Capítulo 5 Pronta para o mafioso

Assim que seus vultos se dissiparam no horizonte, disparou em direção ao quarto de Lisaura. A maçaneta quase cedeu sob a força de seus dedos impacientes, mas a porta estava trancada."

- Estou indo! - alarmou Lisaura, abrindo a porta com força. - Molly? - ela se surpreendeu ao ver o rosto em pânico da menina, que parecia ter envelhecido anos em minutos.

- O que está acontecendo? - perguntou Molly, entrando no quarto e examinando tudo com olhos frenéticos. Na cama de Eloah, a roupa que ela usaria estava organizada, junto com a peruca. - Você vai encontrar esse tal lobo hoje?

- Sim... - respondeu Lisaura com a voz arrastada, o peso da culpa e do medo pesando sobre seus ombros. - Mas o que você está fazendo aqui? A cafetina fugiu e você está se arriscando.

- Eu precisava te pedir uma coisa - anunciou Molly sem delongas, a voz embargada pela angústia.

- O que você quer? - Lisaura viu o olhar amedrontado da menina se dirigir à cama, pegando a peruca e encarando a prostituta com aflição. Ela logo entendeu. - Você está tão desesperada assim? Pensei que sua família tivesse dinheiro suficiente para fugir.

- Bom... Não é o dinheiro que eu quero - sussurrou Molly, aproximando-se de Lisaura com passos hesitantes.

- Então? Você quer um momento com um homem tão cruel? - perguntou ela, erguendo as sobrancelhas em uma mistura de surpresa e incredulidade. - Uma moça superprotegida que nunca foi tocada por nenhum homem?

- Não... Eu preciso da sua ajuda - as palavras saíram em um fio de voz, carregadas de súplica.

- Qual? - Lisaura se preparou para ouvir o pedido, o coração batendo forte no peito.

- Preciso pegar algo que está com ele. Você sabe da situação da minha família, e agora nem todo dinheiro que temos vai nos salvar. Então, eu tive uma ideia.

- Qual?

- Eu quero... Eu vou... eu quero... - ela balbuciava e gaguejava, as palavras se recusando a sair de sua garganta.

- Pelo visto, você quer se arriscar na cama desse maníaco. - Suspirou Lisaura, pensativa, seus olhos cheios de preocupação.

- Eu preciso pegar aquele anel. Diga-me o que eu tenho que fazer, por favor?

Lisaura balançou a cabeça negativamente, a compaixão lutando contra o bom senso. Molly parecia tão desesperada, seus olhos ardendo com uma determinação feroz.

- Esqueça! O que uma garota inexperiente como você pode fazer? Chorar e tentar fugir quando ele tentar te tocar? Você é virgem, nem deveria cogitar essa ideia.

- Olha!? Eu nunca te pediria para fazer isso no meu lugar, porque sei que isso te condenaria à morte. Sei o preço caro que é pago por roubar um líder mafioso tão importante. Mas, eu fazendo isso ou não, a minha vida acabou. Vamos todos morrer.

- A coisa é tão séria assim? - perguntou ela, a mente girando em pânico.

- Sim! É questão de tempo para que eles nos capturem. Mas se eu conseguir esse anel, supostamente posso sair com minha família dessa cidade. - Assim que Molly explicou, Lisaura ficou pensativa, uma batalha interna se desenrolando em seu coração.

- Eu fui ver Eloah há dois dias - Começou ela a explicar, seguindo até a cômoda, abrindo uma das gavetas e tirando uma folha de papel. - Essa é a lista de instruções que ela me deu. Esse homem é completamente doente. Ela me deu isso caso eu começasse a me encontrar com ele. Sei que antes de aprender isso, ela sofreu muito em suas mãos, chegava a ter medo de encontrá-lo. - Disse, entregando a lista para Molly, que começou a ler com avidez, seus olhos se arregalando com cada palavra que absorvia.

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"Coisas que você nunca deve fazer com o lobo farejador:

[1. Nunca o toque sem permissão.

2. Nunca beije.

3. Nunca tire sua máscara.

4. Nunca repita o perfume a menos que ele goste.

5. "Faça silêncio, ele não gosta que puxem assunto."]

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- Então... Isso é o que deve ser feito? Ele usa máscara sempre? - Perguntou Molly, o papel tremia em sua mão revelando seu medo.

- Sim, e ela contou que ele nunca beija. Normalmente... - Lisaura sentiu receio em contar para a minúscula garota amedrontada. - Bom, acho melhor descobrir por si mesma, já que quer ir, não quero te deixar mais assustada do que já estás.

- Eu tenho que fazer isso, querendo ou não. - Resmungou e seus lábios formaram um bico de choro.

- Além disso... O perfume é importante. Penso que é por isso que ela tem uma gaveta cheia deles. Ela disse que se ele odiar seu perfume, isso vai deixá-lo estressado... - Lisaura hesitou novamente, com receio.

- O que acontece se ele odiar?

- Ele tem tendência a ser intenso só para se livrar de uma vez. - Balbuciou Lisaura, desviando o olhar.

- O que quer dizer? - Perguntou Molly, com a voz trêmula.

- Não é nada fácil de explicar para alguém inexperiente. Ah!... Meu Deus! O que estou fazendo? - Lamentou ela , jogando-se na cama. - Quer saber? Eu vou pegar o anel para você.

- Não! - Disse Molly rispidamente. - Você não vai condenar a sua vida por uma coisa da nossa família. Eu vou. Só... Me explique um pouco de tudo que Eloah contou.

- Ele não é gentil. Você é só uma menina. Não se traumatize dessa forma. Homens como ele não sabem tratar uma mulher como deve, somos apenas objetos, seus pais te preservaram para casamento e não para essa vida, eu já estou acostumada ate mesmo aos piores homens.

- Eu não vou desistir. - retrucou Molly.

- Bom, ele... Tem suas vantagens. Ele não vai te beijar em nenhum momento. Os toques serão superficiais, mas você não deve tocá-lo em nenhum momento. - disse Lisaura apreensiva.

- E se ele gostar do perfume?

- Não muda muita coisa, só aumenta a intensidade à vantagem é que ele não te machuca.

- Machucado? - Perguntou Molly, com os olhos arregalados.

- Você vai saber se a mão dele encostar nas suas nádegas. - Explicou Lisaura pensativa, olhando ao redor como se procurasse algo.

- Eu estou ficando com medo. - confessou Molly.

- Eu tive uma idéia. Acredito que você pode sair ainda virgem.

- Como?

- Isso! - Apontou para o frasco em sua cabeceira.

- O que é?

- Esse é o "Boa Noite, Cinderela". Uso quando estou bebendo com homens asquerosos que são realmente incômodos. Você poderia tentar algo novo.

- O que você quer dizer?

- Tente beber um drinque com ele. É arriscado, mas se você for sensual o suficiente, talvez ele aceite um gole e você possa fazê-lo apagar antes que te toque.

- Isso! É isso! - Exclamou Molly, mesmo tremendo mais que bambu.

- Então é isso, mas é muito arriscado. Assim que fizer, pegue o anel e fuja, aquele lugar pertence a ele ate onde sei, então seus homens estarão la.

- Obrigada! - agradeceu ansiosa.

Lisaura ajudou Molly a se arrumar, a menina estava irreconhecível após a maquiagem, Lisaura tentou disfarçar bem sua aparência para que ele não pudesse a encontrar caso algo desse errado, então aquele rosto ingênuo e fraco sumiu dando lugar ao de uma mulher mais madura e experiente, mas seu olhar ingênuo não enganava quem a conhecia.

- Espera! Estava quase esquecendo - Correu para pegar a peruca quando Molly já estava pronta para sair, colocando-a na cabeça dela, em seguida, entregou o selo de trânsito com a identidade de Eloah e um óculos. - Está irreconhecível agora. - Disse Lisaura, com orgulho.

Molly pegou um táxi e seguiu para o endereço indicado, uma boate isolada da cidade, com seguranças enormes em frente à porta, barrando alguns jovens de passarem.

- Olá! - cumprimentou Molly aos seguranças ao mesmo tempo em que apresentava o selo.

- Prostitutas pela área dos fundos. Pensei que já soubesse Eloah! - Asseverou o segurança mal-humorado.