Capítulo 9 Capítulo 9

*****POV de Louise*****

Dois dias depois:

Enquanto Jacques me levava de volta às fronteiras do bando do Lago Sangrento, eu não podia deixar de sentir uma mistura de emoções borbulhando dentro de mim. Meus olhos estavam fixos na paisagem que passava pela janela do carro, tentando me distrair do peso no meu coração. Mas Jacques, sendo ele mesmo, não resistia em fazer alguns comentários frios, porém engraçados.

"Então, Louise, que tal se jogamos 'Quem Consegue Ficar Silencioso por Mais Tempo'?" Jacques disse, e eu tive vontade de pedir para ele parar o carro e me deixar descer.

Eu revirei os olhos, escolhendo ignorar seu comentário. Eu sabia que ele estava apenas tentando aliviar o clima, mas eu não estava no humor para jogos. Eu queria me concentrar na tarefa em mãos e nos pensamentos que estavam me sobrecarregando.

Jacques, no entanto, era persistente. Ele continuava a fazer observações sarcásticas e piadas sarcásticas, suas palavras rebotando em mim como água nas costas de um pato. Era o jeito dele lidar, eu suponho, mas não estava me ajudando no momento.

Apesar de meus melhores esforços para esconder meus verdadeiros sentimentos, Jacques viu através da minha fachada. Ele me conhecia melhor do que qualquer outra pessoa, mesmo quando eu tentava mostrar uma cara valente. Ele sabia que algo estava me incomodando.

"Louise, você não pode se esconder de mim", disse Jacques, sua voz ficando um pouco mais suave. "Eu posso perceber que algo está te incomodando. Você sabe que pode conversar comigo, certo?"

Eu suspirei e voltei a olhar para ele.

"Estou bem" Eu respondi, definitivamente não no clima para ter essa conversa com ele.

"Vamos lá, me conte" ele insistiu e eu rosnei.

"É sobre o seu marido mulherengo?" Ele perguntou novamente e eu balancei a cabeça levemente.

Esconder coisas dele era quase impossível.

"Você não precisa pensar nele, além disso, você está prestes a romper tudo e ser livre. Uma vez que o vínculo de companheiro seja dissolvido, quaisquer sentimentos que você tenha por ele, desaparecerão sem deixar rastros" ele disse.

Eu não respondi a isso. Eu ouvi do meu pai mais cedo esta manhã que dissolver o vínculo de companheiro iria doer muito, mas eu podia suportar por causa da minha força Alpha.

Talvez não fosse tão ruim.

Logo chegamos à fronteira da alcateia do Lago Sangrento e eu desci do carro.

"Me ligue se algo der errado", Jacques instruiu e eu concordei com a cabeça.

Suspirei enquanto meu olhar permanecia na estrada à frente.

A casa da alcateia podia ser vista a uma certa distância e, se eu não soubesse melhor, pensaria que a aparência da casa da alcateia, vista de longe, é realmente como ela parece por dentro e em proximidade.

Conforme eu caminhava de volta para a casa de alcateia do Lago Sangrento, o peso das minhas emoções parecia ficar mais pesado a cada passo. Cheguei à grande entrada e me foi concedida a entrada, mas algo parecia estranho. As criadas, que geralmente me cumprimentavam com uma reverência respeitosa, pareciam me ignorar completamente enquanto realizavam suas tarefas de limpeza.

Confusão e um toque de raiva me invadiram. Era como se eu tivesse me tornado invisível para elas, apenas mais uma presença insignificante na vasta sala de estar. Eu ainda era a Luna delas, mesmo tendo deixado a alcateia.

Como ousam me tratar como se eu fosse ar?

Ignorei-as e continuei subindo as escadas, a determinação impulsionando meus passos. Sabia exatamente onde encontrar Benjamin a esta hora do dia - em seu escritório.

Sem me dar ao trabalho de bater, empurrei a porta aberta, esperando encontrá-lo sozinho. Mas o que vi estilhaçou os últimos resquícios de esperança dentro de mim.

Lá, no sofá de seu escritório, estava Benjamin, com Chloé ao seu lado. A cabeça dela estava descansando em sua coxa, uma imagem de conforto e intimidade. Meu coração afundou e meus punhos se fecharam involuntariamente diante da cena à minha frente.

A dor do nosso iminente divórcio e a traição que senti invadiram minhas veias, ameaçando me consumir. Como ele pôde seguir em frente tão rapidamente? Ainda não havíamos finalizado nossa separação e ele já estava tratando Chloé como se ela fosse sua Luna.

Uma mistura de raiva, dor e incredulidade me inundou. Fiquei parada na entrada, incapaz de desviar os olhos da visão que dilacerava meu coração. A sala de repente parecia sufocante, o ar pesado com palavras não ditas.

Naquele momento, percebi que a vida que eu conhecia, o amor em que acreditava e o fato de que eu pensava que poderia consertar meu casamento, estavam escorregando. A dor de ver Benjamin com outra pessoa, especialmente tão cedo, cortava fundo, deixando cicatrizes que levariam tempo para curar.

Senti que ele só queria me tirar da vida dele tão rápido.

A cabeça de Benjamin rapidamente virou-se para a porta e ele me viu.

Ele então sorriu para mim sem motivo algum.

"Você finalmente não aguentava mais a vida fora dessas paredes e agora está de volta?" Ele provocou e relaxou ainda mais em seu sofá.

Ignorando suas provocações, caminhei mais para dentro do escritório.

Chloé, pressentindo a tensão, rapidamente se endireitou e baixou a cabeça, tentando parecer submissa na nossa frente. Eu não pude deixar de lançar-lhe um olhar de desprezo, um lembrete silencioso da dor que ela me causou.

"Ela é tão desagradável" Inaya de repente resmungou ao ver ela.

Direcionando minha atenção de volta para Benjamin, reuni toda a força que me restava. "Eu vim aqui em relação à minha mensagem" Eu disse, "Para dissolver o laço de companheiro e assinar os papéis do divórcio."

Benjamin congelou quando minhas palavras registraram em sua cabeça.

Ele olhou para mim e em meus olhos cinzentos.

"Você ainda quer fazer um teatro_" Eu o interrompi antes que ele pudesse dizer mais alguma bobagem.

"Não estou fazendo teatro, Alpha Benjamin, apenas me dê os papéis e eu assinarei. Depois iremos dissolver nosso laço de companheiros", disse eu em um tom firme, olhando-o fixamente.

O medo que eu tinha dele uma vez, desapareceu.

Benjamin deu um risinho e se levantou em toda a sua altura.

"Ok"

Ele murmurou antes de se aproximar de sua mesa e pegar alguns papéis.

Ele jogou os papéis na minha cara, mas eu não me importei e apenas peguei para assinar.

Depois de assinar meu nome elegantemente, devolvi os papéis a ele.

"Agora é hora de dissolver o laço de companheiros."