Reescrever as Estrelas
img img Reescrever as Estrelas img Capítulo 5 LIV
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Capítulo 5 LIV

Me virei na cama e vi pelas frestas da cortina o dia nublado lá fora. Lá no Brasil estávamos no verão, aqui na Europa era inverno. Se bem que na região sul as temperaturas eram sempre mais baixas, então eu já estava acostumada com o frio.

Desde quando eu cheguei anteontem, eu basicamente não saí do quarto. O clima frio e nublado já me deixava preguiçosa por natureza, e cansada do jeito que eu estava, só queria dormir pra esquecer toda essa merda. Dormir também me ajudava com os enjoos que eu estava começando a ter com frequência pela manhã, isso era bem chato.

A Carol ligou à tarde e ficamos conversando por um bom tempo, ela estava super preocupada comigo, mas eu lhe garanti que estava tudo bem. Mas quando ela me perguntou se eu já tinha decidido o que fazer, eu simplesmente não sabia o que dizer. Tô me sentindo perdida e à deriva em um mar revolto.

Eu planejei minha vida inteira com toda a calma e as coisas sempre deram certo pra mim. Sempre fui a filha perfeita, a aluna inteligente e com as melhores notas, tanto no colégio quanto na faculdade, e agora de uma hora para a outra, tudo simplesmente desabou e eu ainda tô tentando entender como isso aconteceu.

Toda vez que fecho os olhos, eu revivo aquela cena em minha mente e consigo sentir novamente toda aquela angústia e aquele desespero. Ver meu namorado me traindo com uma garota que eu sempre acreditei ser minha amiga, despedaçou meu coração em milhares de pedacinhos e eu não sabia como catá-los e colocá-los de volta no lugar.

A porta foi aberta devagarinho vi Ben sorrindo.

- Bom dia. - ele disse entrando. - Vim ver se já tinha acordado. Ontem quando cheguei você tava dormindo e eu não quis te acordar.

- Bom dia. - falei me espreguiçando e depois sentei encostada na cabeceira da cama. - Eu dormi o dia inteiro ontem, comecei a arrumar minhas coisas, mas desisti.

Apontei para minhas malas abertas e reviradas no chão.

Ben sorriu de novo balançando a cabeça e veio sentar ao meu lado.

- Como você está maninha? - ele perguntou abraçando meus ombros e recostei no seu peito, ouvindo as batidas do seu coração. Seus lábios beijaram os meus cabelos.

- Mais calma um pouco.

- Isso é bom. Liv eu sei que você me pediu pra não fazer nada, mas eu não consigo ficar indiferente a tudo isso. Eu liguei pra minha mãe ontem no meu horário de almoço.

Me afastei um pouco para encará-lo, meu coração disparado no peito.

Quando contei tudo que tinha acontecido, Ben queria ligar para os meus pais imedia-tamente, mas eu não deixei e o fiz jurar que não falaria com eles. Era óbvio que ele não ia fazer isso.

- Eu pedi pra você não falar nada. - murmurei chateada voltando e me recostar na cabe-ceira da cama e abracei meus joelhos.

- Liv não tem como ficar quieto de braços cruzados. O que seus pais fizeram com você é absurdo demais, insano. Eles te viraram as costas no momento que você mais precisa.

- Até parece que você não conhece os tios que tem.

Uma lágrima desceu pela minha bochecha e tratei de limpá-la, eu estava cansada de tanto chorar. Fiz uma promessa a mim mesma que não choraria por mais ninguém.

- Eu conheço, e conheço bem, mas ainda assim não consigo acreditar. Minha mãe não sabia de nada, eles não contaram a ninguém, passaram a agir como se você simplesmente não existisse mais.

Doeu ouvir aquilo, mas eu disfarcei.

- Não me surpreende. - soltei uma risada amarga e debochada. - Típico dos meus pais, sempre vivendo de aparências.

- E o seu namorado? Quando vai falar com ele?

- Pra começo de conversa, é ex-namorado. - dei ênfase na palavra "ex". - E eu não vou falar nada, ele perdeu todo o direito quando me traiu com aquela ordinária que um dia eu chamei de amiga. Eu nunca mais quero ver os dois na minha frente!

Benjamin me encarou e deu risada com vontade.

- Que foi? - perguntei tentando manter a pose séria, mas falhando miseravelmente e rindo também. - Que foi caralho?

- Você aí toda brava e cheia de marra.

- Seu idiota. - empurrei seu ombro e rimos mais ainda.

- Minha mãe tá tentando falar com eles, ver se eles caem na real.

- Isso não vai acontecer Ben, e você sabe disso. - murmurei o olhando e ele também me olhou fazendo um carinho em meu rosto.

- Pior que eu sei sim.

Novamente ele me abraçou querendo me confortar.

- E a faculdade? E o estágio que você tinha conseguido com aquela arquiteta lá?

Soltei um gemido frustrado.

- Nem me lembre disso, eu ralei pra caramba pra conseguir aquele estágio.

- Vai desistir?

- Eu não quero. - respondi me afastando um pouco, mas ainda estava abraçada a ele. -

Mas não tenho condição nenhuma de voltar para o Brasil agora, pelo menos não até decidir o que fazer.

- Eu sei disso e eu tava pensando ontem, até comentei com a Mika.

- Sobre? - perguntei inclinando um pouco a cabeça para trás tentando encará-lo.

- Sobre você e tudo isso. A gente sabe que vai ser difícil você continuar na faculdade com tudo isso acontecendo, em relação a dinheiro não se preocupe, eu poderia pagar um apar-tamento pra você sossegado e te dar uma mesada enquanto você terminava o curso e até arranjar trabalho...

Abri a boca pra falar, mas ele ergueu o dedo indicador em riste.

- Espera aí que eu não terminei. Eu iria pagar sim e deixa de ser chata.

Acabei dando risada.

- Mas você não pode ficar sozinha agora Liv e vai precisar de ajuda, dependendo de qual decisão tomar.

- Eu sei.

- Portanto, como eu já tinha dito antes, a casa é sua e fique o tempo que precisar, se mude pra cá se você quiser. Garanto que eu e a Mika vamos adorar.

Meus olhos ficaram marejados, mas dessa vez de alegria. Eu já era uma boba para chorar e com os hormônios a flor da pele então...

- Você não existe Benjamin... - murmurei emocionada. - Quando eu descobri, não sabia o que fazer e nem pra onde ir, até hesitei em te procurar.

- Ainda bem que pensou melhor e veio bater de surpresa na minha porta. Se não tivesse feito isso, eu com certeza teria ficado chateado.

Ele fez uma expressão de puro drama e acabamos rindo de novo. Com o Ben era sempre assim, não tinha tempo ruim e isso era uma das coisas que eu mais gostava nele, seu bom humor e sua alegria contagiante.

- Nunca hesite em pedir minha ajuda quando precisar Liv, já te disse isso antes e torno a repetir pra você não esquecer.

- Não vou. - garanti com um sorriso e ele beijou minha testa carinhosamente.

- Ótimo, se você resolver ficar, depois vamos resolver a questão do seu visto.

Assenti balançando a cabeça positivamente.

- Por enquanto, eu quero que você descanse e reflita com calma, não precisa decidir nada agora e seja qual for a sua decisão, você tem meu apoio Liv, incondicional.

- Você é o melhor irmão do mundo, sabia? - sussurrei baixinho como se estivesse lhe contando um segredo e ele sorriu beijando a pontinha do meu nariz.

- Sabia, mas não deixa o Luca ouvir isso ou ele vai ficar com ciúmes. - ele sussurrou de volta e demos risada.

Luca era o irmão mais novo do Ben, ele era um ano mais velho que eu e a gente vivia brigando na adolescência, e talvez até hoje, pela atenção do nosso irmão.

Ele ia se levantando na cama, mas pareceu se lembrar de algo e me encarou de novo.

- Ah, e eu não quero você enfiada dentro desse quarto o tempo todo, vai procurar o que fazer. - mandou autoritário e contive a vontade de lhe mostrar a língua. - Você adora Bar-celona, vai passear pela cidade, bater perna por aí. Ir junto com a Mika para o trabalho dela, tanto faz, só quero você nesse quarto pra dormir, ouviu Olívia?

Rolei os olhos fazendo uma careta. Sempre foi assim, ele vivia implicando com o fato de eu ser preguiçosa.

- Sabia que a partir de agora eu preciso dormir e descansar mais? - perguntei de volta o olhando e arqueando uma das minhas sobrancelhas.

- Tô nem aí, não quero você enfurnada aqui dentro.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos e logo depois suspirou, como se estivesse decidindo algo em sua mente.

- Não acredito que eu vou dizer, talvez eu até me arrependa.

- Não entendi nada. - falei tentando não dar risada.

- Apesar de ser um bicho-preguiça, você sempre foi muito sociável e fazia amizades com facilidade, faça amizade com aqueles malucos que jogam comigo.

Olhei para meu irmão dando risada e achando aquilo estranho.

- Anda, desembucha Benjamin. - mandei sabendo que tinha mais aí.

- Miguel e Romero tem perguntado de você, e o Dante me disse que a namorada dele, Vega também quis saber se você estava bem.

- Sério? - perguntei surpresa. Eu realmente achei que esse povo fosse, tipo sei lá, metido.

Principalmente os que nasceram em solo europeu.

- Sim. No próximo domingo tem jogo, a Mika sempre costuma ir, vai com ela, posso te arranjar uma camisa oficial com a minha numeração.

- Vou pensar nisso.

- Tá bem. Mais uma coisa que eu queria falar, acho que é a última. Eu não sei como você está em relação a dinheiro, sei que recebia uma mesada dos seus pais.

Esse foi o nosso combinado, eles continuariam me dando uma mesada para que eu me dedicasse somente aos estudos e até conseguir um estágio remunerado.

- Eu ainda tenho algum dinheiro, a passagem pra cá custou uma fortuna, mas eu nunca fui de gastar muito.

- Eu sei, mas vou deixar um dos meus cartões com você. - ele já foi logo pegando a car-teira no bolso e abrindo.

- Ben não precisa, eu tô bem.

- Eu não quero você andando sozinha pela cidade sem dinheiro, toma.

Ele me estendeu o cartão dourado e pensei em não aceitar.

- Ben não precisa...

- Deixa de ser teimosa garota. - ele me interrompeu enquanto colocava o cartão na minha mão. - Você vai ficar com ele e pronto.

- Tá bom, só para o caso de alguma emergência. Não vou estourar o limite dele que deve ser altíssimo.

Benjamin deu risada e eu o olhei sem entender.

- Compre o que você quiser Liv, e outra, nem se você quisesse ia conseguir estourar o limi-te, porque ele não tem.

Abri a boca chocada e ele me deu um beijo na testa antes de sair do quarto dando risada.

                         

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