Quando cheguei ao balcão, pedi um uísque com gelo, ansioso por algo que pudesse me reanimar. Enquanto aguardava o pedido, senti uma presença ao meu lado. Uma mulher deslumbrante estava ali, e seu brilho chamava minha atenção instantaneamente. Sua pele era de um negro profundo, porém claro, reluzindo sob as luzes do ambiente, e ela se destacava em meio a toda a ostentação ao nosso redor. Havia uma confiança inegável em sua postura, e seu olhar revelava um jogo de inteligência e mistério que me intrigava.
- Oi. O que uma mulher linda está fazendo aqui sozinha?
Eu disse, tentando iniciar uma conversa.
- Creio eu que não estou sozinha, senhor?
Ela virou-se para mim, um sorriso divertido brincando em seus lábios. Indagou, suas palavras soando com um tom provocador.
- Abaddon Rossi.
Eu me apresentei, estendendo a mão. Ela tomou a minha, e ao fazer isso, não pude deixar de notar a suavidade de sua pele contra a minha.
- Emma Wilson.
Ela respondeu, o olhar fixo no meu.
Emma estendeu uma de suas mãos para mim, e em um gesto de cavalheirismo, peguei a dela e, com delicadeza, inclinei-me para depositar um beijo em seu dorso. O toque de seus dedos era suave, e eu a observei, notando como ela não se deixou intimidar pelo gesto. Em vez disso, um sorriso se espalhou em seu rosto, refletindo uma confiança que me fez querer saber mais.
- É raro encontrar alguém tão fascinante em um lugar como este.
Eu disse, recuando levemente para observar seu rosto, suas feições perfeitamente esculpidas e o brilho em seus olhos.
- Ah, mas eu poderia dizer o mesmo sobre você, Abaddon. Não é todo dia que encontramos o dono de uma das maiores revistas da indústria. Espero que não esteja aqui apenas para discutir negócios.
Emma respondeu, sua voz suave, mas cheia de audácia.
- Negócios são parte da vida, mas estou sempre em busca de algo mais interessante.
Eu retorqui, a tensão leve entre nós crescendo. Havia um ar de desafio na conversa, e eu estava pronto para entrar nesse jogo.
- Então, talvez você tenha encontrado o que procura.
Emma sorriu, um sorriso que prometia complicações e novas possibilidades.
A conexão instantânea e a aura dela me prenderam, fazendo-me esquecer da multidão ao nosso redor. Ali, ao lado do bar, longe das conversas monótonas, algo muito mais intrigante estava prestes a acontecer.
Emma se afastou do bar de maneira sedutora, cada movimento calculado, seus quadris balançando suavemente, chamando a atenção de todos ao redor, mas, naquele momento, era como se ela estivesse fazendo isso só para mim. Ela levou o copo aos lábios e deu um gole lento, seus olhos brilhando por um segundo enquanto nossos olhares se encontravam novamente antes de ela desviar e sair de seu lugar.
Eu mal pisquei enquanto observava-a. Cada passo era uma dança, e eu estava hipnotizado pela forma como ela se movia. O tecido de seu vestido abraçava suas curvas de maneira provocante, e o brilho de sua pele contrastava com a iluminação suave do salão. Havia algo nela que era impossível ignorar, como se ela dominasse o espaço com uma simples presença.
Sem hesitar, me levantei e comecei a segui-la, como se fosse puxado por uma força invisível. Não era um impulso puramente físico era mais profundo, quase instintivo. Ela andava pela multidão com uma graça natural, e mesmo com tantas pessoas ao redor, meus olhos nunca se desviaram dela. Era como se todos tivessem se apagado ao nosso redor, deixando apenas Emma e o rastro de mistério que ela carregava.
Emma entrou por uma porta discreta que dava acesso a um corredor elegante, e eu a segui sem pensar duas vezes. O corredor era impressionante, com paredes adornadas por obras de arte modernas e luzes baixas que lançavam sombras tentadoras nos cantos. O espaço tinha uma aura quase etérea, um ambiente que parecia feito para encontros secretos. A penumbra conferia uma sensação de intimidade, como se, ali, as regras do mundo exterior não se aplicassem.
A cada passo, o som dos meus sapatos ecoava suavemente no piso de mármore. A atmosfera era carregada, o silêncio do corredor amplificava a tensão crescente. Eu ainda a observava à distância, melhor sua sombra virando o corredor e o ritmo de seus passos firme e confiante. Eu sabia que ela estava ciente de que eu a seguia. Ela queria que eu a seguisse.
Seguindo o som dos saltos de Emma ecoando suavemente pelo corredor, cada passo que ela dava parecia uma melodia refinada, o tipo de som que exigia atenção. Era elegante e convidativo, como um chamado silencioso, difícil de ignorar. No entanto, de repente, o som cessou, e por um breve momento, tudo ficou em silêncio. Meus olhos se ajustaram à penumbra do corredor, até que a vi.
Diante de mim estava a cena mais cativante que já presenciei. Emma, agora com um vestido diferente, mais ousado, expunha sua pele de ébano com um brilho que capturava a luz fraca do ambiente, destacando cada curva de seu pescoço e colo. Suas pernas longas e bem torneadas estavam cruzadas de maneira impecável, uma postura que exalava poder e controle, enquanto ela se acomodava no sofá com um copo de bebida na mão.
Seus dedos, delicados e quase hipnóticos, deslizavam lentamente de seus lábios pelo pescoço, vagando como se tocassem a pele pela primeira vez. Meu olhar seguiu o movimento, sem poder desviar, e por um breve momento, desejei que fossem minhas mãos fazendo aquela exploração, sentindo a suavidade de sua pele sob meu toque. Ela arrastava seus dedos sensualmente pela extensão de seu colo, como se soubesse exatamente o efeito que causava, me provocando de uma maneira calculada, mas com uma pitada de inocência ou talvez, a ilusão dela.
- Está me seguindo, senhor Rossi?
Sua voz rompeu o silêncio, suave, mas carregada de intenção. Seu olhar, profundo e intrigante, me capturou, me desafiando a descobrir o que realmente estava se passando por trás daqueles olhos brilhantes. Ela parecia inocente, mas a sugestão em seu tom dizia o contrário. Ela sabia exatamente o que estava fazendo.