Capítulo 2 Prestando esclarecimentos a polícia

A delegacia de polícia estava iluminada por luzes fluorescentes que lançavam um brilho frio e impessoal sobre tudo. O ambiente era uma mistura de murmúrios baixos, telefones tocando e o som constante de teclados sendo digitados. Meghan, Sebastian e Louise estavam sentados lado a lado em um banco de madeira, o peso da tragédia ainda fresco em seus rostos.

Meghan segurava as mãos trêmulas no colo, tentando controlar a respiração. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto de Jacob, sorrindo para ela como se estivesse pedindo ajuda que ela não conseguiu dar. Sebastian estava ao lado dela, a mandíbula tensa e os olhos fixos em um ponto à frente. Louise, ainda em choque, encostava a cabeça no ombro do pai, o corpo encolhido em busca de algum consolo.

"Senhora Meghan," um dos policiais chamou, aproximando-se com um bloco de anotações. "Precisamos que a senhora venha conosco para prestar depoimento." A voz dele era gentil, mas firme, entendendo a delicadeza da situação.

Meghan olhou para Sebastian, que assentiu encorajando-a. Ela se levantou lentamente, como se cada movimento fosse um esforço monumental. Caminhou ao lado do policial até uma pequena sala de interrogatório, onde foi convidada a sentar-se em frente a uma mesa de metal. Do outro lado, um detetive com uma expressão séria e empática esperava para começar.

"Senhora Meghan," começou o detetive, "entendemos que isso é extremamente difícil para a senhora, mas precisamos que nos conte exatamente o que aconteceu na noite passada."

Meghan respirou fundo, tentando organizar os pensamentos. "Eu... recebi uma mensagem de um dos meus amantes," começou, a voz trêmula. "Ele queria me encontrar. Jacob estava em casa, jantando antes de ir para a faculdade. Eu... eu não deveria ter deixado ele sozinho. Eu sabia que aquele homem era instável, mas eu sai para encontra-lo na rua próximo de casa."

O detetive fez uma anotação, incentivando-a a continuar com um aceno de cabeça. "E o que aconteceu depois que ele chegou?"

"Ele ficou agressivo," Meghan disse, lágrimas começando a escorrer novamente. "Ele começou a gritar, a quebrar coisas. Jacob ouviu o barulho e veio ver o que estava acontecendo. Ele tentou me proteger, mas... ele se descontrolou. Eu tentei separar a briga, mas foi tudo tão rápido. Quando percebi, Jacob estava no chão. Ele... ele não se mexia mais."

O detetive fez mais anotações, o rosto impassível. "Esse homem, o seu amante, você sabe onde ele está agora?"

Meghan balançou a cabeça. "Eu não sei. Ele fugiu logo depois... depois de machucar Jacob. Eu... eu não consegui impedi-lo."

O detetive suspirou, fechando o bloco de anotações. "Nós vamos encontrá-lo, senhora Meghan. Prometemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para trazer justiça a Jacob."

Enquanto Meghan estava sendo interrogada, Sebastian e Louise foram levados para outra sala para prestar seus próprios depoimentos. Sebastian estava lutando para manter a calma, sentindo uma raiva crescente em relação ao homem que havia destruído sua família. "Você tem ideia de quem poderia ter feito isso?" perguntou o detetive que os entrevistava.

Sebastian balançou a cabeça. "Eu não sabia sobre os amantes de Meghan até esta noite. Mas eu quero ajudar a polícia a encontrar esse homem e garantir que ele pague pelo que fez."

Louise, ainda em choque, apenas balançou a cabeça negativamente quando foi questionada. Ela estava perdida em seu próprio mundo de dor, incapaz de compreender totalmente a magnitude do que havia acontecido.

As horas passaram lentamente enquanto a polícia coletava depoimentos, tentava traçar um perfil do agressor e organizava uma busca. Meghan, Sebastian e Louise permaneceram na delegacia, apoiando-se um no outro enquanto esperavam por respostas e tentavam encontrar forças para enfrentar os dias que viriam.

Quando a noite finalmente caiu novamente, a família foi liberada para ir para casa, mas nada seria igual. A casa, que antes era um lugar de riso e alegria, agora estava mergulhada em silêncio e tristeza. O caminho para a cura seria longo e doloroso, mas juntos, eles começariam a jornada, carregando a memória de Jacob em seus corações e buscando justiça para ele

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O dia do funeral de Jacob amanheceu cinzento e frio, como se o próprio céu estivesse em luto. Meghan, Sebastian e Louise se encontravam em um estado de torpor, cada um lidando com a perda de Jacob à sua maneira. O caminho até o cemitério foi silencioso, apenas o som abafado dos motores dos carros acompanhando a procissão.

Quando chegaram, foram recebidos por amigos e familiares que se reuniram para prestar suas últimas homenagens. O caixão de Jacob estava coberto de flores brancas, simbolizando a pureza e a inocência de uma vida tragicamente interrompida. Meghan mal podia acreditar que estava prestes a enterrar seu filho, um jovem cheio de promessas e sonhos.

O pastor iniciou a cerimônia com palavras de consolo, falando sobre a brevidade da vida e a esperança de uma reunião no além. As palavras, embora bem-intencionadas, pareciam distantes e irreais para Meghan. Ela sentia que nenhuma quantidade de consolo poderia preencher o vazio deixado pela morte de Jacob.

Sebastian estava ao lado dela, segurando sua mão firmemente. Ele também estava lutando para encontrar algum sentido em meio ao caos. As lágrimas escorriam silenciosamente pelo rosto de Louise enquanto ela olhava fixamente para o caixão, lembrando-se dos momentos felizes que compartilhara com seu irmão.

Quando o pastor terminou, foi a vez de Meghan se despedir. Com passos hesitantes, ela se aproximou do caixão e colocou uma foto de Jacob e dela juntos, rindo em um dia ensolarado. "Desculpe, meu filho," ela sussurrou, a voz embargada pela dor. "Eu sinto tanto por não ter te protegido. Eu te amo mais do que as palavras podem dizer."

Sebastian e Louise também se aproximaram para dizer suas últimas palavras. Sebastian colocou uma medalha de natação de Jacob, um símbolo de seu talento e determinação. Louise colocou um ursinho de pelúcia que Jacob havia dado a ela quando eram crianças, um símbolo de seu amor fraternal.

O momento mais difícil chegou quando o caixão foi lentamente descido à sepultura. Meghan sentiu como se uma parte de sua própria alma estivesse sendo enterrada junto com seu filho. Ela apertou a mão de Sebastian com mais força, buscando apoio para não desmoronar.

Depois que o caixão foi coberto com terra, amigos e familiares se aproximaram para oferecer suas condolências. As palavras de conforto eram bem-vindas, mas pareciam não alcançar a profundidade da dor que Meghan sentia. Ela sabia que precisaria de muito tempo para começar a processar a perda de Jacob.

Enquanto o cemitério se esvaziava lentamente, Meghan, Sebastian e Louise ficaram para trás, em silêncio, absorvendo o momento. O vento frio soprava suavemente, como se estivesse sussurrando palavras de consolo que só o tempo poderia trazer.

No caminho de volta para casa, o silêncio no carro era pesado, mas não opressor. Eles estavam juntos, e isso, de alguma forma, oferecia um pequeno conforto. Meghan sabia que o caminho para a cura seria longo e difícil, mas com sua família ao lado, ela sentia uma centelha de esperança de que, eventualmente, eles encontrariam uma maneira de seguir em frente, honrando a memória de Jacob em cada passo que dessem.

A casa, quando chegaram, parecia vazia e cheia de lembranças ao mesmo tempo. Meghan entrou lentamente, olhando ao redor e vendo os vestígios da vida de Jacob espalhados por toda parte. Ela sabia que precisaria de forças para lidar com a ausência dele, mas também sabia que precisava ser forte por Sebastian e Louise.

Enquanto a noite caía, Meghan se sentou na sala de estar com sua família, o silêncio entre eles não era de tristeza, mas de uma compreensão mútua de que, apesar de tudo, eles ainda tinham um ao outro. E, juntos, eles começariam a construir uma nova realidade, carregando sempre a memória de Jacob em seus corações.