Capítulo 4 Minha mãe

Depois de uma conversa entre os dois, Eliza, e John sairam do escritório e foram até a casa dele, para que ela pudesse conhecer seu filho.

Eliza, percebeu que John parecia ser um homem calmo, um pai amoroso, e sentia muito a falta de sua falecida esposa, mas o que a deixava meio avoada, era sentir que ele tinha um olhar de curiosidade sobre ela, como se já a conhecesse, e por mais que pensasse sobre isso, não conseguia encontrar uma resposta, por mais que dentro de si, sentisse que tivesse o encontrado em algum lugar.

Quando chegaram no estacionamento, ele apertou o alarme de um carro preto, e ela quase caiu no chão quando viu qual carro era o dele.

Era um Lexus Ls 500h, e ela sabia muito bem qual era o preço, dava para comprar todo o prédio que morava e o prédio ao lado, o valor do carro era nada mais, nada menos que um milhão de reais!

Ela entrou no carro com cuidado, não querendo estragar nada, pois sabia que um risco neste carro, era 5x seu salário, e mesmo sonhando em ter um desse desde que ainda era filha da família Muller, seus pais não tinham condições nem de sonhar com um, o máximo que eles conseguiriam comprar era uma BMW ou quem sabe uma Land Rover, mas um Lexus, nem pensar.

- Está tudo bem? - John perguntou se sentando ao seu lado, afinal, ele deve ter percebido sua cara de dor, afinal, qualquer movimento poderia estragar um carro assim.

- Está tudo bem sim, é que seu carro é incrivelmente caro! - Liz falou com sinceridade, e ele deu risada, enquanto dava partida no mesmo.

O caminho que ele estava fazendo era em direção aos condomínios Damha, um dos mais caros do estado em que morávamos, e ela sabia que ele era um homem de dinheiro, mas não pensou que era tanto, e quando Sabrina contou que sua irmã estava atrás dele, logo caiu a ficha do por que.

O cara era empresário, bonito, e tinha muito dinheiro, então, logicamente seus pais não deixariam isso passar, e fariam de tudo para que sua única filha se casasse com ele.

E apesar da família Muller não ser pobre, eles ainda não estavam nem perto de ser a família mais influente do nosso país, na verdade, eles eram apenas os mais fluentes na nossa cidade, por conta da empresa de empreendimentos, mas se sua irmã se juntasse com John, iria significar sair da décima posição diretamente para a quarta ou terceira posição no ranking de maiores empresas do país, e ela sabia que sua família apenas respirava e vivia pelo dinheiro.

- Eu moro no Damha, no Parque Acqua, você mora muito longe daqui? - Ele perguntou, provavelmente tentando quebrar o clima estranho que estava no carro, e nem mesmo ligando o rádio tinha ajudado.

- Na verdade, eu divido apartamento com a Sabrina, ela me acolheu desde sempre, mas preciso encontrar um novo lugar, como você sabe, crianças fazem bagunça, e apesar de Arthur ser um menino calmo, estamos tirando o espaço dela. - Liz respondeu dando de ombros, e John sorriu, e logo em seguida, acenou com a cabeça. - Então, respondendo a sua pergunta, e como estamos na capital, sim, eu moro bem longe daqui, de ônibus da cerca de 2 horas e meia para chegar aqui. - Falei pensando nos dois ônibus que teria que pegar, além do metrô.

- Nossa, então, você mora bem longe daqui, então, não será difícil para você vir todos os dias de manhã? - Ele parecia preocupado, e Liz deu risada.

- Nada que um café bem forte pela manhã que não resolva! - Respondeu.

-Entendo. - Ele sorriu. - Eu vou falar um pouco de Bryan para você, para que quando chegar lá, não fique meio perdida. - John falou se lembrando do filho. - Meu filho é um garoto calmo, mas às vezes consegue me tirar do sério quando faz as birras dele, mas, não se preocupe, eu irei lhe pagar muito bem se Bryan lhe aceitar, além de claro, você será incluída no plano de saúde da empresa, e na folha de pagamentos.

- Sério? Eu terei plano de saúde e com isso, meu filho também terá? - Ela perguntou surpresa com esta informação, e ele assentiu com a cabeça.

Quando soube Liz soube que Arthur teria plano de saúde, ela ficou ainda mais decidida em conseguir esse emprego. Se fosse a 5 anos atrás, ela era a princesa da família Muller, um plano de saúde não era um problema, afinal, naquela época dinheiro não era um problema.

Mas, desde que descobriu que Arthur tinha uma doença crônica na garganta, a falta de um plano foi grande.

- Você terá muitos benefícios, isso eu te garanto e seu filho também. - John respondeu, e só então, ela percebeu que haviam chegado em sua casa. - Seja bem vinda a minha casa! - John falou assim que desceram do carro. - Bryan passa a maior parte do tempo no jardim do fundo, lá tem um parque que montei para ele, então, se ele sumir, por que as vezes ele some, você pode o encontrar lá. - Ele falou sorrindo. - Vamos lá? - Ela assentiu com a cabeça o seguindo até a entrada da casa.

- Senhor Carter, você retornou cedo! - Uma mulher de meia idade se aproximou da entrada. - Aconteceu alguma coisa?

- Não precisa se preocupar conosco, na verdade, eu vim trazer Liz para conhecer Bryan. - Ele respondeu. - Ela veio para o cargo de babá.

- Ah sim, e você quer que eu chame ele? - Ela perguntou. - Ele acabou de acordar e tomar café.

- Por favor, Anna, chama ele para mim. - John pediu, e a mulher apenas assentiu com a cabeça saindo andando em direção as escadas. - Anna é minha governanta, ela cuidou muito de mim quando eu era criança, e quando eu me mudei, roubei ela da casa da minha mãe, então, cuidado com ela, porque ela vai contar tudo para minha mãe o que acontece aqui.

Liz se surpreendeu com isso, se ele sabia que sua governanta não era tão confiável assim, por que ele mantinha ela?

- Entendo, Sr. Carter. - Ela respondeu, e logo em seguida, um jato desceu pelas escadas, como se tivesse com muita pressa.

Quando Eliza olhou para a criança, sentiu algo um tanto familiar, como se aquela criança fosse parecida com alguém.

- Mamãe!! - Ele falou correndo até Eliza e em seguida abraçando suas pernas. - Você voltou!! - Ele falou, e Liz encarou John, que parecia estar mais em choque com a situação do que ela.

- Filho, ela é a Liz, sua babá! - John falou se recuperando e agachando ao lado do menino, que parecia não entender o que estava acontecendo.

- Não papai, ela não é a mamãe? - Bryan perguntou confuso, e Liz resolveu entrar no meio.

- Oi Bryan, tudo bem? Eu sou a Liz, sou sua nova babá, não sou a mamãe, mas, eu tenho um filho que tem quase a sua idade, você gostaria de ver uma foto dele? - Liz perguntou se agachando ao seu lado, e ele assentiu com a cabeça, então ela pegou seu celular e mostrou a foto de tela.

- Sou eu? - Ele perguntou, e ela olhou para a foto, e realmente, eles se pareciam muito.

- Não querido, esse é o meu filho, ele se chama Arthur, e se você quiser e seu pai deixar, eu posso trazer ele um dia para brincar com você, o que acha? - Sugeriu, e ele assentiu com a cabeça animada.

- Então, no final de semana, a Liz vai trazer o filho dela para brincar com você, ok? - John falou.

-Então, papai, Liz pode ficar comigo hoje? - Ele perguntou, surpreendendo John e Liz novamente, já que segundo o que John falou falou mais cedo, ele não aceitava ninguém.

- Pode sim, e ela vai ficar com você a semana toda, tá bom? - John falou sorrindo ao garoto que assentiu com a cabeça, e saiu correndo pela casa novamente, como se aquela cena mais cedo não tivesse acontecido. - Me desculpa, eu não sei por que ele pensou que você era a mãe dele, na verdade, você e Sullivan não se parece nada.

- Pode ser por que eu tenho o amor de uma mãe para dar? - Respondeu brincando, e John deu risada. - Mas não precisa se desculpar, ele é criança, e deve estar apenas confuso com tudo.

- Eu tenho que voltar a empresa, não é justo mandar meus funcionários entrarem mais cedo quando eu estou fora, então, se precisar de qualquer coisa, aqui está meu cartão com as formas de entrar em contato comigo, pode me ligar, e Anna fica com o cartão do Bryan, é um cartão que deixo em casa para quando ele quer sair, comprar um brinquedo, comer, então pode utilizar ele, não tem limites para gasto e não me importo se você gostar de algo e quiser comprar para você, tudo bem? - Ele falou dando seu cartão de contato. - E se Bryan quiser passear, você utilizar o carro que fica na garagem, é o carro da casa, justamente para ser usado pelo Bryan ou pelos funcionários da casa, também pode ver com a Anna sobre isso, por que eu realmente estou atrasado! - John falou saindo andando, não dando a chance de falar mais nada.

Depois que ele saiu, ela foi em busca de Bryan, onde ele estaria em meio a esta enorme mansão.

- Oi? - Ela perguntou timidamente a Anna, que sorriu.

- Oi, você está procurando o jovem Bryan, certo? - Anna perguntou, e Liz assentiu com a cabeça.

- Vem, eu vou te apresentar a casa! - Ela respondeu. - Por acaso, eu te conheço de algum lugar? Você não é estranha para mim! - Ela falou pensativa, e Eliz apenas negou com a cabeça. - Ahh, lembrei, você se parece muito com uma senhora que vive aqui querendo ver John, mas ele sempre manda falar que não está.

- Quem é a senhora está falando? - Perguntou com medo da resposta.

- Ela se chama Clara Muller, é filha de um casal bem de vida que mora no condomínio ao lado. - Respondeu. - Mas, John se esconde dela, porque sabe que ela tem segundas intenções, e desde que a madame faleceu, ele nunca mais se envolveu com ninguém.

Então, Clara estava bem insistente em seus objetivos, mas por que isso não a surpreendia? Na verdade, por que a família Muller não me surpreendia em nada?