poderia pagar uma boa quantia pelo seu resgate, mas a mulher nem lhe deu atenção.