Capítulo 2 Gustavo

Capítulo 1 - O Início de Tudo

Eu nunca precisei de muito para ser feliz. Desde que conheci Bianca, minha vida tomou um rumo diferente, como se finalmente eu tivesse encontrado meu lugar no mundo. Nosso casamento foi simples, mas cheio de amor. Lembro-me do brilho nos olhos dela quando dissemos "sim", da forma como ela apertou minha mão, como se prometesse que estaríamos juntos em todas as dificuldades que a vida nos trouxesse.

Nosso amor se fortaleceu ainda mais com a chegada de Enzo. Quando descobri que seria pai, senti uma mistura de emoções: medo, ansiedade, mas, acima de tudo, uma felicidade indescritível. Cada ultrassom era uma nova descoberta, cada movimento dentro do ventre de Bianca me fazia perceber que minha vida estava mudando para algo ainda maior. Quando Enzo nasceu, chorei ao segurar aquele pequeno ser nos meus braços. Ele era a prova do nosso amor, do nosso futuro.

Os dias eram simples, mas perfeitos. Chegar em casa depois do trabalho e ver Bianca embalando Enzo para dormir era a melhor parte do meu dia. Aos poucos, ele foi crescendo, aprendendo a falar, a correr pela casa, enchendo nosso lar com suas risadas. Agora, com um ano, ele era uma verdadeira fonte de alegria e bagunça.

- Papai! - ele balbuciou, vindo em minha direção com passinhos desajeitados.

Abaixei-me e o peguei no colo, girando no ar enquanto ele gargalhava alto. Bianca, sentada no sofá, sorriu ao nos ver.

- Você vai mimar esse menino, Gustavo - disse, cruzando os braços com fingida seriedade.

- Eu? Imagina! - brinquei, jogando Enzo para cima de leve e pegando-o de novo. - Ele merece todo o mimo do mundo, não é, filhão?

Ele riu, abraçando meu pescoço com força. Bianca veio até nós e passou a mão pelos cabelos macios de Enzo.

- Ele tem seu sorriso, sabia? - ela disse, me olhando de lado.

- Espero que tenha minha inteligência também - provoquei, arrancando um olhar divertido dela.

- Presunçoso!

Nos sentamos no chão e Enzo começou a brincar com seus brinquedos espalhados, enquanto Bianca se encostava em mim. Falamos sobre o futuro, sobre os sonhos que tínhamos para nosso filho. Planejamos viagens, festas de aniversário, o primeiro dia de escola. Eu sentia que o mundo estava a nossos pés.

Mais tarde, naquela mesma noite, Caio veio me visitar. Sentamos na varanda, cada um com uma cerveja na mão, enquanto Enzo dormia no quarto ao lado e Bianca terminava de organizar algumas coisas.

- Cara, eu queria te agradecer por tudo - disse, olhando para meu amigo. - Por estar sempre comigo, por ser padrinho do Enzo. Você faz parte da nossa família, Caio.

Ele sorriu, balançando a cabeça.

- Eu que tenho que agradecer, Gustavo. Você tem uma família incrível. Bianca é uma mulher maravilhosa, e o Enzo... esse moleque é especial. Sinto orgulho de ser padrinho dele.

Eu tomei um gole da cerveja, encarando o céu estrelado.

- Eu sou um cara de sorte, Caio. Não preciso de mais nada. Tenho a Bianca, o Enzo, você como meu melhor amigo. A vida não poderia ser melhor.

Caio sorriu, mas por um breve momento, vi um brilho estranho em seu olhar. Algo que não consegui decifrar. Mas, naquele momento, eu estava feliz demais para me preocupar.

- E esse seu projeto, hein? - ele perguntou, mudando de assunto. - Vai mesmo seguir em frente?

Assenti, animado.

- Sim. Quero expandir os negócios, buscar mais estabilidade. Eu e Bianca temos grandes planos para o futuro. Quero que o Enzo tenha tudo do bom e do melhor, que ele nunca precise passar por dificuldades.

Caio tamborilou os dedos na garrafa, pensativo.

- E Bianca? O que ela acha disso?

- Ela me apoia completamente. Confia em mim. Somos um time, sabe? Tudo que faço, penso nela e no Enzo primeiro.

Ele riu de leve e deu um gole na cerveja.

- Vocês sempre foram assim, desde o começo. Um casal perfeito.

Sorri, sentindo um calor no peito.

- Não digo que somos perfeitos, mas somos felizes. E isso basta.

Ficamos em silêncio por um momento, apenas aproveitando a tranquilidade da noite.

- Gustavo, eu queria te dizer... - Caio hesitou. - Esquece. É besteira.

- Fala, cara. O que foi?

Ele soltou um suspiro e sacudiu a cabeça.

- Nada, esquece. Acho que tomei cerveja demais.

Rimos juntos e seguimos conversando sobre outras coisas. Falamos sobre o passado, sobre os tempos de faculdade, as aventuras que tivemos, os sonhos que compartilhamos. Eu confiava em Caio como a um irmão. Nada naquele momento me faria imaginar que um dia ele poderia me trair.

Naquela noite, deitei na cama ao lado de Bianca e a abracei, sentindo o cheiro suave de seus cabelos.

- Eu te amo, Bianca. Mais do que qualquer coisa.

Ela sorriu sonolenta e sussurrou de volta:

- Eu também te amo, Gustavo. Para sempre.

E eu acreditei nisso com todo o meu coração.

Enquanto o sono vinha, minha mente vagava pelos planos que tinha para o futuro. Eu queria crescer profissionalmente, proporcionar uma vida cada vez melhor para minha família. Eu não sabia o que o destino me reservava, mas tinha certeza de que com Bianca e Enzo ao meu lado, nada poderia me deter. O mundo era nosso, e eu estava pronto para conquistá-lo.

            
            

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