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. Porém... para ele, nada nunca mais seria igual. – Colt... já se passou quase um ano e meio, e você nunca me disse nada. Ele olhou para trás, em direção ao irmão. – Eu nunca soube como dizer, Connor. E continuo sem entender o que aconteceu. – Fazendo novamente que não com a cabeça, ele suspirou e tentou aliviar a raiva que o assolava. – Eu voltei para casa, pedi o divórcio e imaginei que tudo chegara ao fim. Não havia motivo para contar nada a ninguém. – Eu não acredito que você já esteve casado! – Eu também não – disse Colt, voltando a olhar para o oceano à sua frente.
– E imaginei que não havia nada a ser dito... – Mas você estava errado. Um prêmio para o raciocínio do século! – Vendo por esse lado... – Ele tinha dois filhos. Dois! E, fazendo uma conta rápida, percebeu que teriam oito meses e que nunca os vira. Aliás, ele nem imaginava que as crianças existiam. Colt sentiu um acesso de fúria tomando conta do seu corpo, queimando-o como ferro em brasa, apertando bem forte o seu peito. Ele não via Penny há quase dois anos embora tenha pensado nela mais do que gostaria de admitir, até para si mesmo. Porém, naquele momento, ele não era guiado pelas lembranças. Nem pelo desejo que um dia sentiu por ela. Tudo o que percebia era um enorme acesso de fúria, um simples e enorme acesso de fúria. O tipo de fúria que ele nunca sentira antes. Ela o afastara dos seus filhos de maneira deliberada. Afinal de contas, encontrá-lo seria fácil. Ele era um membro da família King. Pelo amor de Deus, ele era um King da Califórnia, e os King da Califórnia não são homens reclusos. – Tudo bem... mas o que você vai fazer? Colt se virou de costas para o oceano e encarou o irmão. O seu rosto estampava uma determinação sólida, e ele finalmente disse: – Vou procurar minha ex-mulher. Depois vou resgatar os meus filhos. SEMPRE QUE se movia, Penny sentia um acesso de dor. Mas nem por isso deixou de tentar. Gemendo, ela moveu o corpo até conseguir alcançar o laptop. Feito isso, recostou melhor o corpo na cama, erguendo um pouco o tronco, e movendo-se sempre com muito mais lentidão do que gostaria. Penny estava acostumada a viver com pressa. Tinha um negócio e uma casa, com dois bebês para cuidar, e correr era a única maneira de dar conta de tudo. Portanto, ver-se forçada a permanecer deitada em uma cama de hospital era algo que a estava deixando louca. Cada segundo que permanecia ali era um dólar que perdia. Cada segundo que permanecia ali, os seus bebês continuavam sem a sua presença. Embora Penny confiasse em seu irmão mais novo e na sua cunhada, Maria, ela sentia uma falta louca das crianças. Como trabalhava fora, sempre que estava em casa ficava ao lado dos filhos. Estar tanto tempo longe era como ter sido jogada em um limbo. Ela se esticou para puxar a mesinha ao lado da cama e sentiu uma dor lancinante. – Ai! – ela gritou. – Você deveria permanecer quieta. – Meu Deus! – Penny ficou congelada, incapaz sequer de respirar. Ela conhecia aquela voz. Ela a ouvia todas as noites, em seus sonhos. Agarrada à ponta da mesa, com apenas os olhos se movendo, ela o observou ao lado da porta: Colton King. O pai dos seus filhos, a estrela de todas as suas fantasias, seu ex-marido e o último homem que gostaria de ver. – Ficou surpresa? – ele perguntou. Tal palavra não correspondia exatamente ao que ela sentia. – Acho que sim... – Sendo assim – disse ele –, você conseguiria imaginar como eu estou me sentindo? Robert, ela pensou, nervosa. Ela mataria seu irmãozinho. E isso porque o adorava e o criara praticamente sozinha. Mas contar tudo a Colton... No entanto, lidaria com seu irmão mais tarde. Naquele momento, teria que encontrar uma maneira de lidar com o seu passado. – O que você está fazendo aqui? Com calma, ele entrou no quarto, usando suas longas pernas para cruzar em poucos passos o piso coberto de linóleo. O seu movimento era quase preguiçoso, mas Penny não se deixaria enganar. Ela sentia a tensão irradiando do corpo de Colt em ondas fortes, e se armou para o confronto que estava cozinhando em banho-maria há dois anos. Ele estava com as mãos enfiadas nos bolsos do seu jeans negro. Suas botas com solado pesado faziam um barulho característico a cada passo. Seus cabelos negros eram compridos e balançavam ao redor dos ombros e do colarinho de seu pulôver. Mas foram os seus olhos que chamaram a atenção de Penny. E os seus olhos estavam pregados nela. Ele continuava sendo, aos olhos dela, o homem mais sexy do mundo. Continuava tendo aquele ar de confiança que atrairia qualquer mulher como se fosse um ímã. Ela sentiu a mesma vontade de atirar-se em seus braços que sentira anos atrás. – Robert veio me ver – disse ele, em tom calmo, como se isso não significasse nada. Mas ela sabia que significava. Sim, eles só estiveram juntos durante duas semanas, mas nesse tempo separados, Penny pensou inúmeras vezes nos momentos que passara ao lado dele. Primeiro tentou esquecê-lo, pois lembrar-se só lhe trazia dor. Mas logo descobriu que estava grávida, e esquecer-se dele seria impossível. Portanto, em vez disso, ela resolveu mergulhar em suas lembranças. Queria mantê-las vivas e frescas dissecando todas as conversas, examinando todos os momentos passados ao seu lado. Ela conhecia o tom da sua voz. Conhecia o toque da sua pele. Conhecia o gosto dos seus lábios. E sabia, simplesmente olhando para ele, naquele exato momento, que ele estava muito nervoso. Sendo assim, eles estavam quites. Ela não queria sua presença ali. Não precisava dele. Penny respirou fundo e se preparou para a tempestade que estava chegando. Ele parou aos pés da cama de Penny e continuou olhando fixamente para ela. – Então – disse ele – alguma novidade para me contar? Os olhos azuis de Colt destilavam uma raiva desmedida. A sua mandíbula estava trincada. – Robert não tinha o direito de procurar você – disse ela, segurando firme a barra do lençol que a cobria. O seu irmão a ajudava desde o O seu irmão a ajudava desde o nascimento dos gêmeos. Ele não deveria ter contado a verdade a Colt. Ela tinha seus motivos para manter seu segredo, e nada mudara até então. Bem, nada além do fato do seu irmão ter se transformado em um traidor. – Bem – disse ele, após uma gargalhada longa e áspera. – Você tem razão quanto a isso. Não deveria ter sido ele... mas você a responsável por me contar a verdade. O tom de voz de Colt era gélido. Ele, sem dúvida, esperava que ela tremesse em cima daquela cama. Mas Penny se recusava a baixar a guarda ou a se sentir culpada pela decisão que tomara. Quando descobriu que estava grávida, não parou de pensar, pensar, pensar... tentando descobrir o melhor curso de ação possível. Ela discutiu consigo mesma durante várias semanas, pensando em uma solução. Sim, a sua vida teria sido muito mais tranquila se tivesse contado tudo a ele. Mas, por outro lado, estaria envolvida em algumas discussões, acusações e brigas. Sem falar em uma possível batalha pela custódia das crianças, batalha que