Capítulo 2 Cap 1

Héloïse:

Ao chegar em casa de noite descobri a traição do meu marido, vendo as roupas de uma mulher jogada no chão pela casa, quais logo reconheci de quem eram, então senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, incapaz de conseguir acreditar que isso realmente estava acontecendo, contudo pior, foi logo com ela. Qual por enquanto ficara anônima por não querer nem citar o nome dessa mulher.

Fui até onde guardava a minha mala, qual tirei do armário em que estava guardada, pousando ela encima da mesa, já deixando-a aberta e assim ficou, com isso me dirigi até a sala, após tomar coragem fui até o quarto onde abri a porta, sem ressentimento, os vendo em uma situação nada agradável, ela se cobriu com o lençol rapidamente enquanto via meu marido se é que podia ainda ser chamar de meu, vestir sua bermuda já se levantando da cama, correndo em minha direção para tentar dar explicações, mas o cortei no mesmo instante e só falei para ele que conversaremos assim que aquela mulher fosse embora e assim o fez, na mesma velocidade que um raio aparece e some, deixando apenas nos dois a sós, onde se instalou uma ambiência pesado demais, mas sem forças ou vontade de abri o bico, só fui até meu armário pegando de pouco em pouco minhas roupas e todos meus pertences, levando até a minha mala enquanto escutava o blá blá blá do meu marido, choramingando e implorando para o perdoar, por algo que havia acabado de acontecer, porém isso era algo que não podia ser deixado de lado e assim que minha mala foi feita,a fechei, a tirando da mesa e a pousando no chão, dei uma última olhada para certificar que não havia esquecido nada de importante pois se tinha esquecido algo, iria ficar ali , pois nunca iria voltar nessa casa para buscar de volta e assim voltei até onde deixei minha mala, já pegando meu celular para chamar um Uber que chegaria em menos de cinco minutos, pegando meu casaco e o segurando em meu, calcei meus sapatos e por último peguei minha mala, descendo de elevador até a recepção, onde avistei o meu carro recém chegado e sem olhar para trás me dirigi em sua direção até o porta mala onde a guardei, já indo até a porta para adentrar no mesmo, quando meu marido de alguma forma conseguiu me alcançar me agarrando pelo braço com um tanto de força que chegava a me machucar, mas com dificuldade me soltei e em seguida me afastei dele quase que no automático.

- Já aguentei mais do que eu deveria aguentar, você é bruto, possessivo, controlador e sem contar as outras coisas que aconteceram, talvez esses hematomas te relembrem de algo. Mas me traír logo com ela...sendo eu,sua mulher, quem cuidava de você e da casa, sou eu! Acabou Léo!

- FOI UM ERRO... ME PERDOA, POR FAVOR, EU.... - grita o Léo

- Amanhã irei entrar em processo para pedir o divórcio, pode ficar tranquilo que não vou pedir os bens, pode ficar com tudo, não quero nada de você, não quero mesmo!

Não deixei o Léo falar, logo entrando no carro, pedindo para que desse logo partida e assim que o motor disparou,deixei minha máscara cair, começando a chorar feito uma criança. Era bobagem chorar? Sim e eu estava ciente disso, porém tudo que vinha na minha mente nesse exato momento, não era os momentos ruins, mas sim os momentos felizes que vivemos e sabia que essas lembranças não iriam voltar, pois como já dizia, o nome não passava de lembrança, isso destroçou meu peito, mas logo voltei a realidade assim que ouvi o motorista me chamar mais de uma vez, perguntando qual seria meu destino que realmente não tinha passado para ele ao adentrar no carro do motorista.

- desculpa... pode ser na rua Frasz 5260

- Certo senhora! - afirma o motorista

Assim peguei meu celular para ligar para minha amiga Sora, para avisá-la que estava chegando, ao atender o celular já demostrava estar preocupada comigo pois sabia que eu não era de ligar, caso não tivesse acontecido alguma coisa, mas como sempre, consegui acalma-la e em pouco instante eu já havia chegado ao meu destino, onde fui recebida pela Sora que correu em minha direção assim que me viu chegar, mal me dando tempo de sair do carro e assim que sai, paguei o motorista, peguei minha mala no porta malas e assim nos dirigimos até o condomínio da minha amiga que me enchia de perguntas querendo já saber de tudo, porem meu silêncio permaneceu, fazendo ela entender que ainda não estava bem, enquanto subimos até o andar da Sora, pelo elevador, assim que chegamos comecei a me sentir tonta, enjoada tendo minha visão toda embaçada por fim desmaiei ouvindo fracamente alguém me chamar mas não sabia quem exatamente era, apaguei.

(...)

Despertei meio desorientada tentando entender o que exatamente aconteceu, onde estava? Olhando ao meu redor vendo as paredes brancas, materiais médicos e onde estava deitada era uma marca me fazendo assimilar o que havia acontecido e logo vendo o médico adentrar em meu quarto, pedindo licença, fazendo um monte de exames, ia embora e voltava, ficando assim por mais um tempo para finalmente retornar com um envelope em suas mãos, seu rosto demostrava alegria sobre alguma coisa, como se vinha com uma boa notícia ou algo do tipo me deixando mais confusa ainda, então sentei na cama me ajeitando em uma posição confortável, esperando pelo o que o médico iria me anunciar já estando meio que impaciente, querendo ir embora desse lugar por não gostar de hospital pois me lembrava de coisas que queria era esquecer.

- Parabéns, a senhora Héloïse está grávida! - parabeniza o médico

Receber essa notícia foi para mim o mesmo que receber um soco no estômago, lágrimas voltaram a escorrer em meu rosto me fazendo sentir nojo e vergonha por carregar um bebê daquele cafajeste que era tudo que eu menos queria, mas infelizmente o destino da minha vida não quis assim, me deixando em um Impasse, pois ao mesmo tempo de não querer esse bebê eu era incapaz que tirar a vida desse ser, em minha barriga que não tinha nada haver com os problemas que tive com o Léo, e seria muito injusto descontar os erros do meu marido ou melhor ex-marido encima dessa criança, então ergui a cabeça, forcei um sorriso agradecendo ao médico, mas dava para ver que a Sora tinha percebido que minha ação não deixava de ser forçada e assim que recebi alta do hospital, chamamos um Uber, retornando para casa da minha amiga que não parava de gesticular querendo saber a coisa toda, então respirei fundo fechando por um instante meus olhos tomando coragem e assim comecei a contar para ela desde do início da história e assim que terminei de contar tudo, tinha como ver o tanto que deixou minha amiga mexida, como eu estava minutos atrás, me envolvendo em um abraço caloroso que não queria me desfazer, mas tendo que me afastar assim que chegamos ao nosso destino e para que a Sora pagasse o motorista do carro que saímos logo em seguida.

Adentramos no condomínio indo em direção ao elevador, qual apertei o botão até o andar do apartamento da Sora e assim que chegamos minha amiga foi diretamente até o quarto onde eu iria ficar, afim de deixar meu quarto prontinho e bonitinho, aproveitando para pegar minhas malas que havia deixado na entrada de casa ao lado da porta levando elas até o meu quarto enquanto começava a abrir-as após pousar encima de uma poltrona marrom que estava situada ao lado de um armário, fui guardando e organizando meus pertences e acabamos literalmente juntas onde sentamos sobre a minha cama se ajeitando em uma posição confortável afim de botar os assuntos em dias, demos gargalhadas de piadas idiotas, contei mais sobre o Léo o que deixou-a chocada pois muitas coisas eram ocultas para as pessoas do lado de fora e nem todo mundo conhecia realmente o Léo, pois ele sabia muito bem esconder quem ele era de verdade e inclusive estava com um pouco de pena pois aquela mulher com quem tinha me traído, muito brevemente iria descobrir que Léo não era quem dizia ser, mas quando fosse perceber isso já seria tarde demais, como aconteceu comigo quando o conheci.

- Mas isso já não é mais problema seu! - afirma Sora

- É, você tem toda razão...

Mesmo assim me incomodava um pouco pois não queria que qualquer outra mulher passasse pelo o que passei, mas Sora não deixava de ter razão e agora eu tinha um novo objetivo que era ficar bem, me manter saudável pelo bem do meu bebê com apenas uma única preocupação Léo! Pois se descobrisse que eu estava esperando um bebê que era dele, jamais me deixaria ir embora, o que não seria nada bom então decidi compartilhar a minha preocupação com a minha amiga.

- Se Léo descobrir que estou esperando um bebê dele...

- Mas não vai.... - avisa a Sora

- Eu tenho que ter certeza que o bebê e eu estaremos seguros enquanto eu peço divórcio...

- E pretende fazer o quê? - pergunta a Sora

- Sumir é a melhor opção... pensei em usar aquele dinheiro que economizei de emergência para ir em uma outra cidade, comprar uma casa ou até alugar... Ter um recomeço sabe... Não quero mais pessoas tóxicas na minha vida...

- Te entendo Heloíse... Bom se isso é o que acha melhor a se fazer, super te apoio. - compreende a Sora

- Obrigada... - respondo para ela

- Agora mudando de assunto, já sabe o nome do bebê? - pergunta a Sora

- Se for menino Xavier, se for menina Kellen...

Após a gente ter conversado um pouquinho, Sora se retirou do meu quarto e assim comecei a me arrumar para ir dormir, quando escutei meu celular vibrar o peguei em minha mão vendo várias chamadas do Léo que eu apertei no botão vermelho de desligar e logo em seguida bloqueei, pousando o celular em cima da mesinha do lado da minha cama acabando adormecendo logo em seguida.

No dia seguinte acordei com o sol na minha cara, mas também com a Sora que adentrou no quarto, sua cara demostrava estar preocupada e eu não estava entendendo nada até ela me revelar que Léo estava lá embaixo, na recepção perguntando por mim, sem pensar duas vezes levantei rapidamente da cama, vesti a mesma roupa que estava usando no dia passado, pegando todas as minhas coisas que havia tirado da mala, botando tudo novamente lá, fechando a mala novamente, rapidamente, escondendo ela no guarda-roupa e aproveitando para poder me esconder junta, fechando as portas delas, mas a Sora de surpresa me pegou pela mão, onde peguei rapidamente minhas coisas de volta, mala, casaco, sapato que não deu nem tempo de calçar e apontou para a porta de trás que se situava logo depois de passar a cozinha, me deu um beijo na bochecha e disse para mim que passando aquela porta me levaria até a saída da parte de trás do condomínio, me deu dinheiro o suficiente para passagem de ônibus pedindo que ao chegar eu avisasse ela afim de não se preocupar comigo, agradeci a Sora e antes de ir embora me virei uma última vez para ela, sentindo mais uma vez as lágrimas querendo me afogar.

- Você deve me prometer que Léo jamais saberá sobre o bebê!

- Eu prometo, agora vá! - Jura a Sora

E assim eu saí de lá, correndo o mais rápido possível enquanto tomava cuidado em não fazer barulho algum e para não tropeçar por medo em me machucar, acabando prejudicando o bebê, indo em direção para a rodoviária onde comprei uma passagem aleatória desde que fosse para longe daqui, entrando na fila para aguardar a chamada para entrar no ônibus e assim que chamaram, vi um entrando, depois outros e assim adiante até chegar em minha vez, onde adentrei procurando meu assento, ajeitando minhas coisas, ouvindo o motorista anunciando a nossa partida ligando o motor do ônibus e assim partirmos, mas ao ouvir uma voz gritando que logo reconheci, meu corpo se tremeu todo pois não era nem mais e nem menos que o Léo, dando um chilique infantil e possessivo gritando que não aceitaria o divórcio e tal, me sentindo envergonhada e com desejo de querer sumir, o ônibus parou e pude observar ele vir em minha direção, achando que meu fim iria chegar ,mas para minha maior surpresa um homem sentado não tão longe de mim se levantou indo em direção a Léo, indo enfrenta-lo e poucos minutos depois já não estava mais, me deixando aliviada pois por um instante eu achei que não iria conseguir ir embora me fazendo tomar a decisão que ao chegar na primeira estação eu iria trocar de ônibus com um novo destino para não correr o risco em ser achada por Léo.

O homem que teria me salvado veio em minha direção para me perguntar como eu estava, diz que estava bem, o que não era realmente verdade, agradecendo-o pela ajuda agora a pouco, ele foi até seu banco pegou suas coisas voltando em minha direção pedindo licença para sentar ao meu lado que aceitei e ficamos conversando até chegar ao destino que desci que inclusive por coincidência o mesmo desceu também, mas chegamos a pegar caminhos diferente, nos despedimos então após pegar nossas bagagens de volta.

- Desculpe, mas qual o nome da senhora? - pergunta um desconhecido

- Héloïse e o seu?

- Xavier, muito prazer! Bom, agora tenho que ir, aqui está meu cartão se precisar. Foi um prazer, tchau. - responde o Xavier

Ao ouvir o nome dele, me lembrei do nome que iria dar ao meu bebê se fosse menino. Será que era algo do destino? Não sabia a resposta, mas também eram muitas coincidências em um dia só, peguei o contato do rapaz que estava segurando e após a gente se despedir fui até o segundo ônibus, adentrando e procurando meu assento e assim instalada, me ajeitei esperando o ônibus, partir o que mais uma vez não demorou para acontecer, guardei o cartão do rapaz em meu bolso, joguei o celular no lixo do ônibus e assim que cheguei finalmente ao meu destino, desci, peguei minhas malas e simplesmente.

Desaparece!

            
            

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