/0/14685/coverbig.jpg?v=f41f57780faba613619bdf3a1b4607cb)
Ana desceu do carro rapidamente, ela tinha que correr e juntar suas coisas, quando abriu a porta da casa Leila estava na mesa da cozinha tomando um café.
"Amiga, achei que você voltaria só mais tarde! Quer um café?" Leila a recebeu feliz.
"Até queria, Leila... mas tenho que correr, pelo que reparei o senhor Otto é bem cricri com horários e tenho que voltar para fazer o jantar..." Ana realmente estava apressada, só tinha 1h e meia antes do jantar.
"Iiihh... já imagino que deve ser um velho rabugento..." Leila comentou e Ana riu enquanto arrumava sua bolsa.
"Mais ou menos... eu não chamaria ele de velho... ele está em forma..." Leila arqueou a sobrancelha com o comentário da amiga.
"Em forma... sei..." Ana reparou na insinuação que a amiga fez.
"Nem começa, Leila! Ele é meu chefe, tem idade de ser meu pai..." Ana rebateu.
"Até onde eu me lembro... você nunca teve pai..." Leila desconhecia limites na hora de brincar com a amiga, Ana a encarou incrédula com a piada, mas as duas caíram na gargalhada em seguida.
"Ok... o show de stand up acabou Leila... tenho que ir trabalhar!" Ana terminou de arrumar sua bolsa e se levantou.
"Claro, tem um senhor de idade esperando pela sopinha dele..." Leila finalizou. Em seguida Ana deu um abraço na amiga e saiu correndo.
Já era quase 19h quando Ciro estacionou o carro na lateral da casa Villalobos.
"Ciro, eu esqueci de perguntar, você ou os outros empregados fazem alguma refeição na casa?"
"Às vezes eu faço, depende do dia e das demandas que eu tenha que resolver com o senhor Otto..." O capataz esclareceu a dúvida de Ana.
"Você vai ficar hoje para jantar? Creio que pelo horário vou fazer uma sopa rápida..." Ana perguntou.
"Eu agradeço o convite, mas hoje já combinei de jantar com minha família." Ciro respondeu Ana percebendo sua boa vontade e simpatia.
"Aaah... outra dúvida... amanhã de manhã eu consigo ir na padaria comprar pão para o café da manhã?" Ela tinha que começar a se organizar para entrar na rotina da casa.
"Posso trazer da cidade quando estiver vindo para a fazenda." Ciro se dispôs a comprar o pão, ele já estava fazendo isso enquanto não chegava uma empregada para a casa.
Ana agradeceu e deu boa noite ao capataz, em seguida subiu as escadas que davam para a cozinha e a área de serviço.
Às 20h em ponto Otto estava na sala de jantar, Ana serviu a sopa e em seguida foi para a cozinha organizar parte da bagunça que ela fez cozinhando.
Da porta da cozinha, Ana conseguia visualizar de longe Otto jantando, ela começou a pensar na conversa que teve com Leila mais cedo, ele realmente não estava nada mal para um homem de meia idade, ela se distraiu com seus pensamentos e derrubou um bowl de alumínio no chão, fazendo um estrondoso e agudo barulho. Otto a olhou de forma recriminatória, estava realmente incomodado, e Ana encolheu os ombros ao perceber.
Após terminar o jantar Otto chamou Ana para retirar os pratos.
"O jantar agradou ao senhor? Ana tentou sondar o patrão.
"Sim... a comida estava ótima! Mas tenha mais cuidado na cozinha, não gosto de barulho durante as refeições." Otto a repreendeu de forma seca dando um gole em seu vinho e apoiando os cotovelos no braço da cadeira se acomodando melhor.
"Peço perdão, não vai mais acontecer senhor Otto!" Ana colocou o prato vazio na bandeja e deu as costas para Otto, caminhando até a cozinha.
Enquanto ela andava, Otto a observava de costas, e só conseguia pensar como seria maravilhoso poder castigar aquela mulher, se ele pudesse tiraria seu cinto e a puniria alí mesmo, em cima da mesa, por interromper seu jantar. Ele tinha que se controlar, era apenas o primeiro dia de Ana naquela casa.