MINHA PRECIOSA
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Capítulo 5 5

- O que foi, Paulo?

- Tinha uma moça no caminho, buzinei para ela sair da frente, senhor.

- O que ele disse? - Felipe perguntou exasperado.

- Tinha uma mulher no caminho e ele buzinou para ela sair da frente.

- Ah, sim! OH MY GOD! - Exclamou de repente quase gritando, assustando a mim e ao Paulo. - Edward olha que mulher gostosa. - Olhei para onde ele olhava, mas o carro já havia passado e eu não pude ver a tal mulher direito, só a silhueta e pelo traseiro é realmente gostosa. Porém, nada que eu não tenha visto.

O que não falta é uma mulher gostosa nesse país.

- Parece que nunca viu mulher. - Ironizei deixando de lado a nossa pequena discussão de agora a pouco.

- Você fala isso porque não viu a mulher que vi, parecia uma pantera-negra, deliciosa.

- Sei! - Digo enquanto Paulo estacionava o carro na vaga privativa.

- Senhor, fico te esperando?

- Não, vá para o hotel, ficarei por aqui mesmo.

- Certo!

- Nunca vi isso, as suas férias são sempre trabalhando, Dudu. - Reclama outra vez.

- Não me chame assim. Esbravejo. - Já disse que não estamos de férias.

- Você precisa esquecer o passado, só assim será feliz.

- E quem disse que eu não sou feliz, Felipe? - O questionei saindo do carro e ele faz o mesmo. - Sou o CEO de uma empresa forte e reconhecida no mercado.

- Estou falando de amor cara, chegar em casa e ser recebido por alguém. O que adianta você ter tudo isso e não ter ninguém para compartilhar? Para quem você deixará tudo isso se não tem ninguém.

- Deixarei para você. - Respondo impaciente. - Estou bem do jeito que estou, Felipe, pare de se meter em minha vida. Você deveria seguir o seu próprio conselho! - Ele me encara com as sobrancelhas erguidas em desafio às minhas palavras. - Vamos à gerência, quero falar com Cláudia antes de encontrar os rapazes. - Digo mudando de assunto. - Ele afirmou em silêncio.

- Encontrei alguém. - Estaquei no meio do caminho quando ouço as suas palavras ditas depois de um tempo em silêncio.

- Como assim?

- A conheci 3 meses atrás no aeroporto, quando voltava para New York.

- No aeroporto daqui ou lá?

- Daqui! Ela é brasileira, estava indo morar em New York, notei seu pavor e puxei conversa.

- E você está namorando ela?

- Não, ainda não, mas vou oficializar isso quando voltar, mas ela sabe que tenho interesse nela.

- Engraçado...

- O que tem graça?

- Você parece apaixonado por uma mulher que conheceu a pouco e fode com várias mulheres. Que amor.

- E quem disse que estou fodendo com várias mulheres?

- Você faz questão de vim para cá. -Digo o óbvio.

- Não consigo mais, não me sinto mais atraído, a menina que me acompanha, a Talita, ela só faz me ensinar o português, ou tentar. - Fico surpreso com suas palavras.

- E você está 90 dias sem sexo? - Ele afirmou. - Eu não consigo, sinceramente falando, eu não consigo.

- Porque você não encontrou a pessoa certa, cara.

- Hum! - Respondo-lhe não acreditando em suas palavras. Eu já amei, ele sabe disso, então não tem porque ele me dizer algo assim, sabendo que não quero mais um relacionamento. - Qual o nome dessa mulher, Felipe?

- Laís, como eu disse, ela é brasileira.

- Hum! Fico feliz por você Felipe, mas eu estou bem como estou. Agora vamos! - Ordenei deixando claro que a nossa conversa já havia terminado.

Chegamos em frente a sala da coordenação e gerência, estava para bater na porta, quando a assistente da Cláudia apareceu dizendo que a mesma estava em reunião e nos fez entrar na sala da coordenação.

Pareceu-me até uma piada, mas preferi não expressar meus pensamentos em voz alta, pois poderia soar como um preconceituoso.

- Vá chamar a sua chefe, quero falar com ela agora. - Exijo. Logo a mulher vai em busca de sua chefe com a face apavorada, enquanto Felipe resmungava sem parar.

Alguns minutos depois ela aparece com a cara mais lavada do mundo.

- Senhores! - Ela diz em um inglês quase fluente. __ Em quê posso ajudá-los?

Sério isso?

- Você não tem um palpite do porque estamos aqui? - Questionei ainda em pé. A sala é pequena e só a mesa de escritório disposta no canto esquerdo tomava quase todo o ambiente.

Odeio lugares apertados. Penso frustrado. Mas, adoro estar dentro de uma apertadinha, nesse caso as coisas mudam de figura. Volto a pensar escondendo o riso.

Felipe estava sentado à cadeira enfrente a mesa com seu olhar distante, como se estivesse pensado em algo, eu estava ao seu lado, Cláudia encostou-se a porta fechada e sua assistente provavelmente ficou do lado de fora.

- Eu já resolvi esse assunto, senhor Edward, a menina levou uma advertência.

- Deveria demiti-la.

- Eu não farei isso! - Rebate com o tom furioso, contido, mas notava-se a fúria. - A Luíza não teve culpa, aconteceu e não acontecerá mais.

- É bom que não aconteça mesmo, porque se acontecer, não voltarei mais aqui e nem meus clientes. __ Ela me fitou assustada, mas nada diz.

- Cláudia, os clientes chegaram? - Felipe perguntou talvez querendo aliviar a tensão da pequena sala que ficou pesada de repente.

- Sim, estão na sala privativa e como ordenado, as meninas estão entretendo a todos.

- Talita está hoje?

- Sim, está senhor Felipe.

- Ótimo!

- O senhor vai querer companhia hoje, senhor Edward?

- Vou sim, mas só depois da reunião.

- Alguma preferência?

- Uma que saiba fazer boquete direito já está de bom tamanho. - Respondo com sarcasmo e caminho em direção a porta. Ela se afasta me dando passagem. - Vamos Felipe!

- Vou acompanhá-los ao seu destino. - Ela diz abrindo a porta. Eu ia negar, mas Felipe foi mais rápido que eu.

- Agradecemos, minha cara. - Ele sorrir de forma sedutora a segurando pelo braço e fazendo a mesma corar, em seguida ele me olha entortando a boca me repreendendo com seu olhar como ele sempre faz quando sou grosseiro com alguém. Ignorei e andei apressadamente na frente dos dois.

Hoje não estou de modo a ser compreensivo com ninguém, às vezes é muito cansativo. Daqui a 3 dias volto para Santa Catarina.

Estou contando os dias para isso.

                         

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