Legado de Lua e Sangue
img img Legado de Lua e Sangue img Capítulo 5 Amor e sacrifício proibidos
5
Capítulo 6 Xaqui e seu Destino img
Capítulo 7 Aliança Perigosa - Plano de Extermínio img
Capítulo 8 Lutas Internas de Laura img
Capítulo 9 A Caçada Final img
Capítulo 10 Confronto com Brel img
Capítulo 11 Trégua e aceitação img
Capítulo 12 Laura Abraça Seu Destino img
Capítulo 13 Nova ameaça img
Capítulo 14 O retorno da lua vermelha img
Capítulo 15 A sombra do passado img
Capítulo 16 Novo Conflito: A Aliança Rompida img
Capítulo 17 Os Escuros: A Ameaça Silenciosa img
Capítulo 18 A Rebelião Interna img
Capítulo 19 A Encruzilhada da Aliança img
Capítulo 20 Uma Traição Próxima img
Capítulo 21 A Decisão de Laura img
Capítulo 22 A Conversa Decisiva img
Capítulo 23 A Profecia Oculta img
img
  /  1
img

Capítulo 5 Amor e sacrifício proibidos

As sombras da noite se erguiam como um manto denso sobre a lembrança, enquanto a voz de Aurora ressoava nos cantos mais escuros de sua alma. Ao longe, nas profundezas de seus pensamentos, um amor que já não existia, um amor que a sociedade havia arrancado com mãos frias e impiedosas, começava a reviver.

Naquele jardim oculto, Aurora e Elio costumavam se encontrar a sós, longe dos olhos vigilantes do Conselho. O vento acariciava seus rostos, mas não era suficiente para dissipar a tensão em seus corações. Elio, com seu olhar intenso e risada contagiante, tomava a mão de Aurora como se fosse a única coisa que fizesse sentido no mundo.

- Não há nada neste mundo que possa nos separar, Aurora - disse com voz suave, mas firme.

Aurora o olhava, com uma mistura de tristeza e esperança. Sabia que o tempo estava escapando, que cada encontro furtivo era um passo mais perto da condenação, mas o amor que sentia por Elio não era algo que pudessem controlar. Ele havia sido seu refúgio em um mundo cheio de regras e proibições, um mundo que não entendia o que eles compartilhavam.

- Eu sei, Elio. Mas... e o Conselho? Eles nunca permitirão que fiquemos juntos.

A palavra "Conselho" era o suficiente para gelar o ambiente. Uma entidade de poder absoluto que regia a vida de todos, decidindo o que era certo e o que não era. O amor entre pessoas de diferentes rangos ou crenças era proibido. Aqueles que desafiavam seu mandato não viviam para contar a história.

Nesse instante, o som de passos apressados interrompeu o momento tranquilo. A figura de um mensageiro apareceu no limiar do jardim, com o rosto pálido, como se já soubesse o que iria dizer.

- O Conselho... - murmurou o homem, tremendo -, tomou sua decisão. Vocês devem se separar, agora.

Elio, inicialmente surpreso, apertou os punhos com raiva. Não podia acreditar que, depois de tudo o que haviam vivido, tudo o que haviam compartilhado, o Conselho tivesse o poder de arrancar-lhes a felicidade. Aurora, no entanto, entendeu o que isso significava. Sabia que a decisão já havia sido tomada e que fugir não era uma opção.

A condenação foi imediata.

Elio foi preso, e Aurora foi levada pelos próprios medos, que a haviam perseguido por toda sua vida, até o seu mais profundo vazio. O julgamento foi rápido, e embora as evidências fossem tão claras quanto as estrelas em uma noite escura, não houve compaixão nem indulgência. O Conselho não aceitava os erros de seus súditos; Elio era um exemplo que deveria servir de advertência para os outros.

O dia da execução chegou como um pesadelo, e Aurora, com o coração partido, foi obrigada a ser testemunha da morte de Elio. A multidão observava em silêncio, e enquanto Elio era arrastado para seu destino, Aurora pôde ver em seus olhos a serenidade de quem aceitava seu destino sem hesitação.

- Eu te amo, Aurora... para sempre... - disse Elio com um sorriso triste, e embora suas palavras fossem quase um sussurro, chegaram até ela como um golpe mortal.

O aço da espada caiu, e o corpo de Elio desabou sem vida. Aurora, incapaz de suportar o peso de sua perda, deixou escapar um grito de dor tão profundo que a terra pareceu tremer sob seus pés. Nesse instante, se desfez qualquer esperança de justiça em seu mundo, e o vazio tomou conta de seu ser.

A Desaparição de Aurora

Ninguém sabia com certeza o que aconteceu com ela depois daquele dia. Alguns diziam que ela havia fugido para a floresta, buscando refúgio em algum lugar onde seu amor com Elio pudesse viver sem as correntes da opressão. Outros sussurravam que sua alma, tão quebrada pela tragédia, se dissolvera no ar, deixando para trás apenas o eco de seu sofrimento. O único que se sabia era que ela desapareceu da vista de todos, como se o próprio universo tivesse decidido ocultá-la, como se o Conselho tivesse conseguido apagar sua existência completamente.

O Conselho, triunfante, declarou que Aurora havia caído vítima de seu próprio destino, culpada por desafiar as leis. Mas as histórias, os sussurros entre os que ainda se lembravam, mantinham viva a chama de seu amor, mesmo que fosse um amor perdido no tempo.

Anos depois, a memória de Elio e Aurora perdurou na clandestinidade. Aqueles que ainda ousavam falar sobre eles, o faziam em sussurros, temendo o olhar vigilante do Conselho. Alguns diziam que Elio havia sido um mártir, um símbolo daqueles que se sacrificam por um amor que nunca poderia florescer em liberdade. E que Aurora, se estivesse viva, continuaria buscando uma maneira de devolver a justiça a um amor que foi interrompido pela crueldade de um sistema que não soubera compreendê-lo.

As cicatrizes desse sacrifício continuariam, para sempre, marcando aqueles que haviam sido testemunhas de um amor proibido. Um amor que, apesar da condenação, continuaria brilhando na escuridão, como uma estrela que nunca se apaga.

                         

COPYRIGHT(©) 2022