Capítulo 6 Adotá-la fazia parte de uma jogada

Leanna não conseguia acreditar nisso.

"Certo, tudo bem!" Era nítida a fúria de Ricky. "Já disse anteriormente que iria dividir as ações igualmente. Quando você e seu irmão ficarem noivos, cada um irá receber sua parte. Seu irmão já está com o noivado marcado. Quando esse momento chegar, irei dar a metade das minhas ações para ele. Mas se você está pensando em se casar com essa atriz, pode esquecer qualquer ação."

Nervosa, Leanna olhou na direção de Nate, apenas para vê-lo meneando a cabeça calmamente. "Tudo bem, não preciso das suas ações."

Isso era o equivalente a dez por cento na empresa!

Leanna rapidamente abaixou o olhar.

Ele estava disposto a abrir mão de ações que valiam bilhões por Jillian...

Nate Holland, normalmente tão calmo e equilibrado, parecia estar perdidamente apaixonado.

Leanna fingiu pegar algo para enxugar as lágrimas discretamente na manga antes de erguer a cabeça.

Se as coisas continuassem nesse ritmo, não fazia mais sentido para ela ficar em Elesmond. Já que Nate queria que ela fosse estudar no exterior e saísse da sua vida, ela faria isso.

Ela sempre seria a garota obediente e sensata para Nate. Sem conseguir mais suportar o sorriso presunçoso de Jillian e o desafio de Nate a Ricky por causa dela, Leanna subiu as escadas.

Quando voltaram para casa, Leanna arrumou suas malas antes de ir até Nate. "Pretendo ir para Yulford e passar dois meses com Colten. Esta pode ser minha última chance de passar algum tempo com ele."

Nate assentiu com a cabeça. "Está bem, Darren irá te levar."

Ele não deu indícios de querer que ela permanecesse. Com o desânimo pesando, ela entrou no carro com destino a Yulford.

Na noite anterior à viagem para o exterior, Leanna voltou para Elesmond para uma última refeição com Nate.

Sentando-se à mesa de jantar da vila, ela olhou para a variedade de pratos.

Se aproximando, a governanta insistiu: "Senhorita Powell, a comida irá esfriar. Você deveria comer."

Leanna se recusava a tocar nos talheres. Ao olhar para o relógio, ela percebeu que já eram dez e meia. Esta seria a última vez que poderia comer com Nate. Afinal, ela precisava se levantar às cinco da manhã para pegar o avião.

Contudo, há trinta minutos, quando ela ligou para Nate, ele se desculpou, mencionando algo urgente.

O que poderia ser mais importante? Talvez fosse o aniversário de dez anos de Jillian na indústria do entretenimento. Estava tudo publicado na internet. A foto de Jillian jantando com o presidente do Grupo Holland já havia se tornado viral.

No entanto, Nate não parecia ter tempo para jantar com ela.

Quatro anos de convivência não se comparavam a um breve momento com sua amada.

Nate poderia ser tão indiferente assim?

Não aguentando mais, Leanna se levantou abruptamente e saiu correndo.

Pega de surpresa, Paula pediu para que o motorista fosse atrás dela.

O carro parou na entrada do Clube Dragon. Leanna prontamente o reconheceu pelas fotos que estavam por toda a internet.

O gerente do clube tentou detê-la.

Então, ela ligou para o número particular de Nate e estendeu o celular para o gerente quando Nate atendeu.

Depois de ser instruído, o gerente educadamente a conduziu até uma sala privada.

A porta estava entreaberta.

Leanna parou por um instante, com a mão na maçaneta, hesitando ao ouvir a conversa animada lá dentro.

"Nate, preciso te parabenizar pela sua sorte extraordinária. Você herdou todas as ações do seu avô. E depois que ficar noivo, também irá receber a metade das ações do seu pai. Depois disso, você será o chefe do Grupo Holland. Ao que parece, você está florescendo no amor e carreira. Nós, meros solteiros, não podemos deixar de sentir inveja."

"Fiquei sabendo que sua suposta sobrinha irá estudar no exterior. Ela já cresceu, então não deveria mais precisar do seu apoio, certo? Deve ser um alívio se ver livre desse fardo."

"Algumas pessoas pensaram que Nate iria fazer de Leanna sua noiva."

"Esse é um pensamento bastante ingênuo. Embora seja bonita, Leanna não se compara a Jillian."

"Ela ainda não se tornou uma mulher."

"Sim, mas não era isso o que Nate tinha em mente. Se ele não tivesse retornado ao país e quisesse desafiar o pai e a madrasta, por que ele teria optado por cuidar de Leanna e ser responsável por ela? Nate tem muito com o que lidar. Ele não iria apenas bancar o santo."

Leanna sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

Então, essa era a verdade.

Nate não a deixou ficar por pena ou respeito pelo avô. Tudo fazia parte de uma jogada contra Ricky e Kristy.

Desde o começo, ela não passou de uma peça no jogo de Nate.

Agora que ela tinha cumprido seu papel, não era mais necessária e poderia ser enviada para o exterior.

As lágrimas escorreram pelo rosto de Leanna.

O coração de Nate sempre fora frio. Ela costumava pensar que tinha um lugar especial ali, mas agora parecia que não era mais importante do que qualquer outra pessoa.

Leanna não se lembrava de como tinha conseguido sair do clube.

Ela não conseguiu conquistar o carinho de Nate, percebendo que até os laços familiares entre eles eram apenas uma ilusão da sua imaginação.

Na sala privada, Nate pegou uma garrafa e a jogou nas pessoas que estavam falando. "Parem de falar besteira."

Em meio ao barulho, ele saiu do clube a passos largos.

Ele não viu Leanna, pois ela já tinha ido embora.