O Tio da Minha Melhor Amiga
img img O Tio da Minha Melhor Amiga img Capítulo 2 O Amor Que Me Amaldiçoou
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Capítulo 6 Entre Sombras e Gritos img
Capítulo 7 O Abismo nos Olhos de Catarina img
Capítulo 8 O Grito Que Veio do Sonho img
Capítulo 9 Sobrevivendo img
Capítulo 10 Voltando Para Casa img
Capítulo 11 O Embate img
Capítulo 12 Malledeta img
Capítulo 13 As Cartas que Nunca Chegaram img
Capítulo 14 Cartas de Amor e Promessas Não Cumpridas img
Capítulo 15 As Verdades que Doem img
Capítulo 16 Onde Mora a Dor img
Capítulo 17 O Herdeiro Está de Volta img
Capítulo 18 Matando a Saudade img
Capítulo 19 Provocações img
Capítulo 20 Pegando Fogo img
Capítulo 21 Enlouquecendo img
Capítulo 22 Meu Corpo Grita de Desejo img
Capítulo 23 Concentração, como img
Capítulo 24 Jogadas Silenciosas e Biquínis Perigosos img
Capítulo 25 Lua Cheia e Tentação à Espreita img
Capítulo 26 Beijo de Boa Noite (ou Quase Isso) img
Capítulo 27 Desejo Ardente img
Capítulo 28 O Deus da Luxúria img
Capítulo 29 A Tatuagem img
Capítulo 30 E se img
Capítulo 31 Um ombro amigo img
Capítulo 32 Mulheres img
Capítulo 33 Oh Calor dos Infernos! img
Capítulo 34 Piscina, Sol e Provocações img
Capítulo 35 Ousadia img
Capítulo 36 Foi Por Pouco img
Capítulo 37 O Jogo Perigoso img
Capítulo 38 Conversa entre Homens Adultos... Só que Não! img
Capítulo 39 Cristopher img
Capítulo 40 Tô de olho em você! img
Capítulo 41 No limite img
Capítulo 42 A enviada do Capeta img
Capítulo 43 Hora de Provocar img
Capítulo 44 Provocando img
Capítulo 45 A Torre Malakoff img
Capítulo 46 Foi Por Pouco img
Capítulo 47 Me Faz Esquecer img
Capítulo 48 Sendo Irracional img
Capítulo 49 Como Irmãs img
Capítulo 50 Ciúmes img
Capítulo 51 Preciso Esquecer img
Capítulo 52 Ela Está Bem img
Capítulo 53 Boa Noite img
Capítulo 54 Queima, Mas Não Consome img
Capítulo 55 Heranças Queimadas e Segredos Não Esquecidos img
Capítulo 56 Provocações que Queimam img
Capítulo 57 Você está mexendo com fogo, garotinha. img
Capítulo 58 Quem Será img
Capítulo 59 Com Telespectador img
Capítulo 60 Minha Maldição Tem Nome e Corpo img
Capítulo 61 Provocações à Beira da Piscina img
Capítulo 62 Proibido, Delicioso e Perigoso img
Capítulo 63 Irritada img
Capítulo 64 Ela Não fez isso! img
Capítulo 65 Tá com ciúmes, Tio img
Capítulo 66 Sou Toda Sua img
Capítulo 67 Será que img
Capítulo 68 Foi Culpa da Bebida img
Capítulo 69 Quem disse que acabou img
Capítulo 70 Fantasmas do Passado img
Capítulo 71 O Amor que nunca morreu img
Capítulo 72 Socorrendo Um amigo img
Capítulo 73 Seguindo meus Instintos img
Capítulo 74 Não me Provoca Moleca img
Capítulo 75 Confidências Constrangedores img
Capítulo 76 Sou o dono da Porra toda img
Capítulo 77 Me Preparando Para a Batalha img
Capítulo 78 A Fúria de Um Líder img
Capítulo 79 A Rainha Não se Cala img
Capítulo 80 Segredos, Silêncios e Um Pau na Mente de Alessandro img
Capítulo 81 O Início do Fim img
Capítulo 82 A Sessão img
Capítulo 83 Provocações img
Capítulo 84 Mexendo com Fogo img
Capítulo 85 Quase... img
Capítulo 86 Vou enlouquecer img
Capítulo 87 Amor de Irmã img
Capítulo 88 Sou Apenas Distração img
Capítulo 89 Preciso Me Afastar img
Capítulo 90 Se Prepare! img
Capítulo 91 A festa Parte 01 img
Capítulo 92 A festa Parte 02 img
Capítulo 93 Ele Vai Saber Quem Eu Sou img
Capítulo 94  Onde a Raiva Queima e o Desejo Consome img
Capítulo 95 O Silêncio Depois do Incêndio img
Capítulo 96 Segredos em Batom e Risos img
Capítulo 97 Entre Panquecas, Sorrisos e Segredos img
Capítulo 98 Entre o Segredo e o Desejo img
Capítulo 99 As Confissões Silenciosas de um Homem em Conflito img
Capítulo 100 Você tem dono img
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Capítulo 2 O Amor Que Me Amaldiçoou

Alessandro Spinola

O amor é a maldição mais perversa de todas. Quem o prova com o coração nu corre o risco de sangrar para sempre.

Eu acabei de enterrar meu irmão.

As últimas 48 horas foram as piores da minha vida e eu não digo isso com exagero. Digo com a dor real de alguém que perdeu sua âncora, seu reflexo, sua metade.

Quando atendi aquele telefonema do meu pai, no fundo, eu já sabia. Na noite anterior ao acidente, tive um sonho estranho. Nele, meu irmão me olhava com uma expressão que eu nunca havia visto antes, pesarosa, calma e infinitamente triste. Ele me pedia para ter paciência com nosso pai, para tentar perdoá-lo. Eu não entendi na hora, mas os olhos verdes de Pietro estavam diferentes. Ele sorriu, e eu senti uma pontada profunda no peito. Uma dor dilacerante que me arrancou do sono aos gritos.

No minuto seguinte, o telefone tocou e meu mundo desabou.

O destino, esse canalha impiedoso, já havia me arrancado minha mãe cinco anos atrás. Achei que nada mais pudesse me derrubar da forma como aquela perda me destruiu. Mas estava errado. O universo ainda tinha mais uma peça a mover e, dessa vez, foi meu irmão. Meu melhor amigo, meu espelho.

Pietro Spinola era tudo que eu nunca fui: gentil, generoso, esperançoso. E agora estava ali... imóvel, com o corpo frio e a expressão serena demais para quem havia vivido com tanta intensidade. O homem que costumava gargalhar alto, chorar pelos filmes da Disney e abraçar forte como se o mundo pudesse desmoronar a qualquer segundo... agora jazia sob um caixão fechado.

A chuva caía sobre o cemitério com uma constância dolorosa. O cheiro da terra molhada me invadia as narinas enquanto o vento cortava minha pele como navalhas. Mas eu não me movia. Não queria sair dali, me recusava a aceitar.

Desviei os olhos do caixão e vi Catarina, minha sobrinha, sendo amparada pela mãe. Meu coração se partiu mais uma vez. Eu queria correr até ela, abraçá-la, prometer que tudo ficaria bem. Mas não consegui. Porque nem eu acreditava nisso.

Dentro de mim, havia um grito. Um urro desesperado que não encontrava voz. Eu não era mais um homem, eu era uma sombra, um corpo vestido de luto.

Ali, diante do túmulo do meu irmão, fiz uma promessa silenciosa. Não amarei mais ninguém. Porque todos que amo são arrancados de mim. Um por um.

Primeiro, minha mãe. Agora, Pietro.

Se o amor tem preço, o meu já custou mais do que qualquer um pode pagar. Não suporto mais perder. Não suporto mais sentir. Viverei... mas jamais me permitirei amar outra vez.

Porque para mim, o amor morreu junto com ele.

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Madrid, Espanha

Nina Sanchez

Sempre ouvi dizer que o amor era a resposta. Que era abrigo, que era cura. Mas tudo que o amor me deu... foi trauma.

Mahatma Gandhi dizia: "Onde há amor, há vida." E eu só consigo pensar no quanto ele estava enganado.

Estou sentada no banco de um aeroporto frio e silencioso, esperando um voo que me levará para longe da cidade onde vivi os piores dias da minha vida. A mala ao meu lado é pequena, mas carrega tudo que me sobrou: alguns livros, uma blusa da minha mãe, uma fotografia antiga... e pedaços do que um dia fui.

Dezesseis anos vividos dentro de uma casa onde o amor era confundido com obsessão. Onde o toque que deveria acalmar, marcava. Onde a palavra "filha" era dita com cobrança, nunca com afeto.

Minha mãe morreu de amor. Amor por um homem que a destruiu lentamente, que a consumiu até que nada mais restasse além de silêncio. E quando ela partiu, eu também morri um pouco. Ela escolheu amar alguém mais do que a mim e pagou o preço.

Desde então, eu jurei que nunca mais amaria ninguém. Porque o amor prende. O amor fere, o amor... mata.

"Última chamada para o voo 135, destino: Boston. Embarque imediato pelo portão F."

A voz metálica ecoa pelo alto-falante, interrompendo meus pensamentos. Aperto a alça da mala com força e me levanto, sentindo o corpo pesar com memórias. Antes de atravessar o portão, olho uma última vez para trás.

Não há ninguém para me desejar boa viagem.

Não há ninguém chorando pela minha partida.

E isso... me liberta.

Agradeço mentalmente aos meus padrinhos. Foram eles que compraram a passagem. Que abriram as portas, que prometeram me acolher como filha. É para a casa deles que estou indo. Um novo país, uma nova chance, uma nova Nina.

Mas uma coisa é certa: na minha nova vida, não haverá espaço para o amor.

Porque eu não sou mais aquela que sonhava com finais felizes. Sou feita de cicatrizes. E nelas, o amor não tem permissão para habitar.

            
            

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