Capítulo 5 Começo perfeito, Início do terror

- Então quem é a princesa? - pergunta ele, não sei porque o seu olhar me transmite tanta segurança, não tenho medo, meu corpo não se retrai, como acontece todas as vezes que minha tia leva seus "amigos" lá em casa.

- Olá, sou Lena, prazer em conhecê-lo Sr.? - falo enquanto me levanto e lhe estendo a mão que no mesmo instante é aceita em forma de comprimento

- Pietro, o prazer é meu princesa - fico envergonhada pelo apelido e abaixo a cabeça - Mia daqui a pouco vem aqui, ela só foi no quarto.

- Tudo bem, será que ela não vai se importar de me levar de volta, eu tenho que ir - já estava tarde e minha tia não vai gostar, não quero cutucar a onça com vara curta.

- Mas já!? É porque eu estou aqui? - a pergunta dele me surpreende, ele parece triste com essa possibilidade - eu pos..

- Nãoooo, não é isso, desculpe se passei a impressão errada, é só que minha tia não vai gostar nada se eu chegar tarde - corto ele e explico da melhor maneira possível, para que ele não pense asneiras.

Gostei muito dele, ele não me olha como aqueles homens que minha tia sempre leva lá em casa, que ficam me olhando como se eu fosse um pedaço de carne, odeio sentir isso, e ele me faz me sentir leve, protegida, aquela sensação de segurança com o pouco que conversamos, adorei ele.

- Ainda bem! - ele solto um suspiro alto e solta uma risada como se estivesse aliviado com minha resposta - então fique apenas para o almoço, aí te levamos de volta, tudo bem!?

Penso um pouco e percebo que não irá fazer mal, já estou acostumada com as broncas dela mesmo, mais uma não irá fazer diferença, acabo aceitando de vez o convite. Começamos a conversar, enquanto Mia não aparece, eles me fazem várias perguntas sobre mim, e parecem realmente interessados nas respostas, e me sinto feliz com isso, assim que acabo de dizer que gosto muito, mais muito mesmo de hambúrguer, a professora Mia aparece na cozinha, instintivamente eu me sinto completa, como só faltasse ela ali conosco.

- Espero não ter demorado - ela solta uma risada e rapidamente todos negamos - Ótimo então, porquê estou com fome e eu tenho um palpite fortíssimo que todos estão também - nisso enquanto ela falava ela passa perto do fogão dá um beijo na bochecha de vovó, depois contorna a bancada e dá um selinho em Pietro e eu imediatamente desvio da cena com a minha face queimando e finalmente ela para na minha frente e me analisa, eu solto uma risada envergonhada, ela rir do meu gesto e depois me dá um beijo na testa e um abraço apertado que é retribuído no mesmo instante.

Depois de almoçarmos, pergunto onde fica o banheiro e ela me leva no segundo andar, a casa é bastante espaçosa, parece com a minha antiga, mas como minha tia não quis ficar naquela casa por causa dos empregados, que eram meus amigos e dos meu país, ela não queria ninguém de olho, fico triste pois perdi contato com eles. Só percebo que estava divagando quando sinto a mão de Mia no meu ombro dando um aperto.

- Está bem? - apenas concordo com a cabeça, e entro no banheiro, depois de usar, faço minha higiene e dou graças a Deus quando vejo que ela está me esperando, tenho certeza que poderia me perder.

......

Ao retornamos a sala, presencio uma conversa meio suspeita entre Pietro e a Nina.

- Vocês tem que contar a ela - Nina está nervosa, dá para perceber com seu tom de voz - está tão perto de nós, e vocês esperando a confirmação de um exame de DN...

- Pessoal voltamos - Nem percebi Mia me puxando para a sala, o corpo dela está todo tenso, denunciando que ouvimos parte da conversa. Tem algo acontecendo, e parece que é comigo, estão todos olhando para me, esperando alguma reação, mas só estou confusa, a conversa toda foi estranha demais.

- Humm, tenho que voltar Nina - informo a ela, rapidamente a tensão é substituída pela preocupação - Pode me levar?

- Não vai ficar para o almoço? - Pergunta Pietro, por mais que quisesse continuar aqui, não consigo tirar essa sensação de algo que está incomodando, tem algo estranho e eu não estou me sentindo bem com a sensação.

- Tenho sim, obrigada pela hospitalidade, foi incrível conhecer a todos - digo enquanto abraço cada um deles, e depois me viro em direção a Mia - Pode me levar Mia? - Repito a pergunta e parece que a mesma é acordada de algum transe.

- Claro, claro, vou pegar as chaves, venha - diz ela enquanto caminha pelo corredor em direção a porta - Daqui a pouco volto pessoal.

...........

A volta foi em um silêncio absoluto, ela estava em um mundo muito particular, suas expressões não mostrava nada, e eu fiquei dividida entre olhar para ela, e pensar no que Pietro disse. Foi muito estranho como tudo aconteceu.

Assim que chegamos, praticamente pulei do carro, não dando tempo para ela ir atrás, agradeci de forma bem rápida a hospitalidade, e fui correndo para dentro, esperando que minha tia não tivesse chegado ainda, mas parece que a sorte não está do meu lado, pois assim que cheguei na sala, a mesma acendeu o abajur e eu quase morri de susto.

- AAAAHHHHHH - O susto foi tão grande que coloquei a mão no peito.

- Lena West!!! - ela falou tão devagar e pausadamente que sentir um arrepio horrível correr pelo meu corpo - Você não presta para nada, nada mesmo, não consigo seu dinheiro, que era para ser meu, só meu!!! - se aproximando cada vez mais, e eu me afastando, até que eu bati na parede, e fiquei encurralada - Sobe agora para o seu quarto, vai ter uma surpresinha para mais tarde, você vai adorar querida.

Subo correndo, pulando os dois degraus e esqueço do meu braço doente, esqueço de tudo, ela tá aprontando algo bem feio para me. Assim que entro no quarto tranco a porta, mesmo ela tendo uma cópia, mas o medo é tanto que só quero me sentir um pouco segura.

Momentos mais tarde, ouço a campainha tocar e vou nas pontas dos pés para poder vê e escutar melhor.

Vejo um homem se aproximando, e nunca tinha visto ele, é muito alto, olhos escuros e frios e uma barba enorme. Os dois se beijaram, e foi nojento, ele apalpava o corpo todo dela, já ia sair, pois não queria ver mais nada, mas assim que iria me virar, o que ele disse travou meu corpo inteiro

- Finalmente vou ter a sua garotinha para mim, não aguentava mais esperar - e a voz dele era mais sinistra ainda - Então, já posso buscar a minha mercadoria?

Só queria correr dali, correr para bem longe, não posso deixar isso acontece, não posso ficar aqui, mas minhas pernas parecem gelatinas, não obedecem.

                         

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