O homem de cabelos pretos avança em sua direção enquanto as pessoas ao seu lado se afastam, ele logo se junta a Vittorio e Vittorio aperta sua mão com prazer. Típico dele e de todas as quartas-feiras.
Meu grande amigo Antonio Garibaldi, é bom tê-lo aqui.
-Você sabe por que eu vim, Vittorio.
-Sim, sim, eu sei..." -O loiro acena com a cabeça, sorrindo. -"Vamos nos sentar na sala VIP, ficaremos mais confortáveis lá.
Antonio segue o caminho habitual seguido por Vittorio, visualiza uma mesa longe de tudo e se senta.
-Você não quer ver o show hoje à noite? -Vittorio lhe diz quando vê que ele está sentado longe da varanda.
-Não estou aqui para esses eventos estúpidos, estou aqui apenas para trabalhar e depois vou embora daqui, Vittorio. Não me faça perder a porra da paciência.
O homem loiro vai embora, arruma seu terno... havia dias em que não dava para saber em que tipo de humor Antonio estava, aparentemente naquela noite ele não estava no melhor dos humores.
-Certo, bem, vamos falar de negócios.
-Os carros que lhe pedi não foram entregues, por quê?
-Calme-se, Antonio, não é tão fácil conseguir esses modelos que você está pedindo. São carros de luxo, exclusivos, e roubá-los tem se mostrado uma tarefa complicada.
Antonio olha para Vittorio com olhos ameaçadores e ele imediatamente fica pálido. Ele o ouve engolir em seco, e é então que volta a olhar para sua bebida.
-A última pessoa que foi ruim para mim em uma entrega apareceu no noticiário, Vittorio. Não acho que você queira que isso aconteça com você ou que sua maldita loja de prostitutas pegue fogo com todos eles lá dentro.
-Espere... -o loiro sorri nervosamente -Relaxe, eu prometi encontrar todos esses carros, você os terá, até o final desta semana você os terá.
-A entrega era para hoje.
O CEO olha para Vittorio com o canto do olho, e isso fez com que uma gota de suor surgisse na testa do loiro. Ele sorri nervosamente e acena com a cabeça.
-Sim, sim, eu...", -dou um tapinha em seus lábios, -"terei todos eles até o final da semana, sem mais atrasos.
Antonio toma sua bebida de um só gole e coloca o copo de cristal na mesa enquanto o observa.
-Se eu não tiver os carros até sábado, pode ter certeza de que sua casa vai desmoronar, suas putas serão dadas a todos os meus rapazes como recompensa pelo trabalho deles e você e suas bolas de merda serão cozidas para os meus cachorros.
A mandíbula de Vittorio se retesa, ele se inclina para trás quando ouve essas ameaças, normalmente seu chefe nunca fazia ameaças sem pensar.
-Você vai receber seu pedido, com certeza.
-Tenho certeza que sim..." -Ele se levanta rapidamente quando Vittorio o impede.
-Espere, Antonio, antes de ir, tenho um presente para você. Pelas idiotices que cometi, quero recompensá-lo.
Nesse momento, várias mulheres seminuas entram na sala VIP, e o CEO de cabelos castanhos olha para todas elas de forma insignificante. Ele então se vira para olhar para Vittorio, que sorri e acena com a cabeça em sinal de entusiasmo. Uma das garotas se aproxima dele com a intenção de colocar as mãos sobre ele.
-Eu nunca dormi com nenhuma de suas prostitutas, o que a faz pensar que dormirei agora? -A jovem morena para e olha para o chefe com ar de dúvida.
Vittorio olha para seu chefe e depois para as garotas que estavam esperando um pedido dele.
-Elas são as melhores do lugar, trabalham duro e estão trabalhando desde que chegaram.
-Não quero suas malditas prostitutas.
-Eu entendo, cara, vamos lá... Tenho algo melhor para você.
Antonio franze a testa diante da insistência de Vittorio, às vezes ele se perguntava por que não lhe dava um tiro na cabeça e acabava com aquele chato.
-Garanto que você não vai se arrepender de nada, traga-a aqui", -ele ordenou a Isabella.
Em questão de minutos, Antonio já estava farto de esperar por sabe-se lá qual vagabunda, então ele bebe a outra bebida que tinha e se levanta.
-Sua surpresa me aborrece, Vittorio", -ele acende um cigarro e dá uma tragada. Quero os carros no sábado em meu galpão, se eles não chegarem a tempo, diga adeus ao seu clube de merda.
-Espere, ela...
E é aí que Isabella entra na sala arrastando alguém, Antonio olha para cima enquanto dá mais uma tragada no cigarro, aguçando o olhar devido à quantidade de fumaça que estava ao seu redor.
-Este é o meu presente para você, Antonio.
O CEO mantém seu olhar fixo na jovem que foi colocada diante dele, olhando-a de cima a baixo, percebendo que ela não se parece em nada com o resto das mulheres daquele lugar.
-Que diabos significa isso? Por que essa vadia não trocou de roupa? Ela está toda suja, Isabela", -Vittorio repreende a morena depois de ver a loira idiota mal vestida.
-Eu disse a ela para trocar de roupa.
-Você não está fazendo nada certo, mas vamos acertar as contas.
Bianca não olha para cima, ela estava tão assustada, era óbvio que estava sendo vendida para alguém e ela não queria ver quem era. Aquele era o seu fim, aquele lugar era uma espécie de antro para onde meninas como ela eram levadas para terem seus corpos abusados sexualmente.
E era isso que ia acontecer com ela, por isso perguntaram se ela era virgem. Aquele homem a estava comprando.
-Como você pode ver, ela não é como as outras", -Antonio olha para Vittorio. -Ela é virgem, ninguém a tocou desde que ela está aqui, é por isso que eu a guardei para você",- a loira sorri abertamente.
O CEO olha de volta para ela, dá outra tragada em seu cigarro e percebe que ela não olha para cima. Ele nunca havia se envolvido com uma das mulheres de Vittorio, na verdade, ele não gostava de prostitutas.
Mas ela...
Ele franze a testa, pois estava intrigado com ela. Olhe para suas roupas, ela devia ser muito pobre e necessitada para estar procurando um emprego na casa de Vittorio. Mas ela não parecia uma daquelas vadias.
-Olhe para cima",- Isabella murmura, e é aí que Bianca olha para cima.
Quando ela vê o homem diante dela, seus olhos se arregalam um pouco.
Antonio olha para os olhos da garota e congela, eles eram tão azuis quanto o céu. E o rosto daquela menina ingênua era muito atraente, ela realmente era como uma joia estranha. O CEO volta a fumar seu cigarro e solta a fumaça.
-Então é para mim? -Ele coloca o cigarro no cinzeiro.
-Todo seu..." - Vittorio a agarra pelo braço e a puxa com força para ele.
Assim que Bianca está a alguns centímetros de distância do homem, ela pode notar que seus olhos eram mais escuros do que a própria noite, realmente assustadores. E não era só ela que tinha medo dele, até o mesmo idiota que a empurrou para os braços do homem a assustava.
Antonio olha para baixo, ela era uma jovem muito baixa, seu cabelo loiro era muito longo, embora um pouco maltratado, e aqueles lábios cheios eram bastante tentadores e provocantes. O CEO lambe os lábios e finge colocar a mão na bochecha dela.
Mas, nesse momento, ele percebe que uma lágrima está prestes a surgir nos olhos dela, e isso o faz parar.
-Tenho um quarto especial para vocês dois, tenho certeza de que vão querer se divertir muito. Vou preparar champanhe para vocês dois e ....
-Cale a boca! -ele diz, olhando para a loira diante dele. Ela vai comigo.
-O quê?
Vittorio não esperava que seu chefe pedisse para levá-la embora, a verdade é que ele estava planejando ficar com ela. Depois que Antonio a usasse naquela noite, ela iria para a cama dele e, de lá, ele a deixaria para trabalhar no negócio, mas levá-la?
-Levá-la embora? Como assim, levá-la embora? Para onde? Se você a levar para um hotel, eu lhe disse que eles ficarão muito confortáveis aqui, ninguém os interromperá.
-Não vou transar com ela em sua espelunca imunda", -ele diz, ainda olhando para a loira, que não tira os olhos dele. -É um presente, não é? Nesse caso, eu a levo e você não se importa onde.
Isabella olha para seu chefe, depois para Bianca e, em seguida, para o cara que iria levá-la embora. As meninas lhe disseram que esse homem era muito ruim, sempre falava mal de todas elas, e disseram que Vittorio tinha muito medo dele.
A jovem morena sentiu pena da garota, certamente ela não passaria desta noite.
-Não, claro que não..." - Ela cerrou a mandíbula ao olhar para a loira, não gostava que Antonio a levasse, mas o que diabos ela poderia fazer?
O CEO olha para a garota que empalideceu de um momento para o outro, agarra-a pelo braço e a faz avançar ao mesmo tempo que ele.
Vittorio se afasta enquanto vê a melhor joia de sua bota sendo levada embora.
-Maldito seja, maldito Antonio!
[...]
Antonio caminha para a saída com aquela garota preguiçosa. Ele estava praticamente arrastando-a, mas não tinha intenção de soltá-la. Assim que chegam à saída, trazem seu carro imediatamente e ele caminha com a garota em direção a ele.
Ele finge colocá-la no carro, mas ela se recusa. Ele faz uma careta para ela.
-Entre", -ele ordena com uma voz rouca, e ela olha para ele e nega, enquanto o encara com ódio. A resposta dela o deixa fora de si. Entre na droga do carro.
Ela continua negando enquanto começa a chorar e não consegue suportar, sua mandíbula fica tensa a ponto de os ossos marcarem seu rosto. Ele abre a porta do carro abruptamente e, naquela fração de segundo, ela se afasta dele.
Mas não vai muito longe, pois ele a agarra pela cintura, envolvendo-a com os braços com força.
-Onde diabos você pensa que está indo?
Ele ouve como a mulher começa a chiar como uma garotinha enquanto se esforça para se libertar dele... Antonio levanta o corpo dela do chão e consegue facilmente colocá-la dentro do carro e acaba fechando a porta com uma única batida.
-Que diabos é isso?
Quando ele entra no carro, a loira pula em cima dele e começa a bater nele, mas ele consegue agarrar os pulsos dela para impedi-la de atacá-lo.
-Fique quieta, droga, você está me irritando!
-Deixe-me ir embora...", -ela diz em meio às lágrimas.
-Ah! Você sabe como falar? - ele diz ao mesmo tempo em que a coloca de volta em seu assento.
Mas aquela mulher não parava quieta, então ele não podia dirigir com ela toda histérica ao lado dele.
-Demônio...
Largue-me...
Ele sai do carro novamente, puxa a loira para fora do carro e abre o porta-malas. Ele a carrega com um braço e a leva para o banco de trás do carro.
Bianca, ao ver que ele iria carregá-la naquele porta-malas, fica tensa e mais intensa do que antes, ela sabia que não era certo entrar naquela atitude, mas se ia ser estuprada e depois assassinada, era melhor lutar até o fim e morrer com virtude.
-Não, seu miserável, me solte. Você é um brutamontes, não vale nada.
Antonio coloca o corpo na bota e suspira, sentindo seu sangue ferver naquele exato momento. Ele aperta as mãos no banco de trás do carro enquanto ouve aquela loira insultá-lo até a morte.
Ela não parecia tão agressiva lá dentro, mas assim que eles saíram ela se transformou em outra pessoa. Por outro lado, ainda havia tempo para deixá-la com Vittorio e deixá-lo fazer o que quisesse com ela.
Mas... Por que ele não queria isso?