Capítulo 5 Termino

Naquela noite, ao retornar para casa com o coração machucado e um guarda-chuva em mão, respirei fundo. Ao adentrar o meu apartamento, fui recebida por Sofia, minha adorável gatinha. Sofia foi um presente de Alex, dado a mim quando Emma destruir meu ursinho de pelúcia. Este gesto foi o melhor presente que já recebi em toda a minha vida. Pegando Sofia no colo, fechei a porta atrás de mim e afoguei sua cabeça. Não há criatura mais pura e amorosa que os animais e não consigo compreender como algumas pessoas consegue maltratar e abandona los.

- Como é possível alguém tão privilegiado, não admira uma criatura tão divina de Deus.-

Sofia me encarou com compreensão em seu olhar, e isso me trouxe um alívio temporário. Sentada no chão, encosto no sofá com a cabeça apoiada nas pernas, aqui estou mais uma vez sozinha, sem ninguém por perto. Meu coração dói! Cada pequeno, detalhe me faz lembrar dele, dos momentos que compartilhamos, nossas alegrias e tristezas. Agora só vejo um espaço vazio, sombrio e sem vida, tudo perdeu o encanto, as cores desbotaram. Parece que estou sendo engolida por um oceano profundo. Por mais que tente remar contra a maré, me vejo sendo arrastada pela correnteza, afundando no mar. Tento nadar, mas a cada tentativa me afundo mais, e quanto, mas luto, sou levada para o fundo gelado e escuro. Olho para o teto como se algo prendesse meu olhar, lembrança vem em meus pensamentos.

- Você me disse, Sam, que eu seria o seu único e eterno amor para sempre! _ falo segurando com emoção uma fotografia nossa. (Lágrimas escorrem pelo rosto).

- Emma, quando foi que começou a sentir algo por Sam?

- Você me disse Sam, que eu seria o seu único e eterno amor para sempre! -Falo segurando com força uma fotografia nossa.

Percebendo que estou encharcada, levanto e vou até ao banheiro jogando minha roupa no chão. Um banho longo é minha tentativa de afastar os pensamentos e a decepção de ver Sam e Emma juntos.

- Quando foi que deixamos de nos comunicar? Em qual momento que a chamar se apagou em nosso peito? Em qual momento perdemos no caminho? - (Lágrimas cai pelo rosto.)

- Você afirmou que eu seria seu amor que estava apaixonado. O problema é não é estava em você, Sam, mas sim em mim por esperar demais de alguém que não tinha nada a oferecer. -

Encho a banheira e mergulho nela na tentativa de afogar meus pensamentos. Sinto meu corpo doer, acabo deixando a foto cair no chão. Estou me afogando e não se tem ninguém que me puxe desse abismo.

- Pensei que você seria minha salvação, mas acabou sendo o maior fardo emocional que já enfrentei.-

Ao sair do banho caminho até meu quarto com um peso na alma. Quando me deito na cama, sinto uma imensa fadiga e acabo adormecendo instantaneamente. A Chuva caia lá fora, acompanhada de um vento frio. Sou despertada por batidas na porta, escuto alguém me chamando:

- Ranchel!

Ainda com os olhos fechados devido ao sono, levanto-me com dificuldade e mal consigo abrir as pálpebras. Cambaleando, chego a porta e acabo batendo a testa na parede, o que me faz soltar um -"Aí!"-com sonolência, paro em frente a porta, para atender a visita inesperada que está batendo com impaciência. Antes de abrir, hesite por um instante ao olhar para o relógio;

- Quem em plena consciência viria a casa de alguém a essa hora? Se for um ladrão.- Falo me afastando da porta, agarro um vaso para atacá-lo. Mas logo afasto esse pensamento quando ouço novamente batidas e uma voz que me chama.

- Ranchel... Ranchel.-

Quando abrir a porta, vejo Sam completamente molhado e visivelmente aborrecido.

- Qual o motivo da demora para abrir a porta?

- Por que você se incomoda tanto com isso? São 3 da manhã e você quer acordar os vizinhos. - menciono, apontando para o relógio. Ele simplesmente ignora.

- Tentei entra em contato com você várias vezes, ligando e enviando mensagem, porém não obtive resposta alguma. Fiquei apreensivo, pensando se algo havia acontecido.

- Meu celular só descarregou. - O observo e, caso não tivesse presenciado sua traição com minha irmã; poderia acreditar que realmente esta genuinamente preocupado comigo. Essa contratação me entristece e sinto estar angustiada, desejo chorar, mas seguro as lágrimas.

- Estou bem.-Afirmo com lágrimas nos olhos, virando me para evitar que ele perceba minha emoção, não desejo ter essa conversa neste, momento.

- Percebeste que me encontro bem!- Agora retire-se daqui.

- Não podemos deixar de ter uma conversa, isso está me deixando louco. - Diz Sam, desviando o olhar, sinto um peso no coração, pois sei exatamente como se vai terminar. Não posso permitir que ele decida o desfecho.

- Vamos lá! Está na hora Sam. - Percebo vacilação em seu olhar, ele inspira como se estivesse buscando as palavras adequada.

Antes que Sam diga algo, com firmeza eu me adianto e falo primeiro.

- Sam, acho melhor darmos um tempo.- Me viro e vou em direção à sala, ouço a voz alterada de Sam, ele parece irritado.

- O que está acontecendo? Por qual motivo você deseja finalizar tudo tão repentinamente? - Pergunta Sam ao entrar no apartamento e fechando a porta, segurando meu braço com força para me colocar a sua frente.

- Você está com outra pessoa? É por isso que não atendeu minhas ligações? - Seu aperto se intensificar e fica cada vez mais forte, meu braço começa a doer.

- Sam, você está me machucando, isso está doendo. -Com lágrimas nos olhos, comunico ele percebe o que estava causando e afrouxa seu aperto, olha para meu braço vermelho e o solta, envergonhado ele passa a mão no cabelo atordoado com o que acabou de fazer.

-Peço desculpas. Ranchel, não era minha intenção machucar você, agi inadequadamente.-

Quero concluir, encerrando este assunto agora, me distancio, virando as costas para Sam, enquanto Sofia vem e atravessar entre as minhas pernas.

- Sam... Está tudo acabado entre nós dois, não haverá mais casamento. - Falo com a voz trêmula.

- Ranchel, tem algo a esconder de mim? Se não me ama mais, por favor, me diga. - Disse Sam, andando de um lado para outro.

- Você me traiu... Não era isso que você deseja tanto me contar? -Lágrimas começa a escorrer dos meus olhos.

- Quem disse tantas bobagens para você. - Pergunta Sam enxugando minhas lágrimas.

- Não fui informada por ninguém, mas vi você e Emma no café se beijando. - Eu o afastei dando um tapa em seu rosto.

Sam se aproxima de mim dou dois passos para trás. Ele olha para meu braço vermelho, percebe o quanto estou assustada. Sam se senta no sofá e encarar suas próprias mãos.

(Confissão)

Sam reflete sobre suas próprias atitudes inclinando o pescoço para baixo e com humildade iniciar a fala:

-Ranchel, me desculpe. No início, eu não queria que as coisas acontecessem dessa forma. Emma é incrível e você sempre rejeitava minha investida sempre a mesma desculpa, do depois do casamento. Sou homem e tenho minhas necessidades, mas isso não vem ao caso. - Diz Sam, cansado e levantando-se.

-Voce me traiu, apenas por não conseguir lidar com seus desejos? Eu perguntei várias vezes se você estava confortável com essa situação, Sam, e você concordou. - Digo contendo as lágrimas.

-Eu concordei, pois acreditei que seria simples me conter, entretanto o coração é traiçoeiro, e quando mais precisei a Emma estava presente, enquanto você só se preocupava com a cerimônia nupcial ou os estudos.

-Sam, quando me deparei com você e Emma no nosso apartamento naquela ocasião, ela realmente estava aqui para resolver um probleminha do trabalho? Ou havia algo mais acontecendo. - Falo com um peso no peito.

- Desde aquele dia, tudo mudou. Ela me deu um beijo, eu recuei... Eu juro que recuei, mas depois , no meio daquela paixão, algo aconteceu de forma inesperada . Foi aparti desse momento que comecei a relembrar cada instante que passamos juntos. - Diz Sam com vergonha olhando, para uma foto nossa.

Aquilo dilacerou meu coração, sento como se um abismo se abrisse sob meus pés.

-Cada momento que compartilhamos não teve significado para você ? Sempre que eu ligava, você não atendia, sempre ocupado, será que era por estar com Emma? - Questiono, desferindo lhe um tapa.

-Por favor, Sam, vá embora, não me machuque mais, apenas saia.

-Ranchel, era necessário encontrar você, expressar todo meu amor, não consegui ficar calado, precisava lhe dizer a verdade. - Disse Sam levantando se e caminhando em minha direção.

-Voce me traí, depois mente e tenta me fazer parece a errada... Sinceramente é isso que você quer que eu acredite, Sam. Qual o seu problema? - Caminho até ele o empurrando.

-Voce foi minha prioridade, me dediquei totalmente a você, porém não fui correspondida ... Estiver preste a desistir por sua causa, confiei plenamente em você, só que acabou me traindo na primeira oportunidade com minha própria irmã.- Falo ao pegar uma foto e jogar no chão, não puder conter as lágrimas, ao olhar para Sam, percebi que também derramava, ele me abraça.

-Nao posso afirmar que tenha sido uma falha ou incidente. Contudo podemos resolver isso , então escuta, droga... Eu amo você, Emma foi apenas um equívoco. - Diz Sam chorando, ele tenta me beijar. Eu o empurro contra a parede.

-Nao foi um equívoco ou incidente... Você escolheu, agiu e cometeu. Você traiu consciente dos seus atos, você é apenas um traidor miserável. Eu sinto repulsa por você... Eu desprezo você Sam.

-Gostaria de ter te contado mais cedo, porém, fiquei receoso de te magoar, Ranchel, há algo que eu possa dizer para acalmar o seu coração? - Pergunta Sam encarando os meus olhos.

-Voce tem total liberdade para se expressar, eu estou desistindo de nós, Sam. Eu te perdoo e desejo que você direcione seu amor para Emma, tratando-a com mais consideração. - Falo passando por ele, abrindo a porta.

-Desculpa, Ranchel, peço perdão.

- Já é tarde demais para se desculpar Sam .

-Voce apenas necessita de um período de tempo.- Diz Sam, segurando minha mão.

-O tempo pode até ter pode de curar, mas neste momento, não tera, pois isso peço que vá embora. - Solto minha mão da sua, Sam passa por mim e parar do outro lado da porta, a fecho na cara dele , encostando nela, começo a chora minhas pernas não reage e acaba caindo, sentindo minha emoção agitada como água turbulenta.

Repito para mim mesma que não tem significado algum, porém meu coração é frágil e, me fazendo vacilar em minha própria convicções, acabo me desmoronando. Bato em mim mesma na esperança de sufoca essa emoção, começo a chora, quando ouço Sam batendo suavemente na porta.

-Ranchel, me desculpe... Não chore, amanhã teremos uma conversa mas profunda. - diz Sam entre soluços e choro.

-EU te odeio... Cada momento que passamos juntos era apenas uma ilusão, por favor, saia agora Sam.

-Eu amo você Ranchel e não vou desisti de nós. - Sam murmura ao se afastar da porta. As palavras que costumavam me trazer felicidades, agora só me trazer dor, como se fossem uma faca de dois gumes contando meu coração se em dois.

-Por qual motivo a escolhida para isso teria de ser Emma? -Enxugo minhas lágrimas. Tudo na vida se vai , suponho, algo desse tipo, mas sinceramente não compreendo... Não há alternativa a não ser sorrir disso agora, me sinto solitária como se o universo não desejasse que você experimentasse um pouco de alegria ou algo semelhante.

-Por que será que a felicidade está ao alcance de todos menos de mim? ... Será que sou tão indigna assim? - Expresso olhando para o teto como se estivesse perguntando a Deus, mas percebo que estou sendo oprimida, olhos para o espelho.

-Eu considero que nunca me valorizei verdadeiramente desde o início.

            
            

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