Capítulo 6 Vocês não são bem-vindas

"Tem certeza disso?", retrucou Madisyn com uma calma que desmentia a raiva em espiral. "Senhora Chapman, não vamos distorcer os fatos. Desde que eu era pequena, você foi extraordinariamente severa comigo. Ao menor sinal de insatisfação, você me agredia com tapas e chutes. Posteriormente, a vovó interveio, incapaz de ver você continuar com seus abusos. Ela então me levou para morar no interior com ela, onde tínhamos apenas uma a outra. Foi somente depois da morte da vovó que voltei para a sua casa. Eu até mesmo precisei pagar pela minha própria educação.

Então me diga, que tipo de apoio financeiro você me forneceu ao longo de todos esses anos?"

Esses eram fatos que Madisyn quase nunca revelava, mas o confronto provocou a urgência de expor as mágoas que haviam ficado guardadas no passado.

Celia Chapman, sua avó, vinha de uma família de estudiosos, o que contrastava fortemente com Phyllis, que era de uma família menos instruída.

Essa diferença fazia com que Phyllis fosse frequentemente ridicularizada por sua falta de sofisticação, o que a levou a colocar enormes expectativas sobre sua filha. Ela obrigou Madisyn a manter uma rotina exaustiva, com menos de seis horas de sono para que estudasse mais.

Ao saber o que estava acontecendo, Celia, impulsionada pela compaixão, levou Madisyn para o campo, tirando-a da vida lamentável causada por Phyllis.

Ao longo de todos esses anos, Phyllis não entrou em contato com Madisyn uma vez sequer.

Depois da morte de Celia, Phyllis levou Madisyn de volta, mas sempre a tratando com um distanciamento gélido.

Enquanto Madisyn revelava tudo o que havia passado, Phyllis não demonstrou qualquer remorso e, ao invés disso, sua arrogância apenas se intensificou. "Quem iria acreditar nisso? Eu paguei as mensalidades caras da sua universidade. Como uma garota como você teria conseguido tanto dinheiro?"

Zombando, ela estava determinada em desacreditar Madisyn.

A intenção de Phyllis era clara: ao prejudicar a reputação de Madisyn, qualquer problema que ela viesse a enfrentar no futuro não afetaria a imagem dos Chapmans.

Considerando tudo isso, as pessoas naturalmente acreditariam em Phyllis.

Afinal, por qual razão pais adotivos iriam prejudicar a reputação dos seus filhos?

Apesar disso, o semblante de Elaine escurecia a cada palavra dita. Embora tivesse passado pouco tempo com Madisyn, ela percebeu o quão íntegra e gentil ela era, o completo oposto do comportamento que Phyllis estava tentando retratar.

Que tipo de mãe iria humilhar publicamente seu próprio filho?

Elaine acreditava completamente em Madisyn.

Ela ficou perplexa ao saber dos desafios que Madisyn enfrentara com os Chapmans, encontrando algum alívio ao saber da gentileza que Celia havia mostrado a Madisyn enquanto crescia.

Elaine ponderou sobre o enorme contraste entre o estilo de vida luxuoso que Madisyn deveria ter tido em seu lar legítimo e a difícil realidade que ela de fato havia enfrentado. Pensar sobre isso fez com que seu coração apertasse.

"Senhora, sugiro que fique longe dela, assim não irá atrair problemas para si mesma", disse Phyllis, tentando persuadir Elaine.

Não conseguindo mais conter sua indignação, Elaine afastou Phyllis com um movimento determinado.

"Enquanto vocês usam roupas sofisticadas e elegantes, onde estão as dela? Ela ao menos possui algum artigo luxuoso?", exclamou Elaine, a fúria aumentando sua voz. "Você trata sua filha com pura crueldade e desprezo, e ainda tenta difamá-la em público. Como pode ser tão sem coração?"

Pega de surpresa com a repreensão severa de Elaine, Phyllis lutou para encontrar uma resposta.

Por sua vez, a expressão de Jenna escureceu, a crueldade brilhando em seus olhos.

Quem essa mulher pensava que era para falar com elas daquela maneira?

Como alguém ousava tratá-la de maneira tão dura depois que ela assumiu seu lugar de direito?

A família Chapman estava entre as dez famílias mais influentes de Gemond!

A tensão se intensificou quando Jenna, zombeteiramente, desafiou Elaine: "Quem é você, senhora? Embora pareça uma mulher sofisticada, é realmente tão ingênua para acreditar no que Madisyn está falando?"

"Como se atreve a dizer isso?", exclamou Elaine, completamente furiosa. A insinuação de que ela era tola era realmente irritante.

Concordando com as palavras de Jenna, Phyllis acrescentou: "Exatamente. Não é uma tarefa fácil conseguir fazer fortuna, e se continuar acreditando em Madisyn, certamente irá perder tudo para ela!"

Imperturbável, Madisyn retorquiu friamente, sua voz cortante: "Vocês estão equivocadas. Se há alguma fraude com a qual se deve ter cuidado, é na sua família."

Phyllis não pôde deixar de zombar dessas palavras. "O que está querendo insinuar, Madisyn? Você já trouxe alguma coisa para nossa família? Obviamente não! Por outro lado, Jenna está ao nosso lado há apenas alguns dias, mas o Grupo Johns já demonstrou interesse em fechar uma parceria. Jenna é uma verdadeira bênção."

Satisfeita, Phyllis olhou para Jenna. Essa era sua filha legítima. Apesar de ter sido criada em uma família pobre, ela era extremamente habilidosa em quase tudo e parecia trazer sorte consigo.

O Grupo Johns?

Elaine então se lembrou sobre a cooperação com a família Chapman que Glenn tinha comentado.

"O Grupo Johns nunca irá colaborar com vocês!", declarou Elaine resolutamente.

Phyllis não conseguiu evitar a risada. "Acha mesmo que suas palavras têm importância? Bem, preciso admitir que isso é engraçado! Vocês provavelmente estão com inveja. Uma vez que fecharmos uma parceria com o Grupo Johns, seremos uma das cinco maiores potências em Gemond! Essa é a extensão do quão influente o Grupo Johns é, e tudo o que podem fazer é observar de longe."

Puxando gentilmente o braço de Phyllis, Jenna pediu: "Mãe, não vamos perder nosso tempo com elas."

"Você está certa. É inútil conversar com elas!", disse Phyllis, lançando um olhar de desprezo para Madisyn e Elaine antes de se aproximar de uma vendedora. "O que houve com a sua loja, permitindo que qualquer pessoa entre? Honestamente, não tenho qualquer desejo de fazer compras aqui."

Jenna encarou Madisyn com uma expressão presunçosa. Aos seus olhos, mesmo que Madisyn pudesse ter encontrado um sugar daddy, isso não significava nada. Bastava uma palavra de Phyllis e ela seria expulsa da loja.

A vendedora, em uma posição complicada, respondeu cuidadosamente: "Senhora, elas são clientes tão importantes quanto vocês."

Phyllis zombou imediatamente, sua ameaça velada: "Ora, por favor! Nós estamos prestes a fechar uma parceria com o Grupo Johns. Esse shopping não é propriedade deles? Gostaria de fazer compras sem nenhum incômodo, se não se importar."

Ela estava convencida de que qualquer pessoa que estivesse ao lado de Madisyn não seria ninguém importante.

A princípio, Phyllis optara por uma abordagem cuidadosa com Elaine para expor o que considerava ser o comportamento enganador de Madisyn. No entanto, a resposta afiada de Elaine a fez mudar de estratégia, adotando uma postura mais agressiva e estando decidida a lhes dar uma lição.

Um misto de confusão e descrença transpareceu no rosto da vendedora.

Phyllis só poderia ter enlouquecido!

Será que ela não fazia ideia de quem era a mulher que estava menosprezando?

A vendedora voltou sua atenção para Elaine respeitosamente, buscando silenciosamente uma orientação.

Com uma postura imponente, Elaine respondeu com frieza: "Como desejam fazer compras sem qualquer incômodo, então sugiro que saiam daqui. Além disso, vocês não são bem-vindas no Shopping Moonshine!"

"Você está me dizendo para ir embora? Isso é um absurdo!", zombou Phyllis arrogantemente.

Nesse momento, a vendedora se dirigiu a Phyllis, dizendo: "Senhora, eu sinto muito, mas terei que pedir para que saiam. Vocês estão na lista negra da nossa loja."