Casada com o Turco
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Capítulo 4 2

Sila

- Do que você está falando? Quer mesmo que aceite fazer toda essa loucura?! - ralho exasperada. Ela engole em seco.

- Eu... trouxe esse vestido a pedido de sua mãe. - Ela ergue um saco branco pendurado em uma ombreira que eu sequer havia percebido. - Ela me pediu para falar com você e tentar convencê-la... - Atordoada, uno as sobrancelhas.

- Que tipo de amiga é você? - rosno indignada e me afasto no mesmo instante.

- Do tipo que aguentou horas de sermões dos seus irmãos por ter escondido um relacionamento seu com um americano. Eu te disse para ter cuidado, Sila. O que eu posso fazer contra eles?

Puxo uma respiração alta e vou para perto de uma janela. Observo o lado de fora. Tudo parece agitado lá. Os empregados, os meus irmãos, o entre e sai de pessoas. Meneio a cabeça fazendo um não enquanto sinto um nó sufocar a minha garganta.

- Isso não é justo! - sibilo fraco e desanimada. - Eu me apaixonei pela primeira vez e eles nem se deram conta de disso. Fizeram descaso dos meus sentimentos.

- Eu sinto muito, amiga! - Marli sibila, tocando nos meus ombros.

- Me deixe sozinha! - peço com sussurro.

- Sila, eu realmente gostaria...

- Por favor, Marli, eu quero ficar sozinha! - insisto. Ela suspira alto e se afasta. No entanto, leva um tempo até eu escutar porta se fechar e novamente me entrego a um choro dolorido.

***

À noite...

Uma batida suave na porta me desperta dos meus sonhos acordados. Os três dias com Taylor em breve serão apagados dos meus pensamentos e eu serei obrigada a conviver com um estranho que pelo pouco que vi em seu olhar vive de mal com a vida.

- Ah, você está linda, filha! - Mamãe cantarola feliz ao me encontrar pronta para o meu martírio. Entretanto, respiro fundo e me viro para ela. O seu sorriso feliz se desfaz no mesmo instante que ela encontra o meu olhar frio e uma feição séria demais.

- Vamos acabar de vez com isso! - rosno, saindo do quarto sem esperá-la.

Na ampla sala de visitas tenho o vislumbre dos homens acomodados nos sofás. Deniz, Hakan e Sinan estão de frente para o tal Murat, que tem uma feição carrancuda o tempo todo. Contudo, assim que eles percebem a minha presença ficam de pé como se me reverenciasse. Sibilo um boa noite para eles e me acomodo em uma poltrona de onde tenho a visão de todos eles.

O silêncio é quase sepulcral, porém, me sinto queimar por dentro.

- Bom, Senhores e Senhora eu não sou um homem de enrolar com conversas passageiras. Portanto, gostaria de ir direto ao assunto. - Murat fala assim que a minha mãe adentra a sala e se senta ao lado de Sinan. - Eu gostaria de pedir permissão para me casar com a sua irmã, Deniz e se concordar comigo gostaria de informar que o casamento acontecerá em três dias.

Ergo repentinamente o meu olhar.

Três... dias?! Por que tanta pressa?!

- Nós concordamos, Senhor Arslan. - Encaro duramente o Deniz quando ele dá uma resposta sem pensar duas vezes.

É isso, ele não vai perguntar os motivos desse homem? Simplesmente vai me entregar para um estranho e ponto final?

- Nesse caso, gostaria de colocar o anel de compromisso no dedo da minha noiva. - Essa informação faz seus sorrisos se abrirem em seus lábios.

Não acredito que eles estão felizes com essa droga toda! Ralho mentalmente. Contudo, Murat se levanta e mexe no bolso do seu terno. Ele tira uma caixa aveludada e a abre em seguida, se aproximando de mim.

- Pode me dá a sua mão, Sila? - Ele pede mantendo um olhar firme no meu. Ergo as sobrancelhas de uma forma petulante, porém, ergo a minha mão para ele e após retirar o anel de brilhantes da caixa, ele o desliza pelo meu anelar. - Você não sabe o prazer que estou sentindo agora, Senhorita Yilmaz. - Murat sussurra, deixando um beijo cálido nas costas da minha mão e após isso, ele ergue o seu olhar para mim.

- Pena que eu não posso dizer o mesmo, Senhor Arslan! - rebato no mesmo tom, porém, insolente. Entretanto, um sorriso brinca no canto da sua boca com essa minha petulância. É como se isso não o atingisse, sequer o arranhasse e saber disso me faz estremecer de raiva por dentro. Portanto, puxo a minha mão de volta.

- Meus parabéns, Murat! - Deniz fala lhe estendendo a sua mão para um aperto firme como se assim fechassem um maldito acordo e atrevidamente me ponho de pé.

- Bom, espero que fique para o jantar, Senhor Arslan, a final, o Senhor já é praticamente da família, certo? - Mamãe cantarola e ele apenas sorrir para ela.

- É claro, Senhora Yilmaz!

Respiro fundo e decido encerrar essa noite... pelo menos para mim.

- Se essa palhaçada já terminou eu gostaria de voltar para o meu quarto - anuncio secamente. As minhas palavras fazem com que todos me encarem surpresos. Portanto tento sair da sala. No entanto, Deniz segura firme no meu braço e eu fito o seu olhar irritado.

- Não se atreva, Sila! - Ele rosna baixo e entre dentes. Fecho as minhas mãos em punho.

- Eu já fiz o que você queria, não fiz? Portanto, não sou obrigada a comemorar essa loucura com vocês! - rebato baixo, porém, firme, livrando-me do seu agarre e caminho apressada para as escadas, me trancando no quarto em seguida.

            
            

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