Pedro: - Olha quem chegou - ele aponta para o portão da escola, e Ramon entra vestindo uma calça jeans e uma blusa preta que destaca seu corpo. Não posso deixar de notar uma mochila em suas costas quando ele se aproxima de nós.
Ramon: - E aí, pessoal! - ele fala, sem tirar os olhos de mim, e eu o encaro.
Mateus: - O que você está fazendo aqui? - os meninos mudam o foco para ele, virando o centro das atenções.
Aurora: - Também fiquei curiosa... - Aurora diz, e eu balanço a cabeça concordando.
Ramon: - Vou estudar com vocês! - ele diz, chocando todo mundo. Ramon não tem idade para estudar devido ao que ele é, mas sua aparência diz o contrário. Mordo o lábio para não rir, ou acabaria entrando em maus lençóis por achar que ele é velho demais.
Pedro: - Impossível! Só falta um mês para terminar as aulas, e você quer estudar?! - Pedro, em sua atitude característica, largaria isso sem se importar com a repreensão de sua mãe.
Dulce: - Está nos pregando uma peça? - pergunto duvidosa, estreitando os olhos.
Ramon: - Não, vou estudar no segundo ano junto com você. - ela me xinga com raiva, e vejo a fumaça saindo de seu nariz.
Dulce: - Maldito! Por que não escolheu a turma do terceiro ano? - por que ele escolheu justamente a minha turma? Poderia ser qualquer outra, até mesmo uma universidade, mas não. Eu tenho que aturá-lo aqui também.
Pedro: - Está brava, não está? - ele toca meu nariz, balançando-o, e afasto sua mão, batendo nela.
Dulce: - Cale a boca! - Ramon se aproxima de mim e leva a boca perto de minha orelha, tentando falar baixo para que ninguém ouça.
Ramon: - Só para ficar perto da minha princesa... Vai que um lobo muito mal a rouba de mim? - sorrio de lado e recebo um chute na perna.
Dulce: - Eu não preciso de ninguém para me defender! - fico com o rosto fechado para ele, que se mantém sério. Meu amigo Carlos se aproxima de nós e me dá um beijo na bochecha. Retribuo o gesto de forma carinhosa.
Carlos: - Oi, princesa...
Dulce: - Oi, Carlos. Por que você não veio ontem? - vejo Ramon revirar os olhos e olhar friamente para o meu melhor amigo, como se fosse queimá-lo vivo na fogueira.
Carlos: - Ontem, tive que ir ao médico e não deu para chegar a tempo na escola.
Dulce: - Ok, vamos que o sinal já vai bater... - pego ele pelo braço e o Ramon nos olha estranho. Eu não disse que era ele que ia ficar colado a mim? Que pena, que o filho da mãe não acreditou. O sinal bate e todos vão para a sua sala, entramos na nossa do segundo ano, onde a professora já estava nos esperando. Quando o Ramon entra às meninas babam por ele e até a professora não tira os olhos do cafajeste.
- Bom dia, turma! Temos um aluno novo, por favor se apresente. - ele chega perto da mesa e se vira para nós, abrindo um sorriso largo.
Ramon: - Me chamo Ramon Alencar e tenho cinco mi... - me atrapalho, pois eu ia falar a data de nascimento de vampiro e continuo, como se nada tivesse acontecido. - 17 anos. - a Dulce olha para mim sorridente e pega no braço do tal Carlos. Ela sabia o que estava fazendo e eu estava disposto a entrar no seu jogo e sair ganhando.
- Escolha um lugar para se sentar. - as meninas trocam de lugar pensando que o Ramon vai escolher sentar ao lado delas. "Bando de gente hipócrita" penso, e ele lança um sorriso na minha direção e aponta para mim. Eu tentava pedir com um aceno para ele não fazer isso, mas foi em vão.
Ramon: - Vou sentar ao lado daquela moça.
- Ok, agora vá se sentar que a aula já vai começar. - ele anda até a mim e cada passo que dava parecia estar pisando no meu coração. O Ramon pede licença ao Carlos de uma manira rude.
Ramon: - Eu vou me sentar aí, saí daí pirralho!
Carlos: - Escolhe outro lugar pra se sentar, com certeza as nossas colegas queiram dividir com você... - fico parado no meu lugar pois não vou sair de perto da Dulce e deixar esse playboy se aproveitar dela.
- Vamos Carlos, saia daí e deixe o aluno novo se sentar! - a professora diz.
Carlos: - Mas... - ela o interrompe.
- Mais nada, ande logo porque eu não tenho o dia todo. - pego a minha mochila e me levanto lançando um olhar furioso para o tal "Ramon" e ele me encara com um sorriso debochado e me sento ao lado de uma menina, pegando os meus cadernos.
Ramon
Quando aquele moleque chegou beijando a Dulce me deu uma vontade de voar na cara dele e ela toda toda se derretendo nos braços do tal "Carlos", até que a professora me pediu para escolher um lugar e escolhi me sentar ao lado da Dulce e ele não gostou nadinha. Eu ouvi muito bem os seus pensamentos... Tadinho, se ele soubesse o que eu sou pensaria mil vezes antes de pensar uma besteira dessa. Me acomodo ao seu lado e vejo que a minha prometida não gosta nada e a professora começa a escrever algumas coisas no quadro. Olho para a bunda dela, até que ela tem uma figura boa para uma mulher de 50 anos. Sinto um cotovelo me cutucando e olho para a pessoa.
Dulce: - Veio para estudar ou para ficar olhando as bundas das meninas? - pergunto enquanto escrevo.
Ramon: - Com ciúmes, Dulce? - escrevo o que a professora escreve no quadro e um monte de pensamentos das meninas da sala vem a minha mente. Eu sinto ódio de mim nesse momento, porque sei que sou bonito, mas elas poderiam parar de pensar em mim.
"Esse aluno novo é muito gostoso..."
"como pode existir um homem desses na terra?"
"Como eu queria estar sentada ao lado dele ao invés da Dulce, sortuda pegando dois gatinhos, o Carlos e o aluno novo."
Dulce: - Não tenho ciúmes de homem corno. - olho para ele enquanto a professora ainda está escrevendo no quadro.
Ramon: - Não é o que parece Dulce, e não me chame de corno porque eu não sou. - encosto a minha mão em sua perna subindo-a por de baixo da mesa, deixando-o constrangido.
Dulce: - Você é um corno gostoso. - chego aonde eu queria e movo os meus dedos sentindo o seu volume. Sua mão aperta a minha e o sinto pulsar sob o meu toque.
Ramon: - Dulce Maria, não brinque com fogo. - falo em um tom baixo com a voz rouca carregada de desejo, pronto para ser explorado.
Dulce: - Eu posso te deixar louquinho Ramon, com um simples toque. - digo perto do seu ouvido e o aperto uma última vez, retirando-a e voltando a atenção para a matéria de português e ele rosna, irritado.
Ramon: - Isso não vai ficar assim Dulce Maria, vai ter troco! - o ignoro e continuo a fazer o meu dever. Depois da aula de português temos a de sociologia, filosofia e o sinal bate para irmos ao intervalo e saímos da sala, eu tenho dois gatos ao meu lado, mas só um me chama atenção, o Ramon. Pegamos o nosso lanche e nos sentamos na mesa junto com o Mateus e a Aurora do outro lado.
Aurora: - Vocês não vão desgrudar da Dulce não?... - dou uma garfada no meu prato e eles respondem em uníssono.
- Não. - eles se encaram e a Dulce dá uma risadinha baixa.
Dulce: - Dois idiotas! - estou rindo de nervoso, pois estou ao ponto de explodir com esse grude deles.
Carlos: - Dulce, você acha que o seu melhor amigo é um idiota??
Dulce: - Sim Carlos, eu não estou interessada em nenhum dos dois. Eu só te vejo como o meu amigo e nada mais, e o Ramon só é o meu colega...
Mateus: - Toma distraídos, a Dulce deu um belo de um fora nos dois.
Ramon: - Ela deu fora nesse moleque aí, não em mim! Eu nunca levo fora de ninguém ainda mais da Dulcinha... - me defendo. Eu, Ramon Alencar, levar um fora de uma mulher? Jamais! Nem dá Dulce eu levo e sei que isso é só fogo no rabo.
Carlos: - Eu não sou nenhum moleque, Ramon!
Ramon: - Então é o que?, Homem que não é, né?! - as veias na sua testa trincam e zombo de sua aparência.
Carlos: - Seu... - antes que ele termine de falar merda, a Dulce o interrompe.
Dulce: - Vão parar eu em, parece duas cachorras no cio... - os dois na minha frente começam a rir fazendo barulho.
Mateus: - Hou!
Carlos: - Credo, Dulce. - ela se levanta e fica com uma cara de brava e bate na mesa atraindo a atenção dos outros alunos.
Dulce: - Vocês acabaram com a minha paciência merda! - saio da mesa e jogo a bandeja no lixo, caminho até o banheiro e jogo água no meu rosto murmurando. - Dois bando de idiotas, até parece que eu sou um troféu. - quando me viro para sair sou agarrada pelo Ramon e ele me pressiona contra a porta pegando-me de surpresa.
Ramon: - Você não é um troféu, Dulce...
Dulce: - O que você tá fazendo aqui no banheiro feminino?, Tá doido?! Se o diretor te pega aqui agente tá ferrado.
Ramon: - Shi... Princesa não fica brava, eu só vim para te dar isso. - a beijo pegando em sua cintura e não deixando escapatória nenhuma. Ainda hesitante, ela cede o beijo, envolvendo suas mãos no meu pescoço aprofundando-o e gemendo contra os meus lábios, ao sentir o ser que dói só de estar perto dela.
Dulce: - Ah, Ramon. - o seu nome saí com um gemido baixo e ele desce os seus lábios pelo meu pescoço enviando arrepios e calafrios na minha pele quente e o mesmo para.
Ramon: - Esse é o seu castigo. - sem me dar a chance de dizer alguma coisa, ele saí me deixando atordoada pelo o que fez.
Dulce: - Eu juro que eu te mato um dia! - o sinal bate e corro para a sala de aula. Suspiro de alivio ao ver que o professor ainda não chegou e me sento ao lado do Ramon que não para de sorrir e olha para as bundas das meninas que entram.
Dulce: - O seu interesse em vir para a escola era só pra ficar secando as bundas das meninas...
Ramon: - Não se preocupe com isso, amor. - toca o meu rosto o alisando. Ele não faz ideia do quanto mexe comigo e fica falando essas coisas na brincadeira, as quais eu levo a sério. - Eu só quero uma pessoa e essa é você princesa... - ele pisca e desvio olhar, enquanto a professora entra.
- Abram o livro de Ciências na página 49 e façam as atividades do número 3 ao 10. - abrimos o livro e começamos a fazer as atividades propostas.