V- Cinco
img img V- Cinco img Capítulo 4 Uma Segunda Dose
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Capítulo 6 Em Fuga img
Capítulo 7 Mamãe img
Capítulo 8 Meu Território! img
Capítulo 9 Traição... img
Capítulo 10 Diga Que Se Importa img
Capítulo 11 Hospital img
Capítulo 12 Finalmente Livres img
Capítulo 13 Para Onde img
Capítulo 14 Tranformação img
Capítulo 15 Planos img
Capítulo 16 Não Quero img
Capítulo 17 Recaída img
Capítulo 18 DNA img
Capítulo 19 Lembranças img
Capítulo 20 A Vingança img
Capítulo 21 De Volta Ao Início img
Capítulo 22 Uma Carta img
Capítulo 23 A História Se Repete img
Capítulo 24 Morte e Vida img
Capítulo 25 Filha img
Capítulo 26 Recomeço img
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Capítulo 4 Uma Segunda Dose

William dormia tranquilamente ao meu lado enquanto eu acariciava seu cabelo, reparando pela primeira vez no quanto suas orelhas eram grandes e pontudas.

Admirei o seu corpo, vendo como sua barriga subia e descia suavemente enquanto ele respirava. Pousei minha mão em seu peito e senti seu coração bater num ritmo constante, fazendo minha boca salivar mais uma vez.

Ele não era exatamente bonito, sua beleza era selvagem, máscula e pouco comum, mas seu sangue era realmente bom e despertava minha fome ainda mais.

William abriu os olhos lentamente e franziu o cenho quando me viu. Ele se sentou na cama e levou a mão ao pescoço, onde eu o havia mordido na noite anterior.

- O que foi? - perguntei preocupada.

William me olhou confuso por um tempo antes de me responder.

- Por um momento pensei que havia sido um sonho... - ele falou em voz baixa - É melhor eu ir embora.

- Agora? Por quê? - eu quis saber.

William me encarou e eu pude ver certo medo em seu olhar, e também arrependimento.

- Eu não deveria... Nós não deveríamos...

Ergui as sobrancelhas, aguardando sua explicação.

- Eu preciso ir embora. - ele disse convicto, se levantando para pegar suas roupas do chão.

O dia já havia amanhecido e nós estávamos na minha casa.

Me sentei na cama e observei enquanto ele se vestia rapidamente, evitando olhar para mim.

Eu não estava entendendo qual era o problema dele. Depois de tudo o que havíamos feito, no riacho e na minha cama, ele agora agia como se eu o tivesse obrigado, ou algo parecido.

Mas se era isso o que ele queria, por mim não fazia diferença. Seria até melhor se ele me deixasse em paz.

...

Mais tarde eu fui até o quintal para ver o jardim.

Eu gostava de ver as flores e de cuidar delas, achava-as magnificas, assim como tudo naquele mundo enorme que eu antes desconhecia. Era muito interessante ver a forma como a natureza agia e reagia a certas coisas, isso me deixava curiosa e ao mesmo tempo admirada.

De repente eu ouvi o som de passos atrás de mim, mas não precisei me virar para saber quem era, pois reconheceria o cheiro dele em qualquer lugar.

William se aproximou devagar e parou a poucos passos de mim.

- Oi. - ele disse em voz baixa.

- O que você quer? - perguntei, ainda de costas.

- Nada. Eu só queria me desculpar por ter ido embora daquele jeito.

- Se desculpar? - perguntei confusa, ao me virar.

- É... Bom, eu tenho a impressão de que te deixei chateada.

- Ah, você tem? - debochei - Não se preocupe comigo, eu vou sobreviver.

William revirou os olhos e sorriu.

Ele parecia estranho, estava um pouco pálido, e havia alguma coisa errada, mas eu não sabia dizer o que era.

- Já que é assim... - ele disse - Eu posso te fazer um pedido?

- Depende... - respondi desconfiada - O que você quer?

- Quero que me morda de novo. - respondeu sério.

Me afastei, totalmente surpresa com o pedido dele.

- Isso pode ser perigoso. Eu posso matar você, sabia?

- Está preocupada comigo? - zombou ele com um meio sorriso.

Revirei os olhos mais uma vez.

Realmente não devia fazer diferença para mim se ele morreria ou não, mas por algum motivo eu o queria vivo, ao menos por um tempo.

William inclinou a cabeça, deixando o pescoço à mostra, e eu engoli em seco, me lembrando da fome que eu ainda sentia.

Me afastei um pouco e segurei sua mão, levando-a em direção à boca. Se eu ia fazer isso, então preferia fazer de maneira que não o machucasse tanto, mesmo sabendo que as feridas iriam se cicatrizar logo depois da mordida - o que sempre acontecia, e eu não sabia o porquê.

Encostei minha boca em seu pulso e percebi que ele ficou tenso. Engoli em seco mais uma vez e o mordi.

Percebi que daquela vez foi mais fácil, como se meus dentes estivessem mais afiados, e eu não precisei fazer muita força para perfurar a pele dele.

William soltou um gemido alto e apertou meu braço com sua mão livre, fechando seus olhos e inclinando a cabeça para trás, totalmente entregue a um prazer que por algum motivo eu o fazia sentir - fazia todos sentirem.

Eu não havia reparado muito na primeira vez que o mordi, mas havia algo de diferente no sangue dele, talvez por ele ser uma mutação.

Precisei reunir toda a minha força de vontade para me afastar antes de fazê-lo desmaiar.

Senti algo estranho acontecendo com o meu corpo, e me surpreendi ao olhar para minha mão e perceber que minhas unhas estavam mais encurvadas e com a língua senti que meus dentes estavam realmente mais afiados.

William olhou para mim com as sobrancelhas erguidas.

- O que aconteceu com a minha mão? - perguntei assustada.

- Acho que o meu DNA se misturou com o seu.

Não entendi nada.

- Isso é permanente?

- Acho que não.

Respirei fundo tentando pensar.

Talvez fosse apenas como quando eu mordia pessoas bêbadas e sentia tontura. Se fosse só por causa do sangue então se eu me alimentasse de outra pessoa minhas mãos voltariam ao normal, em teoria.

Olhei para William e percebi que, de certa forma, ele também estava diferente, mais vívido, apesar de ainda pálido.

Me perguntei quais seriam os efeitos da minha mordida nele, já que ele era o primeiro que eu havia deixado vivo.

William se aproximou mais e me puxou pela cintura.

- Acho que seria ótimo repetir a dose de ontem à noite, não acha?

Sorri de volta para ele e mordi o lábio em expectativa.

Eu tinha muitas perguntas em minha cabeça e muitas dúvidas sobre ele e o sobre eu mesma também, mas naquele momento eu me deixei levar pelos instintos, como fazia quase sempre, e guardei as perguntas para outro momento.

            
            

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