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pedido dinheiro há muito tempo. – Isso é verdade. Mas ainda assim você deveria fazer um teste de paternidade. Você deve estar atento aos procedimentos legais. Sim, ele faria tudo isso. Colt não era um idiota. Porém, com ou sem testes, ele sabia, sem sombra de dúvida, que os gêmeos eram seus. Penny entrara em pânico com a possibilidade de ele ter descoberto tudo. Não restava qualquer dúvida. E Penny tinha razão ao entrar em pânico, ele pensou. Pois tudo mudaria dali para frente. A sua vida, como ela conhecia, chegaria ao fim.
Colton King faria todo o possível para certificar-se de que seus filhos viveriam bem e seriam bem cuidados. TALVEZ ELE tenha se esquecido... Penny sorriu ao pensar nisso. Colton King poderia parecer ter um espírito livre, ser um louco aventureiro... e sim, ele era tudo isso. Mas, por outro lado, era um brilhante homem de negócios que não se esquecia de nada. Sendo assim, ainda que não tivesse se esquecido, por que ele não aparecera no hospital como prometera? Penny passara a noite em claro, sem dormir, imaginando o que lhe diria quando Colt a levasse para fora daquele quarto. Mas tudo indicava que sua preocupação fora em vão. Ela passou o dia inteiro esperando que ele aparecesse, mas ele não apareceu. E por que ela se sentia irritada, quando na verdade o que mais queria era que ele sumisse para nunca mais voltar? A verdade é que seus sentimentos por Colton King sempre foram confusos. Aquela semana que passou com ele a deixou repleta de sonhos e fantasias que duraram meses em sua mente. Mesmo grávida dos gêmeos, sem saber nada dele, a sua mente continuava vagando todas as noites, sempre pensando em finais alternativos à sua história juntos. Porém, todas as manhãs, ela era arrastada de volta à realidade... e na realidade da sua vida os finais felizes nunca existiram. – E você deveria se lembrar disso – ela murmurou, lançando um aviso a si mesma. Com tal pensamento percorrendo sua mente, ela tremeu e chegou à conclusão de que se acalmar seria impossível. Penny passara grande parte do dia (ou pelo menos as horas que não estava presa pensando em Colt) tentando receber alta do hospital. Ela não aguentava mais, precisava ir para casa. Queria estar ao lado dos filhos. Queria voltar ao seu jardim, queria se esquecer de tudo... O quê? Ela se esconderia do mundo? Se esconderia de Colt? Isso seria impossível. Ele sabia da existência dos gêmeos. Penny nunca mais se livraria dele. O seu coração parou de bater por um O seu coração parou de bater por um instante. Ela gemeu. Pelo amor de Deus, por que continuava reagindo daquela maneira só de pensar em Colt? Ter sido abandonada uma vez não fora lição suficiente? Ela realmente queria aquele homem de volta à sua vida? – De jeito nenhum – ela jurou, olhando, raivosa, para a porta fechada. Meia hora antes, o maldito médico finalmente chegara, e após uma última checagem a liberaria. No entanto, alguma enfermeira aparecera por ali? Não. E a cada segundo sua ansiedade só fazia aumentar. Colt poderia aparecer a qualquer momento. E ela não parava de pensar: por que E ela não parava de pensar: por que ele ainda não aparecera? O que estaria fazendo? Quem estaria em sua casa, cuidando dos seus filhos? Teria Colt aparecido por lá? Por outro lado, ele poderia ter mudado de ideia? Poderia ter decidido ignorar a existência dos filhos? Ela teria tanta sorte? Claro que não, ela pensou. De uma coisa ela estava certa: para os Kings da Califórnia a família era tudo. Em seu breve romance com Colt, ele lhe contou várias histórias sobre seu irmão gêmeo, sobre seus primos, suas esposas e filhos. E todas eram histórias positivas, divertidas, repletas de encontros, casamentos, festas, conversas... tanto que ela ficou com inveja daquela família tão unida e bem entrosada. Ela não conhecia o funcionamento das grandes famílias. Tudo o que tinha na vida era seu irmão mais novo... até a chegada dos dois novos integrantes. Droga, ela sequer tinha vida social antes de conhecer Colton King e atirar-se aos seus pés. Não era exatamente uma virgem, mas graças aos seus encontros amorosos anteriores começara a duvidar das mulheres que diziam que um bom orgasmo é a melhor sensação da vida. E isso podia explicar por que se apaixonara com tanta força por Colt. Ela vira estrelas na companhia dele. Sentira coisas que não acreditava ser capaz de sentir. Ela se sentira bonita, sexy e desejada. Ele a levara às nuvens completamente, e ela, sem dúvida, confundira desejo com amor. O pior era pensar onde tudo isso a levara... Um casamento que não durou mais do que 24 horas. Ela girou a cabeça e olhou para fora da janela. O céu estava azul. As folhas caíam das árvores. Ventava. Quem sabe o vento fosse capaz de limpar um pouco sua mente? Naquele momento, tudo o que ela podia pensar era na sua última manhã ao lado de Colt. Ela só pensava no dia em que acordou recém-casada para logo se tornar parte integrante de um passado distante. Na semana anterior, os dois tinham passado quase o tempo todo na cama, colados um ao outro, deixando o resto do mundo do lado de fora, envoltos em uma bolha criada por eles. E então, na última noite de convenção, eles se casaram e passaram horas fazendo amor, incapazes de se livrar um do outro. Mas na manhã seguinte, com os primeiros raios de sol ainda tingindo o céu, Penny abriu os olhos e encontrou Colt parado ao lado da cama. Ele estava vestido e de mala pronta. A sua expressão era dura. O coração de Penny ficou paralisado ao ouvi-lo falar. – Eu não sou um homem ligado a casamentos, Penny – disse ele, passando uma das mãos pelos cabelos, deixando escapar um suspiro exasperado, antes de continuar: – A noite anterior foi... um erro. Eu não quero uma esposa. Eu não quero filhos. Não quero casa, família, nem cachorro abanando o rabo quando eu chego. Esta semana que passamos juntos foi ótima e o sexo maravilhoso, mas isso é tudo. Quando ela tentou dizer alguma coisa, ele a cortou um gesto de sua mão. – O meu advogado vai cuidar do divórcio. Finalmente, ela conseguiu pronunciar uma única palavra: – Divórcio? – Será a melhor solução. Para nós dois. – Ele colocou a mochila nos ombros, olhou pela última vez para ela e disse: – Você receberá os papéis. Adeus, Penny. E foi embora. Era como se aquela maravilhosa semana juntos nunca tivesse acontecido. Era como se ele não tivesse acordado todas as manhãs colado ao seu corpo. Era como se não tivesse acontecido... nada. E ela sequer deveria sentir qualquer coisa por ele, certo? E a necessidade feroz que ela sentia deveria ser calada a qualquer custo. – Isso não é nada bom. – Pronta para ir embora? – perguntou uma enfermeira que ela nunca vira antes. A mulher entrou no seu quarto com uma cadeira de rodas e Penny deveria ter ficado contente. No entanto, imediatamente, pensou que chegara a hora. Ela deixaria para trás o mundo higienizado do hospital (embora extremamente caro) e voltaria à sua casa, onde Colton apareceria a qualquer momento, e não havia maneira de se esconder. Ela não poderia sair correndo. Ela se lembrou daquela cena no Ela se lembrou daquela cena no quarto de hotel em Las Vegas e voltou a sentir uma pressão sobre os ombros. Por que deveria sair correndo? Ela não fez nada errado. Simplesmente protegeu seus filhos da mesma dor de cabeça que um dia sentira. Ela não ficaria parada, vendo suas crianças com o coração partido, por conta de uma nova fuga não explicada do pai, que poderia ir embora a qualquer momento sem sequer olhar para trás. – Sim –