Habibi - Casados por contrato
img img Habibi - Casados por contrato img Capítulo 4 4
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Capítulo 4 4

Ahmed começou a olhar o cardápio:

- Não temos tempo para pensar, ó cabeça de vento. Isso é muito sério, assim como suas mentiras. Se contar a alguém sobre a minha proposta, vou dizer que é mentira. E tenho as suas mensagens querendo me ver, é só apagar as minhas e pronto. Ninguém vai querer se casar com você e seu pai será humilhado. Pense bem, feia!

Ela ficou nitidamente frustrada, chateada:

- Não é justo isso! Você é muito ardiloso.

Ele sorriu chamando a atendente:

- A vida não é justa, prefere um noivo velho e pobre? Eu já tenho trinta, o próximo terá quarenta. Você não é nem de longe alguém com quem eu ficaria, isso é um favor maior para você. Só tem que engravidar, me dar um filho homem e esperar um ano para estarmos livres.

Começou a fazer o pedido, dois pratos feitos, com arroz, feijão, bife e purê de batatas, uma jarra de suco. Não perguntou o que ela queria, foi autoritário, mal-educado, começou a mexer no celular, como se ela não estivesse lá.

Soraya ficou olhando irritada. Quando os pratos chegaram, ela começou a mexer na comida, fuçando sem apetite:

- Você é gay? Pode ser sincero! Não vou contar a ninguém.

Ele ficou muito sério, bravo:

- Sabe o que vai acontecer se levantar uma calúnia dessas contra mim, sem quatro testemunhas? Eu gosto de mulher, não de menina, você não é nem atraente. Não te conheço, mas sei que não tem nada a me oferecer, é mal-educada, relaxada, mentirosa, exibida.

Ela interrompeu séria:

- Não vou me casar com você.

Ele se levantou rindo com afronta, foi pegar o suco no balcão. Ela pegou a chave do carro na mesa, escondida. Quando ele voltou, ela se levantou largando o prato:

- Arrume outra mulher preciosa que aceite um homem chato, tão amargurado. Que Alá diminua a sua sorte e lhe traga uma esposa do jeito que você merece, seca e feia.

Saiu o deixando sozinho. Ele começou a rir achando que ela não ia embora sem a mochila, começou a almoçar distraído. De repente sentiu a falta das chaves na mesa, levantou às pressas para procurar.

Ia sair sem pagar, só para ver o carro. A funcionária saiu correndo atrás, o envergonhando, ele teve que voltar para pagar a conta. Quando mexeu no celular, viu que Soraya havia enviado uma foto.

Ela pegou suas coisas e jogou a chave em um bueiro, foi embora de ônibus, mandou foto do bueiro:

"Espero que encontre o que procura, se você não valoriza o que tem hoje, amanhã Alá te mostrará o que perdeu."

"Tomara que ele pique a sua sorte em pedacinhos quando for encontrar outra noiva!"

Ahmed ficou furioso, incrédulo com o tamanho da afronta, socou o carro várias vezes, saiu procurando os bueiros, teve que chamar um chaveiro, perdeu horas resolvendo isso, só ficou com mais raiva dela e decidiu ir adiante com o noivado.

Só para mostrar que podia ser pior e maior que ela, queria se vingar de alguma forma, já começou a pensar que se casando, ia conseguir ficar bem longe emocionalmente e não prejudicar seu namoro com Franciele.

Ele não queria assumi-la, mas também não queria terminar, por saber que ela era mais fácil de lidar, sem doutrinas religiosas, achou que aceitaria continuar namorando escondido enquanto ele estivesse em um casamento falso.

Franciele estava muito brava, o ignorando, esperando ele ir atrás se desculpar pessoalmente. Ele estava ficando na casa do pai, também irritado com ela, não foi até lá em dias, foi a primeira briga mais séria deles, pareciam dois estranhos nas poucas conversas por mensagens.

No fim de semana ela foi viajar para a praia com amigas, não avisou nada, só postou uma foto com a localização. Ele sabia onde ela estava ficando, era para ter ido junto, estavam planejando a viagem há semanas.

Ele foi de surpresa, só para conversar melhor. Quando chegou na frente da casa, viu os carros, foi imaginando quem estava junto. Era de noite, ficou olhando pelo portão espiando no escuro, a viu dançando forró com um amigo solteiro, bebendo, rindo.

Ficou cego de raiva, com muito ciúmes, foi entrando fumegando, direto na direção dela, a segurou pelo braço puxando hostil:

- Por isso não atendeu as minhas ligações? É assim que está sofrendo? Por mim?

Os amigos dela já sabiam o quanto ele era ignorante, evitavam se intrometer, porque ela o provocava e sempre voltava para ele, como se nada tivesse acontecido, todos se afastaram.

Os dois começaram a discutir, ela estava bêbada dizendo que não merecia ser tratada daquele jeito. Ele sempre jogava na cara dela o quanto seu jeito o incomodava, as roupas, a mania de dançar em todos os lugares que iam, de maneira provocativa, chamando a atenção de outros homens.

No fundo ele gostava de tudo isso nela, mas ficava possesso de ciúmes e, diferente dela, ele tinha uma boa postura, sempre mais sério com outras mulheres, ela não tinha motivos para ter ciúmes.

Em dez minutos de discussão, já estavam se beijando. Ele era um pouco controlador às vezes, algo que ela também gostava, o comportamento tóxico era mútuo. Ele a mandou pegar as coisas para irem embora juntos, ficou esperando no carro, evitando os amigos dela.

Foram embora conversando sobre o trabalho, a semana, normalmente. Ela estava dizendo que não podiam brigar daquela forma, jogar o relacionamento incrível deles fora por causa de família. Abaixou o vidro do quebra-sol para olhar o cabelo, viu uma marca de boca com batom:

- O que é isso, Ahmed? Quem foi a vagabunda que beijou aqui?

Ele olhou indignado, esfregou a mão borrando:

- Ninguém! Ou você.

Ela abriu o porta-luvas brava:

- Não fui eu, mas é meu batom, que eu deixo aqui.

Começou a procurar histérica:

- Você me traiu? Tem outra? Por isso não quer me assumir? Fala a verdade! Cadê o meu batom? Essa puta vagabunda roubou o meu batom. Eu...

Ele interrompeu no mesmo tom:

- Já chega! Toda essa tempestade por causa de um batom, Franciele? Deve ter sido a minha irmã. Eu compro dez batons para você. Pare de gritar comigo!

Ela continuou reclamando dele, disse que queria um tempo, bem longe. Quando chegaram no prédio, continuaram brigando, foram dormir na casa dela, já entraram tirando as roupas, se agarrando desesperadamente. O sexo era um pouco selvagem sempre, foi do jeito que ele gostava, descontando a raiva na cama.

Na manhã seguinte ele saiu bem cedo, depois de ver mensagens suspeitas chegando do amigo dela, muito preocupado, dizendo que tinha ido embora também só para a ajudar, se precisasse de qualquer coisa, deu conselhos sobre o relacionamento dela, incentivando a terminar.

Ahmed não gostou, a deixou dormindo. Ali estava atrás dele, ligando várias vezes para irem resolver as pendências do casamento. Ele foi pensando no futuro, porque queria sua independência, viu a necessidade de assumir Franciele, aceitou o casamento, crente que a noiva ia ser fácil de lidar, moldar, manipular, pela idade.

Desapareceu de casa, só para não desistir ao encontrar a namorada, disse que era melhor pensarem melhor nos sentimentos, darem um tempo, mandou um conjunto de colar e brincos para Soraya, que não gostou e nem queria mais casar. Quando ela foi falar com o pai, soube que a irmã estava doente, foi coagida a se casar logo para poderem buscar a menina.

Soraya consentiu com tudo, não escolheu nada, nem o vestido. Nabilah, a madrasta de Ahmed, quem ajudou com tudo, montou o enxoval das lingeries, roupas de dança do ventre. No dia do casamento, fez todos os preparativos com Soraya, a depilando, arrumando o cabelo e a maquiagem.

Os noivos não se viram por mais de uma semana, nem conversaram por mensagens. Ahmed tinha ido viajar a trabalho. No fim de semana do casamento, Soraya foi se hospedar na casa do pai dele, passou dias esperando ele fazer contato, pensou que daria um jeito de fazer o casamento dar certo.

Sua família veio para participar e a irmã caçula também. Ao vê-la, qualquer vontade de desistir passou. Quando o casamento de fato foi acontecer e Ahmed a viu, agiu formalmente, não demonstrou nenhum afeto, boa vontade ou gentileza, saiu sério nas fotos, a chamou pelo nome nas poucas vezes que dirigiu a palavra a ela.

Não fez nenhum comentário maldoso ou debochado, só queria que tudo acabasse logo, foi uma festa pequena, só para a família, diferente da maioria dos casamentos.

Quando a festa acabou, foram para o quarto preparado para eles, só então puderam conversar. Ele fechou a porta, foi tirando a roupa:

- Só vamos ficar aqui esta noite. E depois, vamos para o meu apartamento!

Ela foi se aproximando da cama, onde estava a mala:

- Você está diferente, foi muito cansativa a viagem de trabalho?

Ele se sentou, mexendo no celular:

- Não mais que esse casamento.

Ela estava super nervosa, sem jeito, foi separando a lingerie, escondendo na toalha:

- Também não gostei, isso é coisa de quem gosta de aparecer. Vou tomar banho, já volto.

Ele nem respondeu, ficou olhando sério, imaginando que ela não era virgem. Ela era, estava com medo da primeira vez, com as mãos trêmulas suando frio, tomou banho como foi instruída, ficou de calcinha se olhando no espelho, ainda pensou que ele a chamava de feia por implicância apenas, porque ela se achava bonita, saiu enrolada na toalha, só de calcinha, parou perto da mala:

- Você vai tomar banho? Preciso terminar de me arrumar, colocar a camisola e...

Ele se levantou, foi jogando as coisas de cima da cama no chão:

- Não tem por que se enfeitar, só deite, abra as pernas e vamos acabar com isso logo.

Ela ficou olhando séria, apreensiva:

- Não vai lavar os meus pés? Fazer nada tradicional? Ou quer que eu te faça uma massagem? Para entrar no clima?

Mostrou um sutiã bordado na mala:

- Também posso dançar.

            
            

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