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Xavier
Estresse constante, noite mal dormida pela gritaria de lá para cá que estava acontecendo em minha casa já fazia um tempo. Amanhã eu teria que acordar cedo para uma reunião que iria ter a respeito da minha empresa e claro eu não estava nada feliz com isso, pois havia sido marcado muito acima da hora, pois isso era algo que eu mais odiava mas do meu irmão mais velho querendo tomar tudo de mim eu não podia ficar sentado sem fazer nada então lá ia eu nessa maldita reunião amanhã por mais que eu não queria, indo até o banheiro ligar o chuveiro deixando a água escorrer enquanto ia para meu quarto buscar minhas roupas que iria vestir, cueca, meia e o sapato que iria calçar, voltando até o banheiro deixando-os sobre a pia, tirando a roupa que estava vestindo apenas sentindo a água cair sobre meu corpo, fechando meus olhos por um momento aproveitando esse momento de paz.
Para muitas pessoas eu era uma pessoa gentil, carinhosa, cavaleiro, o que era verdade, porém aí mesmo dentro de mim se escondia o oposto, sim, eu era dupla personalidade e isso para mim era o meu lado mais sóbrio que eu poderia ter, pois a meu ver o meu segundo eu, não passava de ser um monstro e por isso que eu não me permitia em namorar ninguém, pois se acontecia algo com ela eu jamais me perdoaria. Com o pensamento distante sai do banho me enrolando em uma toalha, me sequei e em seguida vesti a roupa nova que havia separado, escutando meu celular vibrar, levo meu celular vendo que a programação havia mudado, desesperadamente saio do banheiro, metade vestido metade não, corro até o quarto em busca da minha mala onde pego minhas roupas depressa com tudo que eu precisava levar, alguns calçados e outras coisas que ao finalizar a mala, fecho-a levando ela até a porta de entrada, vou até a cozinha roubar uma torrada do prato da minha irmã que sempre que pudesse não perdia tempo em me provocar ao respeito de arrumar uma namorada, eu iria retrucar, mas quem me salvou dessa vez foi a minha mãe.
- Filha, você sabe que Xavier não gosta desse assunto.... - repreende a mãe
- Sim, mas independente disso, você merece ser feliz.... - Retruca a irmã
- Mereço, mas nem cem por cento.... Agora tenho que ir à reunião foi adiada para amanhã de manhã invés de tarde e não posso atrasar, beijos!
Peguei minhas coisas todas e saí de casa, adentrei no carro do meu motorista indo em direção à rodoviária, o trânsito era grande como a chance em perder o ônibus e obviamente que ao chegar finalmente na rodoviária só vi o meu ônibus se for que xinguei mentalmente ao ver que o inevitável iria acontecer, eu ia atrasar. Pego meu celular novamente e discou o número do meu motorista pedindo a ele me levar até a rodoviária que se situava a duas horas da minha cidade que pelos meus cálculos daria em pegar o ônibus que eu tinha perdido contando pelas paradas que ainda iria fazer e assim retornando nas rotas, rapidamente chegamos até a rodoviária onde eu desci, peguei novamente minhas malas no porta a mala, procurando um guarda para perguntar se o ônibus havia chegado, para minha maior sorte o ônibus ainda não havia chegado então me sentei na área vip que eu tinha acesso, deixando as minhas malas pertinho de mim, pegando meu celular para mexer até o ônibus chegar o que achava uma eternidade, mas com certeza era por estar ansioso e nervoso pelo atraso que teria ao chegar lá enquanto aproveitando ter meu celular em mão decidi mandar uma mensagem para eles afim de avisa -los do meu atraso, ficando mexendo no celular por um bom tempo até minha barriga decidir roncar.
Me levanto então pegando minhas bagagens indo em direção até um restaurante onde sento em uma das mesas, chamo o garçom e faço meu pedido, assim que minha comida chega eu como tranquilamente dando uns goles em meu suco de laranja que havia pedido também, ao finalizar eu acerto a conta e me retiro, voltando para a área vip me sentando em outro lugar, pois aquele onde eu estava agora alguém já ocupava o que era normal por ser rodoviária e pelas pessoas que vai e vem.
(...)
Sem perceber, eu adormeci, quando acordei, duas das minhas três malas haviam sumido, meu segundo eu tinha despertado durante meu "sono" sem eu ter percebido, uma mulher apavorada, uma criança chorando, um guarda pedindo para eu me retirar..... Droga, de novo não!!!! Pois é, provavelmente quando estava dormindo durante meu sono, meu outro eu acordou e algo de bom eu sabia que não tinha e exatamente por isso namorar alguém ou pensar em ter uma namorada era fora de cogitação, peço desculpas milhares de vezes, pego minha única mala que havia sobrado e olho em meu bolso interior me deixando mais aliviado ao ver que o ladrão que roubou minhas malas não haviam pego nem minha carteira e nem meu celular e isso já era uma boa coisa, querendo ou não.
Me levanto vendo as pessoas se afastar já indo embora, mas ouço a chamada do meu ônibus que mudo novamente de rota indo diretamente até o ônibus que adentro, logo em seguida me sento em meu lugar após arrumar minha mala encima, me ajeitando confortavelmente, fechando meus olhos estando já cansado depois de tantos acontecimentos que teria acontecido, botando meus fones de ouvido em meus ouvidos, curtindo uma música aleatória enquanto esperava que todos os passageiros se instalassem e adentrassem para que finalmente partimos.
Dez minutos depois aproximadamente o ônibus após anunciar que iria partir, saiu da rodoviária e já estava quase indo para a estrada, mas um maluco começou a gritar palavras e chegou até a se botar em frente ao ônibus, fazendo o mesmo parar, o motorista teve que abrir a porta e vi que o rapaz que não tinha mais de trinta anos estava se dirigindo a uma mulher em torno da mesma idade daquele sujeito que estava se tremendo toda, sem hesitar duas vezes me levantei enfrentando o cara que ainda tentou me bater, porém por eu ser mais alto não deu muito certo e com facilidade eu consegui expulsá-lo do ônibus e assim que retornei pude ver que a mulher tinha até relaxada por estar mais tranquila, fui até a mesma perguntar como estava e por mais que dizia estar bem dava para ver que apenas disse isso para me deixar mais tranquilo então fui pegar minhas coisas e voltei até ela onde após ter tido a permissão em me sentar ao lado dela, ajeitei minhas coisas, me sentando em seguida ao lado da mulher onde conversamos durante a viagem toda que nem percebi quando chegamos ao destino.
Após descer do ônibus continuamos a conversa enquanto pegamos de volta as nossas malas, nós apresentamos , dei meu cartão de contato e nos despedimos então onde fui até a fila do táxi que tive chance por não ter que esperar muito, pedindo para ir até o endereço que indicava o hotel onde eu iria ficar, ao chegar lá finalmente, paguei o motorista e assim que peguei meus pertences vou até a recepção para ser encaminhando até meu quarto e por via das dúvidas decidi dispensar o carinha que seria encarregado em trazer minha mala de medo que alguém roubasse de novo, adentro no meu quarto que era a porta 230 e assim feito, coloco a mala ao lado da minha cama, pousando a mesma sobre o pequeno sofá onde a abro pegando meu pijama que visto em seguida e meu estojo, contendo escova de dente com as demais coisas, faço minha higiene pessoal noturna e me deito na cama onde ao fechar os olhos por um motivo desconhecido a imagem da Héloïse aparece em minha mente e ao reabrir meus olhos assustados ouço meu celular vibrar que o pego vendo uma mensagem de um número desconhecido que já iria bloquear, mas assim que vi de quem era fiquei ainda mais surpreso.
📩 Olá aqui é a Héloïse, só para te avisar que cheguei direitinho e mais uma vez muito obrigada por ter me ajudado, espero que tenha chegado bem também, tenha uma boa noite.
Não sabia se isso era destino ou apenas uma coincidência do fato de eu ter acabado de pensar nela e logo me mandasse uma mensagem, a preocupação que tomava minha mente era porque comecei a pensar nessa mulher, o que teria despertado meu interesse nela? Eu não sabia, mas de algo que eu tinha certeza era que nada além de amizade, poderia nascer e torcer que nossas vidas seriam afastadas pelo bem dela, pois me ter ao seu lado não seria nada justo com ela, me ajeito no travesseiro tentando esvaziar minha mente acabando adormecendo com medo do meu outro "eu" se aproveitar do meu sono para fazer alguma coisa, então decido levantar da cama, fecho a porta do meu quarto atrás de mim, levando a chave comigo, descendo até a recepção assim mesmo, chamando um atendente pedindo para chamar um guarda ou qualquer segurança, pois não podia me dar o luxo em tomar qualquer risco e assim que o segurança vem eu peço educadamente o que me esperava que ele fizesse, dando apenas as informações necessárias, sentindo seu olhar de hesitação pelo meu pedido.
- O senhor Xavier tem certeza que eu posso.... - pergunta o segurança
- Tenho sim, por favor... Aqui R$300 reais a segunda parte para fechar R$600 eu lhe entrego de manhã!
- Essa gorjeta e muito senh... - responde o segurança
- Não, pelo o que estou pedindo a você, lembra-se que não posso sair desse quarto durante a noite em hipótese nenhuma!
- Está bem! - confirma o segurança
Assim que tive certeza ou quase certeza de que não iria acontecer nada de anormal, volto ao meu quarto, onde fecho a porta, deixando o segurança lá, voltando tranquilamente em minha cama e não demorou muito para acabar dormindo profundamente.
No dia seguinte eu acordo com o despertador tocando, aproveitando não ter gritaria tanto da minha mãe quanto da minha irmã, preocupado saio do quarto já com a segunda parte do dinheiro para dar ao segurança e ao abrir a porta eu peço se eu fiz alguma coisa a noite, mas o mesmo me garante que nem nariz meu passou pela porta o que me deixou mais aliviado então pego os R$300 reais entregando para ele, agradecendo mais uma vez pelo seu serviço e assim adentro novamente em meu quarto, fechando a porta atrás de mim, indo em direção do banheiro tomar uma boa ducha para despertar e me preparar para voltar naquela maldita rodoviária pegar o segundo ônibus até meu destino final.
Ao finalizar o banho, visto um conjunto de roupa nova e guardo meu pijama junto com meu estojo de banheiro de volta na mala assim que tudo estava em ordem chamo mais uma vez o Uber e enquanto aguardava o carro chegar, aproveito a acertar a conta no hotel da minha estadia nessa noite e logo em seguida adentro no carro que havia acabado de chegar, o trânsito era grande meus uma vez por ser horário do pico, mas não demorou para chegar até a rodoviária onde após pagar o motorista e pegar minha mala vou até o guichê comprar minha passagem já indo até o ônibus que recém havia anunciado sua partida, sim, eu quase perdi o ônibus, de novo! Só que por sorte consegui pegar e agora eram mais de doze horas de viagem até chegar ao destino.
Eu cochilava, levantava para esticar as pernas, despreguiçava meus braços, comia, bebia água, dormia, lia, escrevia relatório de trabalho, conversava com minha irmã, mas evitava de usar o celular para economizar bateria durante a viagem e assim cheguei finalmente com sorte em não ter nenhum imprevisto ou acidente durante o caminho da viagem, desci do ônibus, peguei minhas bagagens já chamando um Uber pronto para ir até o hotel que iria ficar durante esses dias da minha viagem a negócio, assim que o carro chegou dei uma parada no caminho para comer alguma coisa que se tornaria a minha janta junto, um suco de limão dessa vez e voltei ao Uber que estava me esperando e assim fomos ao hotel que chegamos até rapidamente onde fiz o mesmo que no outro hotel, tanto com a mala quanto ao segurança para me vigiar enquanto eu estivesse dormindo a noite, já deixando tudo acertado e assim que deixei as coisas no meu quarto que agora era a porta 110, desci para dar uma volta e conhecer os locais acabando esbarrando em alguém que não via a anos e logo de cara eu reconheci.
- VOCÊ?