Capítulo 1 DESABAFO

Isto não é algo que se possa contar a alguém...

Amigos irão julgar-te e mandarão fazer algo, que provavelmente já sabes e sabes o que é correto, mas que não queres...

Não sei se isso é amor, feitiço ou mera sensação de perda. Seja o que for, dói da mesma forma, mas não quero arrancar de mim.

Mas estás a falar com outra pessoa, de outra pessoa ou estás a falar de ti, ou de mim mesmo...

A verdade é que é, de tudo. É a forma como me sinto, olhando de fora de mim, mas sentindo dentro de mim...

Digo: maldita ou bendita a noite que decidi encontrar-me com ela... sim! Porque querer já quis outras e não me atrevi a dar o passo em frente... não sei, se pela pessoa ou alguma paixão do passado que guardei dentro de mim e que andou a vaguear aqui dentro..., mas definitivamente lembrava-me alguém e definitivamente a queria muito..., mas ver de longe já estava bom... o suficiente... até já me viu a admirando, mas se a calhar, nem percebeu o meu desejo. Também, eram tantos olhos de desejo sobre ela que podia notar, que para ela talvez apenas fosse mais um, ou simplesmente, aprendeu a passar ao lado sem notar, ou simplesmente dar "trela".

Então começou o jogo, queria saber mais sobre ela e o porquê de tamanha atração e não é que descobri? Era coincidência demais... e no dia que pisei naquela sala, sabia que nós iríamos aproximarmos-nos...

Um telefone maroto, como quem não queria nada, dava-me um palpite tremendo de que ela iria entrar em contacto... a 1ª a 2ª mensagem, não me trouxe nada... nem sequer era dela a 1ª dela era como quem quisesse se aproximar, mas estava com as mesmas incertezas...

O que vinha a seguir era acreditar ou não acreditar para seguir. Então, várias dúvidas começaram a pairar... ela chegou demasiado rápido... vasculhar ali e acolá, deixou-me com uma ponta de querer e de pena. Ela tinha se engravidado demasiado cedo, alguém sem muita confiança em si mesmo, cuja mãe a havia deixado com a irmã mais nova, para tentar outras sortes na vida... a família não era bem estruturada e claramente necessitava de uma orientação forte, pois, pelas circunstâncias da vida, tinha um certo risco de se perder.

O que não sabia era que ela já estava perdida...