Alinne não gostou do comentário, achou rude falar assim da nova amiga na frente dela, Megan terminou de tirar os livros da cadeira e voltou a escrever, no máximo levantou uma sobrancelha, não gostando do comentário.
- Então não vou ser sua amiga também, já sou amiga da Meg, se não a aceita, então não vai me aceitar...
Marian saiu e Alinne sentou do lado dela.
- Não precisa ser minha amiga só porque nossos pais se conhecem.
- Meg eu achei você legal, e ela foi rude, sou sua amiga porque gostei de você.
Na hora do lanche Megan estava em uma mesa pequena sozinha, ela observava os grupos comendo e rindo, Alinne sentou de frente para ela e começou a comer sem dizer nada.
- Não vai falar nada? - Megan estranhou.
- Eu percebi que você não gosta de conversar, se não se importa eu vou ficar ao seu lado, você não precisa falar se não quiser, mas podemos ser a companhia uma da outra.
Meg sorriu e balançou a cabeça que sim. Era primeira pessoa que não a forçava a um diálogo. Depois da aula Alinne estava saindo, mas Megan tinha ballet.
- Ah, eu não falei com o meu pai, não sei se ele vem me buscar.
Alinne esperou com Megan na sala de ballet, fazia os passos do grupo em um canto, tentava aprender a dança.
- Menina, gosta de ballet? - Perguntou a professora.
- Sim, eu fazia na minha antiga escola, mas não sei se meu pai me inscreveu para as aulas aqui.
- Tudo bem... Por hoje você faz a aula conosco, depois eu peço para ligarem para o seu pai.
Depois da aula, Danilo foi buscá-la, quando era Argos ou Carlos eles esperavam na sala de ballet com as outras mães, mas ele odiava as conversas, então ficava do lado de fora encostado no carro.
Elas estava se preparando para sair quando uma das mães a parou.
- Megan querida, seu pai não veio mais te buscar, pode dar algo a ele?
Megan apenas balançou o ombro e a mulher entregou um pequeno papel, apertou a bochecha dela e saiu.
- Pensei que quem te buscava era o Argos.
- Eu sou muito parecida com meu tio, a maioria das pessoas acham que ele é o meu pai e que Carlos e pai apenas do Lilo.
- Megan, e você não desmentiu?
- Alinne eu não fico de papo com ninguém sabe disso.
Elas saíram e Danilo deu um beijo na testa dela e de Alinne. Ele deixaria a amiga em casa e depois seguiria para a própria.
- Meg, o que é isso na sua mão? - Danilo evitava que os meninos se aproximassem, quebraria a cara de algum pivete se aquilo fosse um bilhete apaixonado para sua irmã. Ela entregou o bilhete para ele.
- Uma das mães do ballet pediu para entregar isso ao pai dela...
- Como é Alinne? Agora você fala pela Meg? - Danilo riu de como a relação das duas funcionavam bem, nem a deixou terminar.
Em casa o pai estava na cozinha com Marcela, queria aproveitar que a casa estava quase vazia e levá-la para o quarto.
- Vem my heart... A gente sobe, eu ligo a banheira e entro junto, como você gosta...
- Carlos, me dá um dia de sossego! Quero terminar o almoço, a noite a gente aproveita...
Danilo passou pela cozinha e pegou um copo de água, ia saindo e lembrou do bilhete.
- Ah pai, te mandaram isso. - Danilo disse estendendo o papel ao pai, mas Marcela pegou primeiro.
"Acho linda sua relação com a Meg... Me chamo Grace, sou a mãe viúva da Marian, adoraria que nossas filhas se conhecessem mais e a gente também, me liga!
555-8778"
- Que palhaçada é essa Carlos? Quem é essa vagabund@? - Marcela ficou imediatamente irritada.
- Não sei! Não faço a mínima ideia. Danilo, de onde veio isso?
- Uma das mães do ballet da Meg pediu a ela que entregasse o bilhete ao pai... - Danilo disse.
- E você resolveu entregar? Perdeu o juízo meu filho? Seu pai e eu somos casados, não tem que receber recadinhos de ninguém! Amanhã você vai buscá-la na escola Carlos e eu vou com você!
Marcela saiu da cozinha batendo o pé, foi atrás de Megan. Danilo ficou na cozinha com o pai.
- Danilo, que merd@, né? Me entregar algo assim e ainda na frente da Marcela! Sua mãe vai me matar...
- Desculpa pai, eu não pensei direito.
- Conte isso a Violeta, vai ver que sua esposa vai te xingar... Isso não se faz!
- Então não vou contar. - Danilo saiu rindo, e subiu para ver a esposa e o filho.
No dia seguinte era a despedida de Argos, Megan correu logo cedo para o estúdio, colocou uma música, mas não começou a dançar, se jogou no chão e começou a chorar, pensava que agora estaria sozinha, que o pai daria ainda mais atenção a Ted e Danilo estaria sempre com Daniel, que ela por ser menina não teria mais a atenção de ninguém, sabia que o sobrinho de Argos se mudaria para lá naquele mesmo dia, mas o viu poucas vezes, não era um amigo.
Marcela foi até o estúdio junto com Ted, o menino de agora 4 anos dava estrelinhas e cambalhotas enquanto Marcela tentava acalmar Megan.
- Minha filha, não é pra sempre... Poderá vê-lo depois, vamos! Tem que se despedir...
Carlos entrou e se ajoelhou no chão.
- Meg, se não levantar ele vai embora e nem se despedir vai conseguir, é isso que quer? - Disse Carlos.
- Nunca iria sem me despedir da minha princesinha.
Megan imediatamente se levantou e correu para Argos, se jogou nos braços dele. Nos últimos dois anos passou seu tempo treinando lutas com o soldado, era rápida e habilidosa, tinha um carinho e amizade imensos por ele.
- Princesinha, não é pra sempre, virei te visitar e você poderá me ver também é uma promessa!
- Tio, ninguém saberá onde mora! - Ela disse entre lágrimas.
- Uma única pessoa sabe e ela terá permissão para te levar lá, você irá em todas as férias para treinar comigo e me ajudar quando o bebê nascer, sabe que não sei cuidar de crianças, e a Pietra parece outra criança...
Eles saíram do espaço e Argos falou com Carlos.
- Chame a outra menina aqui, ou mande sua filha para lá, vai ser bom para ela.
Carlos aceitou a ideia, Marcos levaria Megan para passar o dia na casa da amiga Alinne, voltaria apenas no dia seguinte depois da escola.
- Meg, o Marcos vai te levar na casa da Alinne, vai dormir lá.
Assim que arrumou suas coisas Megan desceu, Marcos era um rapaz se 16 anos alto e forte, tinha a pele morena, e o cabelo preto, não se parecia com a família da mãe, ele tinha os traços de Ronald, era um pouco mais claro que o pai, provavelmente foi a mistura perfeita dos dois, os olhos eram castanhos claros, lembravam os olhos de Suzan, já seu porte físico era como do tio Argos, um resultado que arrasava os corações das adolescentes no colégio.
- Lembra de mim Megan? - Ele disse e pegou da mão dela a pequena bolsa.
Megan balançou a cabeça que sim e entrou com ele no carro, a viagem foi silenciosa, Marcos não tentou conversar com ela.
Chegaram rápido a casa de Bryan, Alinne estava na porta esperando a amiga.
- Oi Meg! Que bom que veio... Vou te mostrar meu quarto.
Marcos ficou com Bryan na entrada.
- É moleque, assumiu cedo o posto de seu tio, espero que esteja preparado.
- Tio Bryan estou sim, estou preparado para tudo...