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Aproveitando para apressar as coisas, Halim convidou Mustafa e a família para jantarem oficializando tudo, era praticamente o noivado e os noivos nem sabiam muito bem como as coisas seriam.
Inaya não tinha muitas roupas bonitas adequadas, sua futura cunhada quem lhe deu o vestido, mandou entregar, com sapatos novos, Baya se deslumbrava ao ver a " sorte " da irmã, Inaya adorava maquiagem, mas não sabia se maquiar muito bem e seu pai implicava também.
Ao ficar pronta, ela colocou os sapatos, era um scarpin de bico fino, que até era seu número, mas ficou apertado, mal dava para andar e ela não tinha outro calçado que combinasse.
Mounir saiu sem avisar, queria conversar com o primo, e não o encontrou, quando seu tio sentiu sua falta, começou ligar várias vezes, Mounir estava voltando, ignorou as chamadas, quando chegou levou xingo, os convidados já tinham chegado, e estavam fazendo comentários maldosos sobre a noiva.
Halim o mandou ir se arrumar, para receber a noiva, entregar os presentes, todos estavam na sala, tinham até músicos e uma dançarina de dança do ventre.
Inaya estava nervosa envergonhada, com dores nos pés, assim que chegaram, ela já sentiu a falta do noivo, ficou com medo de ser rejeitada, pediu para ir ao banheiro, retocar a maquiagem, Jamila a acompanhou dizendo que estava muito simples de fato, disse que ia lhe ensinar tudo, para agradar o marido, porque as mães, nunca ensinavam.
Quando estavam indo, Jamila foi chamada por um de seus filhos chorando, elas se afastou, disse que ia ver e já voltava, Inaya ficou parada perto de uma varanda, no corredor da mansão, tirou os sapatos, começou resmungar reclamando sozinha, estava odiando o vestido.
Mounir saiu do quarto dando o nó na gravata, quando a viu olhando dentro dos sapatos, se aproximou rindo curioso por trás e a cutucou nas costelas com brincadeira
- Te achei. O que está fazendo?
Ela levou um susto tão grande, que soltou os sapatos e tentando evitar a proximidade, derrubou um pé pela sacada, se debruçou desesperada
- Laaaa! Por Alá, olha o que você fez.
O sapato caiu em um jardim, ele também se debruçou rindo muito
‐ Eu não, você.
- Porque estava olhando dentro do sapato?
- Ou estava cheirando?
Ela foi ficando emotiva, nervosa
- Estavam me machucando, meus pés estão feridos.
- O que vou fazer?
- Meu pai vai me sacrificar como um carneiro.
Foi abaixando para sentar no chão
- Que sorte triste a minha.
Ele a segurou impedindo
- O que vamos fazer, não está sozinha.
- Se acalme.
Ela o afastou sutilmente
- Não se aproxime desse jeito, nem devíamos estar a sós aqui.
- Saia daqui, eu vou ter problemas.
Jamila estava voltando, ouvindo vozes, a chamou de longe
- Inaya? Vamos?
Ela saiu as pressas da varanda
- Oi, que bom que já voltou.
- Encontrei o Mounir, fiquei com medo, porque não podemos ficarmos sozinhos.
- Gosto de seguir os costumes e não quero prejudicar o nosso casamento!
- Sem querer derrubei o meu sapato, desculpa.
Ele estava rindo a achando muito bobinha, disse que ia descer para pegar, Jamila disse que ela estava certa, a levou para dentro de seu quarto, começou falar como era quando se casou, perguntou se a mãe dela, havia ensinado como ser boa esposa.
Inaya falou toda sem jeito que sim e confessou sonhar com um bom casamento, um marido que a amasse, para terem muitos filhos, viverem em harmonia.
Jamila disse que ia ensiná-la muitas coisas, perguntou se era virg em, pediu para não mentir, porque o marido saberia quando fossem dormir juntos e já falou que podia ajudar a fingir que era, ficando mais apertada, Inaya teve certeza que estava sendo testada, morrendo de medo, garantiu que era.
Ela não entendia nada de sex o, Jamila começou fazer a maquiagem dela, explicando como deveria se preparar sempre, para dormir com o marido, estar com os cabelos limpos, cheirosos com óleo de argan mirra e canela, também usar óleo corporal afrodisíaco, estar bem depilada com o corpo todo liso, sempre usando camisolas sensuais, calcinhas pequenas, de rendas, porque para o marido, podia tudo.
Jamila quem ia ajudar ela, com o enxoval feito no Brasil após se casarem, as lingeries das núpcias, ela já tinha comprado, falou até do kamasutra, disse que conseguiu engravidar sempre que quis e ia ensinar ela fazer o mesmo, para terem logo um filho, porque Halim ia ficar muito feliz, quando ela engravidasse.
Ela estava sendo um pouco manipulada coagida, mas no fundo começou a querer se casar com ele, achou ele muito gentil, de boa família, deduziu que a vida seria mais fácil, do que com um marido mais fiel a doutrina da religião e tão mais velho.
Mounir pegou o sapato dela e levou para o quarto, Jamila o atendeu na porta, ele olhou Inaya espiando pela fresta
- Estão machucando os pés da minha linda noiva.
- Por favor, encontre outros sapatos.