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Mia seguiu John através do salão, com Cassandra logo atrás. Os convidados pareciam observá-las com curiosidade enquanto se dirigiam a uma sala reservada nos fundos do evento. Quando a porta se fechou, o barulho da festa ficou abafado.
Dentro da sala, dois homens aguardavam. Mia reconheceu imediatamente os advogados importantes que já havia visto na empresa. Mas foi o terceiro homem que fez seu coração acelerar.
Edward Hartwell.
Ele estava sentado à mesa, vestindo um smoking perfeito que destacava seus ombros largos. Seu cabelo loiro parecia quase prateado sob a luz, e seus olhos claros passaram por ela como se ela fosse invisível antes de se fixarem em John.
"Trouxe quem eu pedi?", Edward perguntou. Sua voz era calma, mas carregava uma autoridade inquestionável.
John apresentou Mia e Cassandra. "Elas conhecem os detalhes do contrato melhor que ninguém."
Um dos advogados empurrou uma pasta em direção às mulheres. "Precisamos ajustar a cláusula 12-B e a seção de confidencialidade. Temos vinte minutos."
Mia e Cassandra trabalharam rapidamente. O contrato era complexo, mas Mia estava acostumada com documentos desse tipo. Em quinze minutos, tudo estava revisado.
John pegou os papéis. "Excelente trabalho."
Os advogados saíram primeiro, seguidos por John e Cassandra. Mia começou a juntar suas coisas quando percebeu que Edward ainda estava na sala.
"Sirva-me um whisky", ele disse, sem sequer olhar para ela.
Mia engoliu seco. Foi até o bar no canto da sala e serviu a bebida com mãos que tremiam levemente. Quando se virou para entregar o copo, Edward estava olhando diretamente para ela.
Seu coração pareceu parar.
Agora ele a observava com uma intensidade que a fez sentir exposta. Um sorriso lento apareceu em seus lábios - apenas um canto se erguendo, como se ela fosse uma piada particular que só ele entendia.
"Você é mais competente do que parecia."
Mia sentiu um calafrio. Não soou como um elogio, mas como um teste.
"Obrigada. Faço meu melhor."
Edward girou o copo, os olhos nunca deixando os dela.
"E o que mais você faria... se eu pedisse?"
A pergunta pairou no ar como uma ameaça velada. Mia estava prestes a responder quando a porta se abriu.
"Mia." Cassandra estava na entrada. "Precisamos revisar os números da licitação."
Edward bebeu um gole. "Não a monopolize, Cassandra. Ela pode voltar depois."
Cassandra não se mexeu. "O contrato é prioridade."
Houve um silêncio tenso antes de Edward concordar com um aceno.
No corredor, Cassandra puxou Mia para um canto.
"Cuidado", ela sussurrou. "Ele não é o que parece."
Antes que Mia pudesse perguntar mais, Cassandra já estava indo embora.
O resto do evento passou como um sonho. Mia mal prestou atenção nos leilões ou discursos. Só conseguia pensar naquele olhar penetrante.
Às duas da manhã, John as levou para casa. Mia viu ele e Cassandra conversando sério antes de partirem.
Seu apartamento estava silencioso. Sophia não estava. Mia limpou a maquiagem mecanicamente e caiu na cama, exausta.
Mas o sono não veio.
Por trás de suas pálpebras fechadas, só conseguia ver aquele sorriso.
E a pergunta que ainda não sabia responder.