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A tensão no carro era palpável enquanto Lucas dirigia com precisão pelas ruas da cidade. Ana, sentada ao seu lado, tentava controlar a respiração. A cada curva, a sensação de que algo definitivo estava prestes a acontecer crescia dentro dela. Chegaram à delegacia e foram imediatamente conduzidos ao escritório do detetive responsável pelo caso, Paulo Fernandes, um homem de meia-idade com olhar cansado mas determinado. "Srta. Ribeiro, Sr. Vasconcelos," Paulo os cumprimentou com um aceno de cabeça. "Temos novidades. Nossa equipe conseguiu rastrear uma das cartas até um café na zona sul.
Analisamos as gravações de segurança e identificamos um suspeito que aparece em várias datas correspondentes ao envio das cartas." Ele girou o monitor do computador para que pudessem ver. As imagens mostravam um homem de estatura média, rosto parcialmente coberto por um boné e óculos escuros. Mesmo assim, algo na sua postura parecia vagamente familiar a Ana. "Conseguimos uma foto mais clara," continuou Paulo, ampliando uma imagem onde o rosto do homem era mais visível. Ana estremeceu ao reconhecê-lo. "Meu Deus, é o Marcos," disse ela, a voz tremendo. "Ele era um fã que conheci em um evento há alguns anos. Ele parecia inofensivo na época, apenas um pouco... insistente." Lucas franziu o cenho. "Você tinha algum contato com ele além desse evento?" "Não, apenas algumas mensagens nas redes sociais. Nada que parecesse uma ameaça." Paulo assentiu, anotando as informações. "Vamos intensificar a busca por ele. Já temos uma equipe no encalço." De volta ao apartamento, a atmosfera estava mais carregada do que nunca. Ana sentia o peso da revelação recente e a pressão constante da ameaça. "Você está bem?" Lucas perguntou, sua voz gentil mas firme. Ana olhou para ele, sentindo um turbilhão de emoções. "É difícil acreditar que alguém que parecia tão inocente possa estar fazendo isso. É assustador." Lucas se aproximou, sentando-se ao lado dela no sofá. "Vamos pegá-lo, Ana. E até lá, estou aqui para garantir que você esteja segura." Ela sorriu, apreciando a sinceridade em suas palavras. "Obrigada, Lucas. Você não faz ideia de quanto isso significa para mim." Naquela noite, Ana não conseguiu dormir. A imagem de Marcos e as lembranças dos encontros passados passavam por sua mente incessantemente. Levantou-se da cama e foi até a cozinha, onde encontrou Lucas revisando alguns documentos. "Não consegue dormir?" ele perguntou sem levantar os olhos. "Não," ela admitiu, pegando um copo d'água. "Muito na cabeça." Lucas olhou para ela, um brilho de preocupação em seus olhos. "Quer conversar sobre isso?" Ana hesitou, mas acabou assentindo. Sentaram-se à mesa e, pela primeira vez, ela começou a falar sobre suas inseguranças, seus medos e o peso da fama que muitas vezes era demais para suportar. Lucas ouviu atentamente, oferecendo um espaço seguro para que ela se abrisse. Quando ela terminou, ele falou suavemente, mas com firmeza. "Você é mais forte do que imagina, Ana. E não está sozinha nisso." Aquelas palavras a tocaram profundamente. Ana sentiu uma conexão crescente com Lucas, uma mistura de gratidão, respeito e algo mais que não conseguia definir completamente. No dia seguinte, enquanto se preparavam para sair para uma sessão de fotos, Lucas recebeu uma ligação. A expressão em seu rosto ficou ainda mais séria. "A polícia encontrou Marcos," disse ele a Ana. "Eles querem que vá até a delegacia para uma identificação formal." O caminho até a delegacia foi silencioso, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Ao chegarem, foram conduzidos a uma sala de reconhecimento. Marcos estava lá, sentado do outro lado de um vidro, sua expressão entre a raiva e a resignação. Quando Ana o viu, sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Mas respirou fundo e confirmou a identidade. "É ele," disse com firmeza. "Marcos é o homem que me ameaçou." O detetive Paulo assentiu. "Vamos mantê-lo sob custódia. Obrigado, Ana. Seu depoimento será crucial." Na volta para casa, Ana sentiu um alívio misturado com exaustão. Lucas estava ao seu lado, como sempre, e pela primeira vez, ela sentiu que talvez, só talvez, as coisas começassem a melhorar. "Obrigada por tudo, Lucas," disse ela suavemente. Ele apenas sorriu. "Apenas fazendo meu trabalho, Ana. E cuidando de você." Eles se entreolharam por um momento, e algo profundo passou entre eles, uma promessa silenciosa de que estariam juntos, não importa o que viesse pela frente. ---