E assim Jade fez. Mabel estava sem compreender muito o que estava acontecendo, e se sentia envergonhada com Rosalinda. Jade percebeu e tentou tranquiliza-la acerca daquela situação.
- Desculpe o jeito da minha mãe, amiga. Ela é um pouco ciumenta com a gente! Mas logo as coisas se ajeitam, não se preocupe. - ela disse passando a mão no braço de Mabel, porém Mabel apenas balançou a cabeça em sinal de confirmação. Elas subiram na moto e se foram.
Dentro de casa, na sala de estar, Túlio conversava com a sua mãe que estava sentada no sofá com expressão antipática, enquanto ele estava de pé em sua frente, indignado.
- Mãe, o que você quer, hein? Quantas vezes já te falei para não falar daquele jeito comigo, muito menos na presença das pessoas, principalmente da garota que pode ser minha futura mulher. - ele diss enfurecido, porém tentando se controlar para não falar demais.
- Meu filho, você sabe que eu e seu pai não concordamos de vocês namorarem tão cedo. Porque vejam nosso exemplo. Casamos cedo, tivemos vocês cedo e foram muitas dificuldades, e até hoje é difícil nosso relacionamento - Rosalinda tentava convencer o filho.
- Mas vocês não dão certo, e vivem se separando é porquê os gênios não se batem, não se combinam. E tu ainda é pior do que ele, pois tu sabe que ele é estressado e mesmo assim o provoca. Procura briga até se ele respirar. Sente ciúmes do vento. Aí, não tem como dar certo mesmo. E por favor, não se meta na minha vida, eu não te dou esse direito! - Túlio disse e não deu direito de resposta, foi para o quarto dormir, pois no outro dia a labuta era cedo na roça e meio dia tinha que ir ao colégio ainda.
Era o último ano do ensino médio e ele não via a hora de terminar logo para se dedicar totalmente a agricultura e conquistar estabilidade financeira, e poder ter sua própria casa e sua própria vida, longe de brigas e discussões das quais cresceu presenciando seus pais terem.
Ao amanhecer Túlio foi trabalhar com seu pai, mas para o seu azar a mãe dele já havia conversado com seu pai, Nelson.
- Túlio, fiquei sabendo que você está querendo namorar sério com a filha de meu primo Marlus. É verdade? - Nelson o perguntou enquanto eles capinavam a lavoura de mamona, debaixo do sol quente, pois no sertão nordestino mesmo cedo da manhã a temperatura já é alta no nas estações de verão e primavera.
- Sim, meu pai. É verdade! - ele respondeu desconfiado.
- Você sabe que te acho muito novo para namorar sério, certo? - Túlio concordou com a cabeça - Pois é, se casarem cedo não vão dar certo, e mais, a família dela só se casam no papel, e você sabe que eu jamais vou concordar com isso, porque é para homem trouxa, quando separa a mulher leva tudo que o homem tem. Então, caia fora enquanto é tempo.
- Sinto muito, meu pai, mas eu não penso em desistir dela! - Túlio disse convicto, porém temeu a reação do pai.
- Você quem sabe. Depois não diga que não avisei! E mais, se você continuar com ela eu não vou deixar que você ponha no seu nome nada do que conquistar nas minhas terras, isso seu eu deixar que você conquiste muita coisa por aqui. O que vier daqui... fica aqui! Mulher nenhuma vai levar, nem a minha, nem a do seu irmão e muito menos a sua! - Nelson disse e deu-lhe as costas.
Túlio cresceu ouvindo aquilo, então não ficou muito surpreso com aquelas palavras, e em partes ele concordava com o pai, pois foi criado com aquela crença materialista.
Enquanto isso, em um dos bairros pobres da cidade ao qual o povoado de Flor de açucena pertencia, em uma residência minúscula, onde a hábitos de higiene eram poucos usados, morava Andrey. Ele estava em seu quarto sujo e desorganizado em frente à tela do computador na mesinha, vestindo uma blusa de time de futebol e um short rasgado. Ele estava tentando encontrar uma forma de fisgar o mais rápido possível o coração de Mabel.
- Eu tenho que conquistar aquela garota. Eu ainda vou tirar a virgindade dela. Ainda vou trazer ela na minha cama. Ela tem que ser minha! - Ele dizia determinado a atrai-la para si.