Capítulo 7 Capítulo 7

*****POV da Louise*****

O quarto estava fracamente iluminado, com o brilho suave da luz do luar passando pela janela aberta.

E lá estava ele, meu pai, sentado com um ar de elegância e estoicismo que sempre o definiu.

Faziam três longos anos desde a última vez que o vi, e apesar de nossas diferenças, eu não pude negar a pontada de saudade dele no fundo do meu peito.

Meu olhar demorou em suas costas enquanto ele estava sentado de frente para a janela, seus ombros largos emoldurados pela luz que desvanecia.

Eu fiquei ali, observando a vista dele, admirando a forma como ele se portava com tanta graça e autoridade.

Meu pai era o epítome de um bom líder. Um com força e como o nome da nossa alcateia indicava, ele governava com uma Faixa de Cinza.

Parecia que o tempo havia parado e, naquele momento, eu o vi não apenas como a figura rigorosa e dominadora que ele sempre parecia ser, mas como um pai que me moldou de mais maneiras do que eu jamais poderia compreender completamente.

De repente, ele quebrou o silêncio, sua voz carregando um peso de autoridade que me causou calafrios na espinha.

Sem se virar para olhar para mim, ele pronunciou uma única palavra pesada, "Louise." Foi um reconhecimento simples, mas poderoso, da minha presença, um sinal de que nossa conversa estava prestes a começar.

Respirei fundo, tentando me acalmar enquanto me aproximava dele.

Ele finalmente virou a cabeça levemente, seus olhos encontrando os meus na reflexão da janela. Havia um lampejo de calor e compreensão em seu olhar, um reconhecimento silencioso das lutas que enfrentei durante meu casamento fracassado.

Eu estava certa quando disse que meu pai espionou meu casamento.

Ele provavelmente sabia que eu falharia em consertá-lo.

Sem qualquer indício de julgamento ou reprovação, ele falou novamente, sua voz mais suave desta vez, "Bem-vinda em casa, Louise."

Essas três palavras simples guardavam um mundo de significado. Era um reconhecimento da minha jornada, um reconhecimento de que às vezes tropeçamos e caímos, mas a família está sempre lá para nos pegar.

Eu sorri para ele suavemente e me sentei diante dele.

Então ele se virou completamente para me olhar.

"Obrigada, Alpha" Eu disse, o sorriso ainda persistindo em meu rosto.

"Seu pai é tão assustador" Inaya reclamou e eu ri.

"Demorou bastante" Meu pai disse repentinamente e balançou levemente a cabeça.

"Você disse três anos" Eu lembrei.

"E ontem completou exatamente três anos, eu sei" ele respondeu.

Eu dei a ele um olhar questionador e ele sorriu, finalmente.

"Não me olhe assim, você vai ser o Alpha"

"O que o fato de eu ser o futuro Alpha tem a ver com você espionando minha vida privada?" Eu perguntei e cruzei os braços sob meu peito.

Meu pai às vezes pode ser tão irritante.

Ele acha que me dando um sorriso, eu iria esquecer o passado?

Ele me espionou por três anos, mesmo depois de assinarmos um contrato.

"Você poderia ter sido facilmente morta lá, você é a Alpha e nós tínhamos que cuidar de você" ele disse sem vergonha.

"Eu sou a Alfa e posso me proteger!" Eu protestei.

Sério, eu nunca imaginei esse reencontro.

"Louise, aquele Alfa do Lago de Sangue é um fracasso. Eu tentei te avisar, mas o que você disse?"

E aqui vamos nós de novo.

"Pai, vamos esquecer isso por enquanto, eu voltei agora, certo?" Eu perguntei com um sorriso.

Meu pai respondeu com um resmungo e me deu um olhar perspicaz, provavelmente me avaliando.

"Você realmente cuidou de si mesma lá," ele disse sarcasticamente, zombando diretamente do meu corpo magro e eu suspirei.

"Pai, eu vou ficar bem" Eu ainda tentei tranquilizá-lo.

"Quando você vai dissolver o vínculo de companheiros?"

"Dois dias" Eu simplesmente respondi. Voltaria para o Lago de Sangue em dois dias para encerrar as coisas com Benjamin de uma vez por todas.

"Muito bem então, em dois dias, eu a levarei para romper o vínculo de companheiros" Meu pai disse e eu olhei para ele imediatamente.

"Não, Pai. Você não precisa ir comigo" Eu até balancei a cabeça, firme na minha decisão de continuar fazendo os membros da matilha do Lago de Sangue acreditar que eu ainda era uma Ômega.

Meu pai levantou uma sobrancelha para mim e eu sorri.

"Não se preocupe com os motivos, eu estarei segura" Eu o tranquilizei e ele suspirou.

"Tudo bem. Vá e fale para Jacques sobre seus planos e ouça o que ele tem a dizer" Ele adicionou e eu concordei, "Sim, senhor"

Levantei-me apressadamente e caminhei em direção à porta, mas a meio caminho de alcançar a maçaneta, meu pai me chamou e eu me virei para olhá-lo.

Ele acendeu a luz em sua mesa de leitura e eu pude ver claramente o sorriso em seu rosto que nunca envelhecia.

"Bem-vinda a casa, mais uma vez"

Eu também sorri em resposta, "Obrigada, pai"

Depois, saí da sala para procurar Jacques.

Eu deveria estar descansando, mas eu estava impaciente.

Eu sempre fui impaciente.

Felizmente, encontrei Jacques no jardim lendo um jornal e tomando o que quer que fosse que estivesse em sua caneca.

"Jacques, quero falar com você" eu disse e me sentei na cadeira perto dele.

Ele suspirou e se virou para me olhar.

Um sorriso se formou em seu rosto.

"O que você tem a dizer? Seja breve. Eu estava lendo quando você chegou, lembra?"

Olhei para ele com raiva enquanto eu lhe tirava sua bebida.

Dando um gole nela, coloquei-a de volta na mesa e limpei a minha garganta.

"Você realmente só veio para dar um gole?" Ele perguntou e eu revirei os olhos.

Reuni todas as minhas forças e concordei.

Eu podia sentir o peso da decisão que havia tomado, a determinação queimando dentro de mim. "Eu tomei uma decisão", comecei, minha voz firme. "Dentro de dois dias, vou dissolver meu vínculo de companheira com Benjamin, e vou fazer isso sozinha."