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O clima no bordel era tenso naquela noite. As outras garotas, acostumadas com os altos e baixos do lugar, notaram a expressão de Lívia assim que ela saiu do quarto. Algumas trocavam olhares discretos, outras abaixavam a cabeça em compreensão silenciosa. Cada uma delas carregava sua própria dor, seu próprio motivo para estar ali. Se entreolhavam com a familiaridade de quem entende o que é sobreviver.
Sabrina, uma das mais antigas, aproximou-se de Lívia enquanto passavam pelo corredor. Com uma expressão grave, ela disse baixinho: -Eu vi sua mãe falando com aquele homem. Ele é pior que os outros. Tenha cuidado.
Lívia suspirou, sabendo que Sabrina falava por experiência. Sabrina começou a trabalhar no bordel com apenas 19 anos, e agora, aos 27, parecia envelhecida pelas marcas invisíveis daquela vida. Sabrina sabia das dificuldades e sempre tentava proteger as garotas mais jovens do olhar ganancioso de Estela. Mas ali, nenhuma proteção era suficiente.
Ao chegarem na sala onde todas se preparavam para a noite, elas encontraram outras garotas: Júlia, Letícia e Carla, cada uma concentrada em sua própria luta para esconder o medo e vestir a máscara de autossuficiência que o trabalho exigia.
Letícia olhou para Lívia com um sorriso triste. -Mais uma noite, hein? Às vezes penso que vamos nos afundar tanto que nunca mais veremos a luz do dia.
Lívia não respondeu, mas o comentário ecoou dentro dela. As palavras de Letícia resumiam o que todas sentiam: a sensação de serem prisioneiras em uma vida que nunca escolheram.
Júlia, sempre direta, soltou: -Por que você ainda faz isso, Lívia? Você já podia ter fugido daqui. Nós sabemos o quanto isso te destrói.
Lívia engoliu em seco. -Vocês acham que eu já não tentei? Sempre que ameaço sair, minha mãe me lembra que eu não tenho para onde ir. E... ela precisa do dinheiro. A última frase saiu num sussurro carregado de ressentimento e tristeza.
Carla que até então se mantinha em silêncio, fitou Lívia com uma expressão séria. -Nenhum dinheiro vale o que você tem passado, Lívia. Nenhum dinheiro vale a sua dignidade.
Estava claro que, embora todas enfrentassem a mesma realidade, Lívia era a única que nunca quis aquilo. Ela nunca escolheu aquele caminho, nem aceitou que aquela fosse sua vida. Ela era uma sombra entre aquelas garotas, perdida e sem rumo.
De repente, Estela entrou na sala, seu olhar rígido varrendo o ambiente. -Vamos, meninas, a noite já começou. Temos clientes importantes, e todos esperam o melhor de vocês. Sua voz era fria e prática, como se estivesse falando de mercadorias.
As garotas trocaram olhares. Sabrina apertou o braço de Lívia discretamente, num gesto de apoio. Estela viu e franziu o cenho, mas escolheu ignorar. Havia algo ameaçador na expressão de Estela naquela noite, uma espécie de determinação sombria. Ela estava disposta a tudo para manter o bordel de pé, mesmo que isso significasse destruir o que restava da alma da própria filha.
Lívia respirou fundo e se dirigiu à área dos clientes. O salão principal estava lotado de figuras influentes, empresários e políticos, homens que pagavam bem para esquecer suas vidas, ainda que por algumas horas. O perfume forte de colônias caras misturava-se ao cheiro de bebida e cigarro, criando uma atmosfera pesada e sufocante.
O cliente que sua mãe havia mencionado estava sentado em um canto, observando-a como um caçador observa sua presa. Era um homem alto, com olhos afiados e um sorriso cruel que fazia sua pele arrepiar.
-Vá, Lívia, sussurrou Estela atrás dela, dando-lhe um leve empurrão. -É o que você sabe fazer de melhor.
Lívia olhou para as outras garotas uma última vez, buscando forças para suportar mais aquela noite. Sabrina, Letícia, Júlia e Carol estavam ali, mas não podiam fazer nada para ajudá-la. Naquele momento, o laço entre elas parecia mais forte do que nunca. Todas entendiam a dor de Lívia, pois, de alguma forma, já haviam passado por algo semelhante. Mas, no bordel de Estela, compaixão e solidariedade não bastavam para salvar ninguém.
Caminhando em direção ao homem que a aguardava, Lívia sentiu um peso esmagador sobre o peito. Cada passo era um esforço para não ceder ao desespero que ameaçava dominá-la. Quando chegou perto do cliente, ele a segurou pelo braço, apertando firme, deixando claro que não haveria gentilezas.
-Vamos nos divertir esta noite, minha querida, ele disse, a voz carregada de malícia.
Lívia lançou um último olhar de súplica para sua mãe, que a observava de longe, impassível. Ela sabia que Estela não moveria um dedo para impedir o que estava prestes a acontecer. A mulher que deveria protegê-la era, na verdade, sua maior carrasca.
Lívia entrou no quarto atrás do cliente, sentindo o peso das paredes fecharem ao seu redor.
O homem fechou a porta e, sem uma palavra, a observou com um sorriso calculista que lhe causava arrepios. Lívia já havia encarado outros clientes, mas algo na presença desse homem fazia o estômago revirar. Ele era um predador e, naquele momento, ela sabia que era sua presa.
Com gestos bruscos, ele se aproximou e segurou-a pelo braço, puxando-a com uma força que fez sua pele arder. Ela tentou evitar seu olhar, mas ele a forçou a encará-lo, mantendo-a presa em seu aperto.
-Não precisa ter medo, garota, ele disse, embora sua voz traísse uma satisfação sombria. -Só quero me divertir.
Ele a empurrou para a cama, e Lívia sentiu o colchão ceder sob seu peso.
Ele parecendo um animal feroz segurou com forças na garganta de Lívia a deixando quase sem ar enquanto a penetrava fortemente a fazendo gemer de dor .
- Isso putinha geme gostoso para mim , faça cada centavo meu valer apena. " disse ele com sua voz fria e ofegante .
Depois de 60 minutos ele se despediu de Lívia jogando em cima dela um malote de dinheiro enrolado em um elástico amarelo e dizendo : - Sua gorjeta, superou minhas expectativas até que não foi tão ruim !
Ele passou por Estela mãe de Lívia e com um olhar e sorriso malicioso disse : - Gostei da garota ela só precisa se soltar mais , nos veremos em breve e deu as costa saindo do bordel .