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A lua estava em sua fase minguante, um crescente fino que parecia cortar o céu como uma lâmina prateada. Selene sentia a energia da lua mais fraca agora, mas ainda assim pulsante, como um coração batendo em um ritmo lento e constante. Ela estava na clareira novamente, desta vez sozinha, esperando por Dario.
Os encontros secretos com o lobisomem haviam se tornado uma parte regular de sua rotina, e cada vez que eles se viam, Selene sentia que estava mais perto de descobrir a verdade por trás da maldição. Mas, ao mesmo tempo, o risco de ser descoberta aumentava. Ela sabia que não podia continuar assim para sempre.
Quando Dario finalmente apareceu, ele parecia tenso, seus olhos dourados brilhando com uma intensidade que fez Selene estremecer.
"Algo aconteceu", disse ele, sem rodeios.
Selene sentiu um frio percorrer sua espinha. "O que foi?"
Dario olhou para ela, sua expressão séria. "A matilha está planejando algo grande. Algo que pode destruir Lunaria de uma vez por todas."
Selene engoliu em seco. "O que eles estão planejando?"
Dario hesitou, como se não quisesse dizer, mas finalmente respondeu: "Eles encontraram um artefato antigo, uma relíquia que supostamente pode quebrar a maldição. Mas o preço é alto. Ele exige um sacrifício... um sacrifício de sangue."
Selene sentiu um nó se formar em seu estômago. "O que você quer dizer com sacrifício de sangue?"
Dario olhou para ela, seus olhos cheios de dor. "Eles planejam sacrificar uma bruxa. Eles acreditam que o sangue de uma bruxa, combinado com o poder do artefato, pode quebrar a maldição de uma vez por todas."
Selene sentiu o chão desaparecer sob seus pés. Ela sabia que a matilha era perigosa, mas isso... isso era algo completamente diferente.
"Você sabe quem eles planejam sacrificar?" perguntou ela, sua voz quase um sussurro.
Dario olhou para ela, e a resposta estava em seus olhos antes mesmo que ele dissesse algo.
"Você", disse ele finalmente.
Selene sentiu um frio percorrer todo o seu corpo. Ela sabia que era a última de sua linhagem, a mais poderosa das bruxas de Lunaria. Fazia sentido que a matilha a visse como o sacrifício perfeito.
"O que vamos fazer?" perguntou ela, sua mente girando com possibilidades.
Dario deu um passo à frente, sua presença imponente, mas reconfortante. "Nós vamos pará-los", disse ele. "Mas para isso, precisamos encontrar o artefato antes que eles o usem."
Selene olhou para ele, sentindo uma mistura de medo e determinação. "Onde está o artefato?"
Dario hesitou por um momento, como se não quisesse dizer, mas finalmente respondeu: "Ele está escondido em um lugar chamado Caverna da Lua Negra. É um lugar perigoso, cheio de armadilhas e criaturas que não perdoam. Mas se conseguirmos chegar lá primeiro, podemos impedi-los."
Selene sentiu um frio percorrer sua espinha. Ela já ouvira falar da Caverna da Lua Negra, um lugar proibido, cheio de mistérios e perigos. Mas ela sabia que não tinha escolha.
"Está bem", disse ela finalmente. "Nós vamos."
A jornada até a Caverna da Lua Negra foi longa e árdua. A floresta parecia mais densa do que o normal, como se estivesse tentando impedi-los de chegar ao seu destino. Selene e Dario caminhavam em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos.
Enquanto caminhavam, Selene não pôde deixar de se perguntar o que estava fazendo. Ela estava arriscando tudo por um lobisomem, alguém que deveria ser seu inimigo. Mas, ao mesmo tempo, ela sabia que não podia simplesmente ignorar o que estava acontecendo.
"Por que você está fazendo isso?" perguntou ela finalmente, quebrando o silêncio.
Dario olhou para ela, seus olhos dourados brilhando com uma intensidade que fez Selene estremecer. "Porque eu acredito que há uma maneira de acabar com isso sem mais sangue derramado", disse ele. "E porque... eu me importo com você."
Selene sentiu um calor estranho em seu peito. Ela não sabia o que dizer, então simplesmente assentiu e continuou caminhando.
Quando finalmente chegaram à Caverna da Lua Negra, Selene sentiu um frio percorrer todo o seu corpo. A entrada da caverna era escura e sinistra, com uma aura de perigo que parecia emanar de suas profundezas.
"Está pronta?" perguntou Dario, sua voz grave.
Selene olhou para ele, sentindo uma mistura de medo e determinação. "Estou."
Eles entraram na caverna, a escuridão engolindo-os como um abismo. A caverna era fria e úmida, com paredes de pedra que pareciam sussurrar segredos antigos. Selene acendeu uma pequena chama em sua mão, iluminando o caminho à frente.
Enquanto avançavam, eles encontraram várias armadilhas e obstáculos, mas trabalharam juntos para superá-los. Selene usou sua magia para desativar as armadilhas, enquanto Dario usou sua força e agilidade para proteger os dois.
Finalmente, eles chegaram ao coração da caverna, onde o artefato estava guardado. Era um objeto pequeno e simples, uma pedra negra com runas antigas gravadas em sua superfície. Mas Selene podia sentir o poder que emanava dele, uma energia sombria e perigosa.
"É isso", disse Dario, sua voz grave. "O artefato que pode quebrar a maldição."
Selene olhou para ele, sentindo uma mistura de medo e esperança. "O que vamos fazer com ele?"
Dario hesitou por um momento, como se não soubesse a resposta. Finalmente, ele disse: "Nós vamos destruí-lo. Se a matilha não puder usá-lo, eles não terão escolha a não ser parar."
Selene assentiu, sentindo uma onda de alívio. Mas, antes que eles pudessem fazer qualquer coisa, ouviram um som atrás deles.
Era a matilha.