Capítulo 1 Movida pela curiosidade

Em uma pequena vila cercada por montanhas e rios, vivia uma jovem chamada Clara, conhecida por sua curiosidade insaciável. Um dia, enquanto explorava o sótão da velha casa de sua avó, ela encontrou um relógio de bolso antigo, empoeirado e com um brilho estranho no mostrador. Gravado na parte de trás, havia uma frase enigmática:

"Aquele que ousar girar o tempo, moldará o próprio destino."

Intrigada, Clara o levou para seu quarto. Quando o abriu, percebeu que os ponteiros giravam sozinhos, como se estivessem vivos. Ao girar a pequena coroa do relógio, algo extraordinário aconteceu: o tempo ao seu redor congelou. As folhas que caíam das árvores pararam no ar, o som dos pássaros silenciou, e ela percebeu que estava completamente sozinha em um mundo estático.

Com o coração acelerado, Clara girou a coroa novamente, e o tempo voltou ao normal. Fascinada, começou a experimentar com o relógio. Ela descobriu que poderia voltar ao passado ou avançar para o futuro, mas cada viagem deixava marcas no mundo - pequenas mudanças que só ela percebia.

Certa vez, movida pela curiosidade, Clara decidiu viajar para o futuro de sua vila. O que viu a deixou sem palavras: a vila estava abandonada, as casas em ruínas, e um enorme buraco negro no céu parecia engolir tudo. Assustada, ela tentou voltar ao presente, mas o relógio começou a falhar, emitindo um zumbido agudo e girando os ponteiros descontroladamente.

De repente, uma figura encapuzada apareceu no meio do vazio, segurando um relógio semelhante ao dela.

- Você brincou com o tempo, jovem Clara. Agora, deve corrigir o que causou.

- Mas... eu não sabia! - ela gritou.

- O tempo é uma teia frágil. Cada toque, por menor que seja, cria rachaduras.

A figura deu a Clara uma escolha: desfazer todos os seus atos, mesmo que isso significasse perder as memórias das viagens, ou enfrentar as consequências do futuro sombrio.

Clara hesitou, mas sabia o que precisava fazer. Com lágrimas nos olhos, girou o relógio uma última vez, apagando cada alteração que havia feito. Quando abriu os olhos, estava novamente no sótão da casa de sua avó, segurando o relógio como se nada tivesse acontecido.

Ela sorriu, aliviada, mas ao olhar para o relógio mais uma vez, percebeu que os ponteiros haviam parado, e a frase gravada atrás tinha mudado:

"O tempo te deu uma chance. Use-a com sabedoria."