Capítulo 8 Capítulo 8

Neste instante, Lucia olhou para Alonso.

Seus olhares se encontraram.

Talvez aquilo tenha durado apenas um segundo.

Os dois desviaram o olhar ao mesmo tempo.

Em seguida, Alonso encarou o anfitrião. "Apresse-se e bata esse martelo!"

O anfitrião também parecia assistir um espetáculo até ouvir isso. Então, ele rapidamente voltou a si: "Trinta milhões, dou-lhe uma..."

"Trinta milhões, dou-lhe duas..."

"Trinta milhões, dou-lhe três..."

"E vendido! Parabéns, Sr. Alonso Callen!"

A plateia aplaudiu imediatamente.

Depois de subir ao palco, Alonso pegou a joia na frente de todos.

A safira havia sido colocada em uma caixinha de joias feita de vidro bastante requintada. Sob a luz dos refletores, o brilho azulado da pedra preciosa parecia ainda mais intenso, o que fez com que muitas pessoas desejassem vê-la mais de perto.

Ao descer do palco, Alonso se aproximou de Lucia e seu noivo.

Kelvin não pôde deixar de franzir um pouco a testa.

Ele provavelmente achou que Alonso queria se exibir.

Mas para a sua surpresa, ele entregou a joia para Lucia. "Quero dá-la a você."

Todos os presentes ficaram chocados.

Diziam por aí que Alonso era um louco que nunca jogava conforme as regras. Agora, eles finalmente eram testemunhas disso.

Neste momento, Lucia encarou Alonso.

"Não gostou?" Ele a perguntou.

Embora suas palavras parecessem claras, havia uma certa ambiguidade nelas.

O coração de Lucia disparou.

"Ela não irá..." Kelvin não teve a chance de concluir suas palavras.

Alonso simplesmente colocou a caixinha de joias nas mãos de Lucia.

E ela a pegou.

Em vez de recusar, ela aceitou o presente.

Kelvin encarou sua noiva, incrédulo.

Lucia, então, disse: "Como você insiste tanto, Sr. Callen, não posso recusar."

Alonso sorriu ao ouvir isso.

Seu sorriso malicioso era capaz de seduzir qualquer mulher.

Olhando para Kelvin, ele afirmou: "É isso. Um cavalheiro de verdade não deve ficar com o amor dos outros."

Ele zombou do rival por suas palavras hipócritas de antes.

Kelvin ficou bastante constrangido.

"Estou indo embora." Alonso ainda o encarava.

No entanto, Lucia sentiu que suas palavras eram direcionadas a ela.

Assim que ele partiu, ela olhou para as suas costas.

Ela precisava admitir que, embora Alonso tivesse sido muito arrogante esta noite, ele tinha uma aura poderosa.

Será que era assim que ele conquistava as mulheres?

"Desde quando Alonso é tão bonito?" Melanie, que sempre foi um pouco franca demais, não pôde deixar de admitir em voz alta.

Depois de ouvir isso...

Kelvin ficou ainda mais envergonhado.

Lucia sorriu discretamente.

Kelvin sempre se orgulhou de ser diferente dos herdeiros de outras famílias ricas. Ele não só era cheio de si, como se achava muito superior. Ele menospreza a todos.

Mas a verdade era que o restante do mundo também tinha uma opinião elevada sobre Kelvin. Dizia-se que pessoas geniais como ele eram raras em Parkland. Sua origem familiar e suas habilidades era tão incríveis que todos morriam de inveja dele.

Mais tarde, Lucia descobriu que essas opiniões externas haviam sido compradas para ele por sua família. Kelvin cresceu e foi criado em um ambiente cheio de mentiras. Contudo, ele levou tudo isso tão a sério que acabou acreditando que era mesmo superior aos outros.

Não à toa, após ser insultado por Alonso, ele ficou bastante chateado.

Melanie também pareceu ter percebido que falou demais na hora errada.

Molhando os lábios, ela avisou: "Lucia, está ficando tarde. É melhor eu voltar para a casa agora."

Lucia assentiu. "Volte com cuidado."

"Tá."

Então, Melanie foi embora.

Ao final da festa, todos começaram a partir um após o outro.

Kelvin, por sua vez, engoliu sua frustração e se ofereceu para levar Lucia de volta para a casa.

No carro, os dois permaneceram em silêncio.

Sem querer falar nada, Lucia apenas observou a safira em suas mãos. Se intencionalmente ou não, era difícil dizer.

Kelvin também não disse uma palavra. Era evidente o quão furioso ele estava.

Ele já podia imaginar o que a mídia diria dele amanhã!

Quanto mais Kelvin pensava nisso, mais irritado ele ficava. Ao olhar para Lucia, ele questionou em um tom de desagrado: "Como você pôde aceitar algo dele?"

As palavras "e me envergonhar" provavelmente foram reprimidas por ele.

Lucia o respondeu: "O aniversário da minha mãe está chegando e ela gostou desta safira. Vou dar a ela."

"Mesmo assim..."

"Eu queria arrematar a joia eu mesma", Lucia o interrompeu. "Mas você me impediu."

De repente, Kelvin ficou sem palavras.

Aparentemente, ele havia deduzido que Lucia queria que ele pagasse pela safira.

Ela prosseguiu indiferentemente: "Antes de ir à festa, disse ao meu pai que queria comprar esta joia e dá-la para minha mãe. Queria fazer uma surpresa para ela e ele concordou. Ele não me deu um limite para gastar."

Kelvin ficou um pouco envergonhado quando ouviu isso.

Depois de um tempo, ele disse: "Eu também, mas tive medo de que aquela ovelha negra do Alonso estivesse armando para você. Por isso, eu a impedi de continuar."

Lucia decidiu não desmascarar sua mentira por enquanto.

Em vez disso, ela comentou: "Como Alonso não se importa, não faz mal eu aceitar o presente."

"Um presente daquela ovelha negra..."

"Kelvin, você nunca foi de insultar os outros antes. Por que mudou agora?" Lucia questionou com um olhar inocente.

Ele ficou ligeiramente atordoado.

"Você não parou de chamar Alonso de ovelha negra a noite toda. Isso me fez me sentir um pouco estranha. Nunca pensei que você diria uma coisa dessas." Lucia parecia bastante desapontada.

Kelvin rapidamente explicou: "Fiquei um pouco irritado porque ele fez questão de me provocar esta noite, mas se você não gosta que eu o chame assim, não farei mais isso, tá?"

Lucia assentiu.

Apesar de estar com muita raiva, Kelvin não teve escolha a não ser reprimir esse sentimento por causa das palavras de Lucia.

Ela, por sua vez, riu consigo mesma.

'Prefere ser um hipócrita agora?'

Ela o deixaria ser um hipócrita pelo resto da vida se dependesse dela.

...

Finalmente, Kelvin deixou Lucia na mansão da família Balstone.

No segundo em que ela saiu do carro e estava prestes a atravessar os portões, uma voz repentina chegou aos seus ouvidos.

"Srta. Balstone!" Lucia levou um susto tão grande que quase gritou por socorro.

Furiosa, ela olhou para o homem encostado na parede sob o poste de luz com os braços cruzados.

"Você sempre aparece furtivamente nos lugares?" Lucia indagou mal-humorada.

"Não é assim que as pessoas fazem quando estão tendo um caso?"

"E quem aqui está tendo um caso com você?" Lucia tinha a sensação de que não havia um jeito educado de se lidar com esse cara.

"Eu pensei que você, Srta. Balstone, tinha me pedido para roubá-la no dia do seu casamento porque queria tirar uma casquinha de mim."

Subitamente, ela sentiu uma enorme vontade de espancá-lo até a morte com um pedaço de pau.

"Já que você não está interessada nisso, devolva-me o cartão!" Alonso mudou de assunto.

Lucia respirou fundo, tentando manter a calma antes de dizer: "Espere por mim aqui."

Alonso anuiu ligeiramente.

Então, Lucia entrou em casa, buscou o cartão e desceu outra vez para devolvê-lo a Alonso.

Depois de pegar o cartão de volta, ele se virou para ir embora, mas Lucia o deteve.

"Vou transferir o dinheiro da safira para você mais tarde."

"Não há necessidade", respondeu ele. "Só estou fingindo. Essa pequena quantia não me fará a menor falta."

Ele era uma pessoa tão estranha!

Se ele não se importava com o dinheiro gasto, por que insistiu que ela devolvesse o cartão?

"Boa noite, Srta. Balstone." Alonso entrou em seu carro vermelho esportivo e foi embora.

Ela não conseguia entendê-lo muito bem.

No entanto, ela sempre teve a sensação de que... Alonso escondia sua verdadeira natureza.

Será que era uma ilusão?

Não.

Alonso realmente escondia seu verdadeiro eu muito bem.

Neste momento, o homem misterioso dirigia enquanto olhava com interesse o cartão entre seus dedos. Pela expressão em seu rosto, era difícil dizer no que ele estava pensando.

Ao se lembrar de algo, ele conectou seu celular ao Bluetooth do carro e fez uma ligação. "Nixon."

"Ambrose Cais está de volta ao país."

"Sim", respondeu Alonso.

Ele registrou a informação.

"E eu ouvi dizer que você gastou 30 milhões no leilão desta noite para presentear a noiva de outro..." Nixon não pôde deixar de fofocar.

Os cantos da boca de Alonso se ergueram em um sorriso. "Sim, estou apaixonado."

Nixon ficou chocado.

Parecia que ele tinha ouvido a piada do século.

Um homem que nunca gostou de se aproximar das mulheres estava apaixonado.

Era como se... só ele soubesse o que era se apaixonar.

Caramba!

Ele demonstrou seu afeto em público!