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PV Jake Wolf
Passado
2 anos antes...
Uma hora depois, estamos finalmente na estrada de terra para o lago que Helena tanto disse por telefone e tanto falou pelo caminho inteiro até aqui. Não sei como um lago pode render tanto assunto.
- Onde posso estacionar? - pergunto, completamente perdido.
- Estaciona perto daquela árvore ali. - Ela aponta para a árvore que dá início a uma mata, e que fica longe o suficiente da fazenda, onde ninguém consegue ver.
Paro o carro um pouco mais adentro. Desligo o motor e saio para abrir a porta de Helena, o que não consigo cumprir porque ela já está pulando literalmente eufórica ao lado de fora do carro.
- Vamos logo, Wolf - não consigo respondê-la já que aquela mini pestinha começa a me puxar como se fosse conseguir algum resultado.
Sigo-a praticamente correndo mata adentro, até chegarmos a uma parte que não é mais verde. No meio da floresta, um espaço é cercado apenas por árvores e flores ao redor.
Em frente a uma grama rasa, está um lago redondo com águas que parecem ser cristalinas.
É simplesmente inacreditável.
- É lindo, não é? - Helena me pergunta olhando para lago.
- É sim, perfeito - respondo, maravilhado.
Helena me puxa até à beirada e se senta, acompanho seu gesto.
- É meu único lugar predileto dessa cidade, a única coisa que eu tenho é esse lugar. - Seu olhar se torna triste.
- Você tem seus irmãos, Helena, tem o Robert e tem a mim. - Sinto meu coração se apertar dentro do peito.
Ela não me responde, apenas tira as botas pretas e vai para a beira do lago. Devagar, coloca as pernas pela metade dentro da água.
- O que foi que aconteceu com seu rosto? - mudo de assunto. Não quero que ela se distancie.
- Eu machuquei. - Ela vira o rosto em outra direção.
- Como? - me aproximo mais, me virando para ela e ficando de pernas cruzadas.
- Machucando - explica sem me olhar.
- Que tal, nós fazermos um tipo de juramento? - proponho.
- Como assim? - Ela se interessa, percebo isso quando ela tira suas pernas da água e a sua euforia volta igual antes e ela se vira para mim.
- Vamos prometer aqui, nesse lugar lindo, que nunca iremos mentir um para o outro. Que nunca iremos esconder nada, não importa o que seja.
Ela me olha com desdém.
- Você é adulto, não vai cumprir isso - sua animação some novamente.
- Não me veja como adulto, porque isso é a última coisa que eu serei com você. - Esboço um sorriso verdadeiro.
- Você promete que cumprirá assim como eu, a nossa promessa? - ela me analisa.
- Sim, eu prometo. - Cruzo os dedos em sua frente.
- Então eu prometo também - confirma sorrindo quando apertamos as mãos.
- Para selarmos nosso acordo, você vai me contar como fez esse machucado. Então eu te responderei qualquer coisa que quiser saber, tudo bem?
-Tudo bem. - Ela faz uma cara emburrada e responde a minha questão - Um menino da minha sala me empurrou. Eu o empurrei também, ele ficou com raiva e me deu um soco.
- Por que você não me falou antes, Helena? - pergunto, não contendo a raiva em minha voz.
- Eu falei para ele que se ele fizesse aquilo de novo, eu chamaria meu amigo lobo mau que acabaria com ele.
- Você fez isso?
- Fiz, ele ficou com medo e saiu - comenta sorrindo orgulhosa de si mesma.
- Fico feliz que você tenha se livrado dele, estou orgulhoso por não ter começado uma briga. - A abraço. - Não quero você brigando, isso pode machucá-la.
Ela encosta a cabeça em meu peito.
- Ameace, mas nunca ataque. Revidar apenas em último caso. E esse último caso nunca vai acontecer porque agora eu estou aqui e sempre vou te defender, Helena. Serei o seu lobo mau.
- Eu sei, e irei ser a conselheira, Chapeuzinho, por que é a minha vez de perguntar? - diz saindo do meu abraço.
Deito no gramado perto da lagoa, Helena deita em meu peito.
- Pode perguntar - sugiro sorrindo, ansioso por seus conselhos.
- Por que você quer ser meu amigo? - questiona colocando o queixo em meu peito e me olhando.
Acaricio seus cabelos e olho em seus olhos incríveis, e a respondo:
- Porque você é a pessoa mais incrível que já conheci.