- Claro, onde ele está?
- Pedi que deixasse os vestidos em seu quarto e Rayman está na sala com os meus pais e ouvindo as besteiras da Vic. Sussurrou ele, com um sorriso de lado.
- Está sorrindo, senhor?
- Deixe de bobagens Tessa, quem está rindo aqui?E não me chame de senhor, não gosto.
- Sinto muito, Aaron.
Lírios serviu uma xícara de café. E sentou-se logo em seguida para descansar. Ron observou o estado da senhora e retrucou :- Está se sentindo bem?
- Estou, filho. Mentiu ela.
- Desculpe-me dona Lírios. Aaron, a senhora está exausta e não se sente bem. Ela precisa de um tempo de descanso.
- Está de férias a partir de hoje.
- Senhor, os seus pais precisam de mim. Disse ela.
- Independência se eles precisam ou não estou lhe dando férias. Ordenou.
O meu chefe levantou todo empoderado e avisou os seus pais sobre as férias da senhora Lírios. Sônia olhou seriamente para Aaron e disse:- E quem permitiu essas férias? E quem irá nos servir?
- Eu dei a permissão, eu sou o dono dessa casa, não é mamãe? Ouça, todos vocês irão se servir e se quiserem comerem, entendido?
- Não se preocupe filho, por mim está tudo certo. Respondeu Otto.
- Pra mim não! Uivou a senhora. - Ela está sendo paga para nos servir.
- E eu dei para Lírios as férias dela e ela voltará daqui a sessenta dias.
- O que ? Dois meses Fernando?
- Foi o que ouviu mamãe, e não me chame de Fernando, não admito... O garoto foi interrompido. - Aaron vamos nos arrumar, iremos nos atrasar, não é? Sussurrou Tessa.
- Hum! Tessa prepare primeiro uma roupa para mim, vamos?
Subi para o quarto. Todo o corredor, Aaron estava em silêncio e de mãos no bolso. Ele me parecia assustador com aquele serismo. O chefe abriu a porta, esperando que eu entrasse primeiro. O quarto daquele homem sério, era um luxo. O papel de parede era uma cor neutra, de preferência preta. Havia uma estante enorme de livros ocupando todo espaço do quarto. A cama era grande demais para ele, o forro de algodão com uma cor marsala. Na porta do guarda roupa, um pôster de uma mulher pelada de seios à mostra. Aaron pegou a sua toalha, indo para o banheiro. Abri o guarda roupa, escolhendo uma camisa social branca , um terno preto, um relógio. Estava abismada com tanta roupa que o senhor tinha. Deixei sobre á cama e saí logo em seguida.
Voltei para o meu quarto e tirei as minhas roupas, para tomar um banho longo e quente. Naquele banheiro havia uma caixa de som e aproveitei para ouvir uma música enquanto tomava banho. Cantava alto, o sabonete deslizava em minha pele, eu pensei:- Será que eu encontrarei o amor ? Meu Deus! Eu não gosto de estar sozinha. Fui interrompida pelos meus pensamentos, a dona Sônia apareceu no quarto ordenando para passar ferro no seu vestido. Me enrolei na toalha e saí do banho. _ Senhora estou atrasada e eu não trabalho para a senhora.
- Sua insolente, atrevida. Disse Sônia, levantando a mão para bater.
- Não ouse senhora, estou aqui para servir o seu filho.
- Você está sendo paga para fazer o que nós pedimos. Uivou ela.
- Eu sinto muito, não ouvirei o seu pedido.
- Aaron Fernando? Gritou a senhora.
O garoto entrou no meu quarto de toalha, perguntando o que a sua mãe queria, pelos gritos alarmantes. - Essa garota, não quer passar ferro na minha roupa.
- Tessa não trabalha para você, para receber as suas ordens. Vamos mamãe, deixe a senhorita Tessa se vestir, provavelmente tirou-a do banho.
- Aí meu Deus! Que vergonha. Sussurrou envergonhada, correndo para trás da cortina da janela. A cortina era branca e transparente. Aaron disse antes de sair:- Estou vendo senhorita. Disse ele seriamente.
Bufei de vergonha, e saí por trás da cortina corada de vergonha. Tirei a toalha que envolvia o meu corpo e fui escolher um vestido. De todas as cores e estampas, havia um vestido que me apaixonei, vermelho e atraente. Me olhei no espelho, percebi que os meus cabelos estavam ressecados e sem vida. Naquele momento tentei disfarçar, trançando, deixando elegante para aquela noite. Estava quase pronta, quando o chefe chamou-me com pressa e sai correndo para o seu quarto. Sem bater na porta, entrei sem hesitar. - Estou aqui, Aaron. O que deseja?
- Senhorita me ajude com a gravata, escolha-me entre o cinza ou o azul Royal.
Havia uma gaveta repleta de gravatas, optei pelo cinza e um broche. Observei aquele homem na minha frente , quão ele era elegante e sério para cada ocasionalidade. Entreguei em suas mãos e Aaron não reagiu e sem entender eu perguntei:- O que aconteceu?
- Estou esperando, que me ajude na gravata.
- Hã?
- Tessa envolva a gravata em meu pescoço.
- Hum, ok.
Estava nervosa, por me aproximar tão perto daquele homem lindo. Envolvi a gravata em seu pescoço, lançando de ponta a ponta. A respiração dele era quente e um hálito de creme dental. Depois de pronto, sai com pressa para maquiagem. Entrei no meu quarto, com o coração saindo pela a boca. - O que está acontecendo comigo? O meu coração está disparado. Eu...eu não quero me apaixonar por ele. Com essa gente muito complicada.
Rapidamente sentei-me em frente a penteadeira e coloquei uma maquiagem leve e menos brilhos. Coloquei os brincos de pérolas e perfume e saí à espera do meu chefe. No corredor, dava para ouvir os gritos de Sônia, estava eufórica por não sair da maneira planejada. Sorri dramaticamente, achando incrível por ela passar aquela situação, não era assim, porém aquela senhora merecia o que estava passando.
O senhor Otto se aproximou de mim e sussurrou:- Eu não entendo , o porque estou ao lado dessa minha esposa?
- Porque a ama. Respondi.
Ele sorriu, sem graça e saiu sem dizer uma palavra.