- Eu não sei, tia. Papai me disse semana passada que terá algo para me contar sobre isso. Até então, não voltou ao assunto.
- Espero que não seja nada perigoso, o meu cunhado anda muito estranho. Disse Dalila.
Ron levantou e pediu para ir ao banheiro e eu estava comendo em silêncio. Dalila e Roberto começaram a conversar, sobre Otto. A titia falava convencida que o senhor Miller era da máfia, e o seu marido parou no tempo e respondeu:- Estou convencido que Otto, quer colocar o seu sobrinho, neste trabalho sujo. Vocês verão. Disse ele. Lila meu amor, não me leve a mal, a sua irmã não vale o prato que come e é por isso que o seu cunhado passa mais tempo fora e se não tiver uma amante.
- Quem tem uma amante? Perguntou Aaron ao entrar de volta.
Dalila olhou em volta e respondeu dando uma desculpa. - A minha amiga disse que o seu marido tem uma amante.
O meu chefe continuou em pé e me chamou para voltar para casa. Levantei-me rapidamente e despedi-me de todos. Sai para fora enquanto ele se despedia também. Os cheiros das rosas, era tão suave que me deixava em paz. Nunca pensei que poderia ficar longe de casa e longe das brigas. Dalila saiu junto com o seu sobrinho, me entregando um pote de doce de leite. - Aqui está para aproveitar mais o seu dia. Disse ela. Traga o meu sobrinho turrão para a festa de vaqueiro.
- Irei tentar senhora, sabendo que eu não tenho esse poder de mudar a ação dele não é? Até logo senhora!.
- Até logo! Volte mais vezes, Tessa.
- Claro senhora, pode deixar.
Ao entrar no carro. O chefe arrogante, pediu que eu colocasse o cinto e sussurrou:- Eu não virei a essa festa de vaquejada Tessa, é muito barulho, não gosto.
- Senhor, por favor! Deixe me vim? Gostaria de conhecer a festa.
- Pode vim, fique sabendo que não tem transporte para voltar à cidade. Trago você, buscar não.
- Está bem, eu passo à noite e peço que a sua tia me leve até a cidade.
- Como quiser. Disse ele.
Todo o caminho ficamos em silêncio. Olhava de lado, para ver como ele estava se sentindo. Aaron estava tão acostumado a viver naquela escuridão que o seu rosto já tinha fixado aquela fisionomia. Se eu não falasse, não falava nada. Estava entendida com aquele silêncio. Acostumada com o barulho vinte quatro horas por dia. Que apenas um simples silêncio estava me afetando. Puxei assunto:- Aaron?
- Hum!
- Naquela noite era o senhor, na boate não era?
- Não, era eu. Porque?
- Por nada, o cara que me ofereceu uma bebida se parecia com você.
Ron se mantinha em silêncio e não se movia e olhava para frente. Insiste que ele me respondesse. - Deixe de fazer perguntas Tessa, você fala demais. Respondeu ele grosseiro.
- Está bem.
Ao chegar na mansão. Vic estava no jardim tomando chá com a dona Sônia. A garota quando viu o chefe, ela se aproximou chamando-o. Aaron parou para ouvir o que ela tinha para dizer:- Podemos conversarmos?
- Não tenho tempo, se quiser falar algo fale com a minha secretária e Tessa falará para mim. Com licença.
A senhora com o seu nariz empinado, se sentou no sofá com o seu olhar de ódio.Dona Lírios estava servindo o almoço, quando fui ajudá-la. O chefe uivou , pedindo para deixar de ajudar, dizendo que não era a minha função. Estava certo e deixei de ajudar a senhora Lírios e subi para o meu quarto. Estava exaurida. Apenas desejava dormir até depois de amanhã. Nunca pensei que naquela casa era um martírio, pior que a minha casa. Levantei-me e decidi voltar para sala, estava faminta e essa gente almoça na hora do lanche. Ao descer as escadas cruzei com Felippe, o homem por ser lindo era um idiota. - Ainda está aqui, criança sem graça?
- Os incomodados que se mudem. Que homem mais chato.
Aaron saiu do seu quarto quando ouviu a voz do seu irmão e acabou me esbarrando no seu peito sarado.E acabei me atrapalhando toda. - Fê está mexendo com a senhorita de novo?
- Eu não fiz nada com essa garota metida. Respondeu ele, rindo em desdém .
- Você é um intrometido senhor Felippe.
- Já chega! Uivou Aaron. - Fê porque não vai à empresa? No final do dia a mamãe e o papai terão uma reunião.
- E daí? Perguntou Fê em um tom de deboche.
- E daí, que os nossos pais precisam da nossa ajuda.
- Ajuda? Ajuda um caramba, eles nunca precisaram da minha ajuda.
Eu pensei naquele momento, quem precisava de ajuda, era o Felippe. Porém , eu sabia que estava no lugar certo. Os irmãos necessitavam de ajuda. Não sabia por onde começar, então serei amigos deles. - Tessa vamos, precisamos trabalhar.
- Senhor, preciso comer de novo, estou com fome.
- Certo, sinta-se em casa. Estou no escritório e quando terminar chame-o.
- Sim, senhor.
- Felippe?
- O que quer, Aaron?
- Se quiser se juntar a nós, os nossos pais ficariam gratos.
O silêncio dele, faltou coragem.
Sônia estava com aquela mulher, Vic, aquela sem graça. Bebia sem parar e achava uma pessoa importante nos meios daquela gente. Enquanto bebia e comia, Sônia olhava para a sua sobrinha, com uma cara de falsidade. Enquanto Otto não dava a mínima, ficava no celular toda a hora. Me aproximei da cozinha e a dona Lírios estava arrumando a comida e disse :- Posso me servir, senhora?
- Claro filha, estou tão cansada filha. Que aquela mulher a sobrinha da patroa não para de pedir.
- Deixe comigo, dona Lírios, eu sei como deixá-la louca. Sussurrou ela dando gargalhadas.