Capítulo 2 continuacao

Depois de algum tempo, George, claramente desapontado com a resposta de Sam, se acomodou no sofá com um olhar pensativo. Eu sabia que ele não desistiria facilmente, então, enquanto Sam terminava de cuidar da mão, decidi ir até o sofá e me sentar ao lado de George.

Você ainda quer assistir ao filme de terror, não é? – perguntei, tentando entender o que passava pela cabeça dele.

George me olhou com uma expressão de desespero teatral e fez uma careta.

Sim, mas... Sam tem razão. Depois fico com medo. – Ele suspirou, aparentemente aceitando a situação, mas ainda com o olhar fixo na TV. – Mas eu queria fazer algo diferente hoje. Algo que... não me deixe com medo.

Eu sorri e coloquei a mão sobre o ombro dele.

Que tal um filme de aventura? – sugeri, sabendo que era uma opção mais segura e que ainda poderia ser divertida. – Afinal, aventura e mistério também podem ser emocionantes, sem os monstros.

George pensou por um momento e, para minha surpresa, assentiu.

Acho que aceito essa ideia, pai. – Ele deu um sorriso de satisfação, como se tivesse finalmente encontrado um meio-termo perfeito entre o que queria e o que podia assistir sem se assustar depois.

Voltei até Sam, que estava agora sentado na mesa, com a mão já devidamente enfaixada.

Tudo bem, vamos de aventura. – Falei, e Sam deu um sorriso de alívio, como se a ideia tivesse lhe tirado um peso dos ombros.

Com tudo resolvido, fomos todos para a sala de estar. Sam escolheu o filme dessa vez, algo leve, com uma história de exploração e mistério. George se acomodou no sofá entre nós, seu olhar atento à tela, mas sem aquela tensão de quem espera um susto a qualquer momento.

Enquanto o filme começava, o ambiente na sala estava mais calmo e descontraído do que eu imaginava. Havia algo reconfortante em estar ali, no meio de minha família, sabendo que, apesar dos pequenos dramas do dia a dia, tudo estava certo. Sam, embora com a mão machucada, estava sorrindo e rindo de algumas partes do filme. George, contente por ter conseguido algo que não envolvesse monstros, estava com os olhos brilhando, ainda imerso na aventura da tela.

Eu me sentei ao lado deles, sentindo a paz que só a família pode trazer. Era nesses momentos simples, mas cheios de significado, que eu me sentia mais conectado a eles.

Você sabe, pai, eu gosto quando a gente passa tempo assim. Sem monstros, mas com aventuras. – George disse, com um sorriso genuíno, me fazendo sentir que, no fundo, ele sabia que ainda tinha muito a aprender, mas estava feliz com o que tinha ao seu redor.

Olhei para Sam, que agora estava relaxado e visivelmente mais tranquilo, e sorri. Apesar dos pequenos sustos e desafios diários, estávamos todos juntos, e isso, de alguma forma, fazia tudo valer a pena.

E assim, a noite seguiu com risos, piadas internas e a certeza de que, independente dos desafios ou das inseguranças, cada momento ao lado deles era uma aventura em si.

                         

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