Capítulo 2 Entre o Prazer e o Pecado

Desde a noite da perseguição, algo dentro de Lila havia mudado. Algo sutil... mas irreversível. Não era apenas gratidão que queimava em sua pele quando ele olhava para Aroon e Thanom. Era algo mais sombrio. Mais visceral. Um desejo latente que deslizava como uma cobra quente entre suas costelas, fazendo-a se sentir viva, afiada, desejada.

Eu sabia que tinha que escolher. Pelo menos era o que a lógica dizia. Mas Lila nunca foi uma mulher lógica.

Porque quando Aroon olhou para ela com aqueles olhos cheios de travessura e promessas indecentes, tudo nela se inflamou. E quando Thanom a observou silenciosamente, com aquela intensidade que parecia conter um mundo inteiro prestes a explodir, ela sentiu algo profundo dentro dela ceder.

Naquela noite, quando ela fechou o café, ela os encontrou esperando por ela do lado de fora. Duas silhuetas sob o letreiro de neon que está morrendo. Duas forças opostas, perfeitamente equilibradas em sua atração pelo mesmo centro: ela.

A brisa quente de Cebu acariciava sua pele nua, mas o verdadeiro calor estava lá, bem na frente dela. Um com as mãos nos bolsos, o outro com o desejo pendurado num sorriso torto.

"Nós vamos te acompanhar até em casa", disse Thanom. Não foi uma oferta. Foi um aviso.

"Ou podemos ir comemorar", Aroon interrompeu, encostando-se na parede, sua voz rouca como rum barato e seu sorriso pronto para o pecado. Uma bebida, uma noite de dança... Eu sei que você quer.

Lila inclinou a cabeça, seus lábios se curvando levemente. Eu sabia que eles estavam brincando. Eles também sabiam disso. Mas o que os deixava loucos era que, naquele jogo, a única que estava no controle era ela.

Seu vestido de seda vermelha grudava em seu corpo como uma segunda pele, escorregando a cada passo, a cada volta, a cada intenção oculta. Ela mordeu o lábio inferior, saboreando o momento. Ele fingiu estar indeciso, mas já havia decidido. Ele só gostava de vê-los fazer um pedido antes de tocar.

Ele abordou Aroon primeiro. A mão fria dela repousava sobre o peito em chamas. Ele sentiu o músculo firme sob o tecido e se inclinou levemente, deixando sua respiração roçar o pescoço dela.

-Só se você me prometer que não vai tentar me monopolizar a noite toda...

Aroon deu uma risada baixa e deslizou as mãos até a cintura dela, puxando-a para frente descaradamente.

-Não prometo nada, querida. Mas eu posso fazer com que você não queira me deixar ir.

Antes que ele pudesse segurá-la completamente, Lila girou como uma onda suave e pegou a mão de Thanom. Seus dedos estavam mais frios. Mas a pegada, mais firme. Ela o puxou gentilmente, forçando-o a se aproximar.

"E você..." ele sussurrou, sua voz quase sem um fio de tentação, "vai deixar seu amigo roubar toda a minha atenção?"

Thanom não respondeu com palavras. Eu não precisava deles. Ele sustentou o olhar dela como se pudesse despi-la sem tocá-la. E então ele simplesmente disse:

-Você sabe que eu não permitiria.

Um arrepio percorreu sua espinha.

Eu estava brincando com fogo. E ele adorou.

O jogo começa

A boate no centro de Cebu vibrava como um coração à beira do colapso. Luzes de neon tingiam corpos suados de vermelho, azul e desejo. A música era uma pulsação selvagem. Uma linguagem sem palavras. Uma desculpa para chegar muito perto.

Lila era um turbilhão. Um eclipse entre duas luas. Ela se movia entre eles, dançando com Aroon, roçando em Thanom, respirando entre suas sombras como se tivesse sido feita para isso.

Aroon a pegou pela cintura, virou-a e puxou-a contra seu corpo com um sorriso que gritava pecado. A boca dele estava perto do ouvido dela, murmurando frases que a faziam rir... e queimar.

Thanom não dançava da mesma forma. Ele a seguiu de perto, com os olhos fixos, as mãos sempre prontas, o corpo contido como uma bomba não detonada. Quando a toquei, ela estava diferente. Não era um jogo. Era uma promessa.

Ela não pertencia a ninguém. Mas naquela noite eu tinha os dois.

E eu sabia disso.

O calor, os olhares, a tensão... cada segundo se esticava como uma corda fina prestes a se romper. Um jogo perigoso. Uma que Lila não queria ganhar. Continue jogando.

Quando a música parou e o clube começou a esvaziar, eles foram para fora. O mundo estava dormindo. Mas não o fazem.

Lila estava entre os dois. Aroon segurou uma das mãos dela. Thanom, o outro.

Foi simbólico. Foi poético. Era inevitável.

Seus lábios estavam entreabertos. Sua pele queimando. Seu vestido, úmido de suor e promessas. Seus olhos não pediam perdão. Eles pediram mais.

E eles, presos na rede, sabiam que se perder nela não era um erro.

Era o único destino possível.

            
            

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